quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Corrigindo a má administração do homem

Que dizer da possibilidade mais provável de que o próprio homem arruíne ou estrague totalmente a Terra pela sua má administração e ganância? Não há dúvida de que já houve muita destruição de partes da Terra pelo excessivo desmatamento, pela poluição descontrolada da atmosfera e pelo estrago causado às vias fluviais. Isto foi bem resumido, há uns 25 anos, pelos autores Barbara Ward e René Dubos, no seu livro Only One Earth (Uma Única Terra): “As três áreas gerais de poluição que temos de examinar — ar, água e solo — naturalmente, são os três elementos constituintes de nossa vida planetária.” E a situação basicamente não mudou para melhor desde então, ou mudou?

Quando pensamos na possibilidade de o homem arruinar ou destruir a Terra pela sua própria tolice, pode animar-nos a consideração da maravilhosa capacidade de recuperação e regeneração do planeta Terra. Ao descrever esta habilidade espantosa de recuperação, René Dubos faz as seguintes observações animadoras em outro livro, The Resilience of Ecosystems (A Resiliência dos Ecossistemas):

“Muitos temem que a percepção da degradação ambiental veio tarde demais, porque grande parte do dano causado aos ecossistemas é irreversível. Na minha opinião, este pessimismo não se justifica, porque os ecossistemas têm enorme capacidade de recuperação de acontecimentos traumáticos.

“Os ecossistemas têm diversos mecanismos para se curarem. . . . Esses habilitam os ecossistemas a superar os efeitos dos distúrbios simplesmente por restabelecerem progressivamente o equilíbrio ecológico original.”

Uma descrição gráfica do “dia do juízo”

Ou considere outro cientista, Paul Davies, professor na Universidade de Adelaide, na Austrália. Ele foi descrito pelo jornal Washington Times como “o melhor escritor científico em ambos os lados do Atlântico”. Em 1994, ele escreveu o livro The Last Three Minutes (Os Três Últimos Minutos), chamado de “a mãe de todos os livros sobre o dia do juízo”. O primeiro capítulo deste livro é chamado de “Dia do Juízo”, e descreve um cenário imaginário do que poderia acontecer, se um cometa atingisse o planeta Terra. Leia parte desta descrição arrepiante:

“O planeta treme com a força de dez mil terremotos. Uma onda de choque de ar deslocado se alastra pela superfície do globo, nivelando todas as construções, pulverizando tudo em seu caminho. O terreno plano em volta do lugar do impacto eleva-se formando um anel de montanhas líquidas de várias milhas de altura, expondo as entranhas da Terra numa cratera de cem milhas de diâmetro. . . . Uma vasta coluna de escombros poeirentos se espalha pela atmosfera, obscurecendo o sol em todo o planeta. A luz solar é então substituída pelo sinistro fulgor tremulante de um bilhão de meteoros, assando o chão embaixo com seu calor intenso, ao passo que o material deslocado mergulha do espaço de volta para a atmosfera.”

O Professor Davies prossegue, relacionando este cenário imaginário com a predição de que o cometa Swift-Tuttle atingiria a Terra. Ele acrescenta o aviso de que, embora tal evento provavelmente não ocorra no futuro próximo, na sua opinião, “mais cedo ou mais tarde, o Swift-Tuttle, ou um objeto semelhante, atingirá mesmo a Terra”. Sua conclusão baseia-se em estimativas que sugerem que 10.000 objetos de meio quilômetro de diâmetro, ou mais, giram em órbitas que intersectam a da Terra.

Acredita você na realidade de tal perspectiva amedrontadora? Um número surpreendente de pessoas acredita nela. Mas elas deixam de se preocupar por se tranqüilizarem com a idéia de que não ocorrerá no seu tempo. No entanto, por que é que o planeta Terra teria que ser destruído — quer em breve, quer daqui a milênios? Certamente a própria Terra não é a causa principal de dificuldades para os seus habitantes, humanos ou animais. Não é antes o próprio homem responsável pela maioria dos problemas neste século 20, inclusive pela possibilidade de ‘arruinar a Terra’ completamente? — Revelação (Apocalipse) 11:18.

O planeta Terra está condenado?

APROXIMA-SE o fim do século 20, e o século 21 está prestes a começar. Diante disso, um crescente número de pessoas, que normalmente daria pouca ou nenhuma atenção às profecias de destruição, começa a se perguntar se é iminente algum evento de importância tal que abalaria o mundo.

Talvez tenha notado artigos em jornais e revistas referentes a isso — até mesmo livros inteiros sobre este assunto. Temos de esperar para ver com que acontecimentos o século 21 vai começar. Alguns salientam que a chegada do fim do ano 2000 só fará a diferença de um ano (ou de um minuto, de 2000 a 2001) e provavelmente não terá maiores conseqüências. O que preocupa mais a muitos é o futuro a longo prazo de nosso planeta.

Uma profecia que hoje surge com mais freqüência é a de que em determinada época — quer no futuro imediato, quer no distante — o próprio planeta Terra estará condenado à total destruição. Considere apenas algumas de tais previsões pessimistas.

O autor e filósofo John Leslie, no seu livro The End of the World — The Science and Ethics of Human Extinction (O Fim do Mundo — A Ciência e a Ética da Extinção Humana), publicado primeiro em 1996, oferece três possibilidades de como a vida do homem na Terra poderia acabar. Primeiro, ele pergunta: “Poderia uma guerra nuclear total significar o fim da raça humana?” Depois ele acrescenta: “Um cenário mais provável . . . seria a extinção por meio dos efeitos de radiação: câncer, enfraquecimento do sistema imunológico, de modo que doenças infecciosas se espalhariam rapidamente, ou numerosos defeitos congênitos. Poderia haver também a morte de microorganismos importantes para a saúde do meio ambiente.” Uma terceira possibilidade que o Sr. Leslie apresenta é que a Terra seja atingida por um cometa ou por um asteróide: “De cometas e asteróides, cujas órbitas são tais que poderiam algum dia atingir a Terra, parece haver cerca de dois mil, com diâmetros de meia milha a seis milhas. Há também os ainda maiores (cujo cálculo seria pura adivinhação) em quantidade bem mais reduzida; e há os menores, em maior quantidade.”

A cura da Terra

Como o corpo humano, a Terra tem uma capacidade espantosa de curar a si mesma. Um exemplo notável disso ocorreu no século passado. Em 1883, a ilha vulcânica de Krakatoa, na Indonésia, sofreu uma erupção numa explosão gigantesca que foi ouvida a quase 5.000 quilômetros de distância. Cerca de 21 quilômetros cúbicos de matéria vulcânica foram atirados ao espaço, e dois terços da ilha desapareceram debaixo do mar. Nove meses depois, o único sinal de vida era uma aranha microscópica. Hoje, a ilha inteira é coberta de viçosa vegetação tropical, que abriga centenas de espécies de aves, mamíferos, cobras e insetos. A proteção que a ilha recebe como parte do Parque Nacional Ujung Kulon sem dúvida facilitou essa recuperação.

Os danos infligidos pelo homem também podem ser desfeitos. Concedendo-lhe tempo suficiente, a Terra é capaz de curar a si mesma. A pergunta é: concederão os homens à Terra a trégua de que ela necessita? Provavelmente não. Mas existe Alguém que está decidido a permitir que o nosso planeta cure a si mesmo — Aquele que o criou.

Entranhadas causas da crise

Egoísmo. Priorizar os interesses do planeta, em vez de os de humanos exploradores, é o primeiro passo necessário para a proteção do meio ambiente. Não obstante, poucos se dispõem a renunciar a um estilo de vida afluente, ainda que isso possa estar arruinando o planeta para as gerações futuras. Quando o governo da Holanda — um dos países mais poluídos da Europa Ocidental — tentou limitar a circulação de carros como parte duma campanha contra a poluição, a oposição generalizada sabotou o plano. Embora as estradas holandesas sejam as mais congestionadas do mundo, os motoristas simplesmente não queriam abdicar de sua liberdade de usar o carro.

Interesses pessoais influem nos legisladores e no público em geral. Os políticos relutam em baixar leis ambientalistas que lhes possam custar votos, e os industriais rejeitam qualquer proposta que ameace os lucros e o crescimento econômico.

Ganância. Quando a escolha é lucros ou preservação, o dinheiro geralmente fala mais alto. Indústrias poderosas tentam influenciar as autoridades para minimizar o controle da poluição ou para que não haja regulamentação governamental alguma. O prejuízo causado à camada de ozônio exemplifica esse problema. Em março de 1988, o presidente de uma das maiores indústrias químicas dos EUA declarou: “No momento, a evidência científica não aponta para a necessidade de haver reduções drásticas na emissão de CFCs.”

A mesma empresa, contudo, recomendou acabar gradativamente com os clorofluorcarbonos (CFCs). Uma mudança de atitude? “Nada tinha a ver com o meio ambiente estar sendo danificado, ou não”, explicou Mostafa Tolba, diretor-geral do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP). “Tudo se resumia a quem levaria vantagem [econômica] sobre quem.” Hoje, muitos cientistas se apercebem de que a destruição da camada de ozônio é uma das piores catástrofes ambientais já produzidas pelo homem em toda a sua história.

Ignorância. O que sabemos é pouco em comparação com o que não sabemos. “Ainda sabemos relativamente pouco a respeito da abundância de vida nas florestas tropicais”, explica Peter H. Raven, diretor do Jardim Botânico Missouri. “Surpreendentemente, sabemos mais — muito mais — sobre a superfície da Lua.” O mesmo se dá com respeito à atmosfera. Quanto dióxido de carbono podemos continuar a lançar no espaço sem afetar o clima global? Ninguém sabe. Mas, como disse a revista Time, “é imprudente sujeitar a natureza a testes tão gigantescos se os resultados são desconhecidos e as possíveis conseqüências apavorantes demais para se considerar”.

Segundo estimativas do UNEP, é possível que a perda de ozônio por volta do fim desta década acabe provocando centenas de milhares de casos de câncer de pele por ano. O efeito sobre as plantações e a pesca ainda é desconhecido, mas acredita-se que seja considerável.

Conceitos míopes. Diferente de outras catástrofes, os problemas ambientais acercam-se de nós insidiosamente. Isto atrapalha as tentativas de agilizar uma ação conjunta antes que se cause um dano duradouro. O livro Saving the Planet (Salvando o Planeta) compara a presente situação à dos passageiros condenados no abalroado Titanic, em 1912: “Poucos conhecem as proporções da tragédia em potencial.” Os autores acreditam que a única maneira de salvar o planeta é os políticos e os empresários encararem a realidade e pensarem em termos de viabilidade a longo prazo, em vez de benefícios a curto prazo.

Atitudes egocêntricas. Na Cúpula da Terra, em 1992, o primeiro-ministro espanhol Felipe González destacou que “o problema é global, e a solução tem de ser global”. Uma pura verdade, mas, achar soluções que sejam globalmente aceitas é uma tarefa desanimadora. Um enviado dos EUA à Cúpula da Terra disse secamente: “O estilo de vida americano não é negociável.” A ambientalista indiana Maneka Gandhi, por outro lado, queixou-se de que “uma criança no Ocidente consome tanto quanto 125 [pessoas consomem] no Oriente”. Ela afirmou que “praticamente toda a degradação ambiental no Oriente deve-se ao consumo no Ocidente”. Vez após vez, tentativas internacionais de melhorar o meio ambiente naufragaram nos rochedos dos interesses nacionais egocêntricos.

Apesar de todos esses problemas fundamentais, há razões para ser otimista quanto ao futuro. Uma delas é a boa capacidade de recuperação do sistema de defesa do nosso planeta.

Qual será o futuro do nosso frágil planeta?

DUZENTOS anos atrás, o estadista americano Patrick Henry disse: “Não conheço maneira de avaliar o futuro sem ser pelo passado.” No passado, o homem maltratou seu meio ambiente. Vai comportar-se melhor no futuro? Até agora, os sinais não são animadores.

Embora tenha havido progresso elogiável, este tem sido principalmente cosmético, atacando sintomas em vez de causas. Numa casa com o madeiramento podre, uma pintura não evitará a ruína. Só uma grande reforma estrutural poderá salvá-la. Similarmente, é preciso que o homem reestruture seu modo de usar este planeta. O mero controle dos danos não bastará.

Analisando os resultados de 20 anos de controle ambiental nos Estados Unidos, certo especialista concluiu que “a agressão ao meio ambiente não pode ser controlada eficazmente, mas tem de ser evitada”. Obviamente, evitar a poluição é muito melhor do que sanar seus malefícios. Mas, atingir tal objetivo exigiria nada menos que uma mudança fundamental na sociedade humana e nas metas do alto comércio. O livro Caring for the Earth (Cuidados com a Terra) reconhece que zelar pela Terra exige “valores, economias e sociedades diferentes da maioria que existe hoje”. Quais são alguns desses valores que precisam ser mudados a bem da salvação do planeta?

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Acaso ou planejamento?

Como explicar a conjunção de múltiplos fatores que tornam a vida na Terra não apenas possível, mas também agradável? Parece haver apenas duas alternativas. A primeira é que todas essas realidades resultaram do mero acaso. A segunda é que existe algum objetivo inteligente por trás disso.

Há milhares de anos, as Escrituras Sagradas declararam que o nosso Universo fora concebido e feito por um Criador — o Deus Todo-Poderoso. Se for assim, isso significa que as condições existentes no nosso sistema solar são produto, não do acaso, mas de um projeto intencional. O Criador nos deixou um relatório, por assim dizer, dos passos que ele deu para tornar possível a vida na Terra. Talvez se surpreenda de saber que os eventos na história do Universo descritos nesse relatório, embora ele tenha sido feito uns 3.500 anos atrás, correspondem basicamente ao que os cientistas acreditam que deve ter ocorrido. Esse relatório está no livro bíblico de Gênesis. Veja o que ele diz.

O papel da Lua

Desde a antiguidade, a Lua fascina a humanidade. Ela tem inspirado poetas e músicos. Por exemplo, um antigo poeta hebreu referiu-se à Lua como estando ‘firmemente estabelecida por tempo indefinido e como fiel testemunha no céu nublado’. — Salmo 89:37.

Um importante fator da influência da Lua sobre a Terra é sua força gravitacional, que provoca o fluxo das marés. Acredita-se que o movimento das marés seja fundamental para as correntes marítimas, que, por sua vez, são vitais para os nossos padrões climáticos.

Outra função básica da Lua é estabilizar, por meio de sua força gravitacional, o eixo da Terra com respeito ao plano de órbita da Terra em volta do Sol. Segundo a revista científica Nature, sem a Lua, a inclinação do eixo da Terra oscilaria “de 0 [graus] a 85 [graus]” por longos períodos. Imagine se o eixo da Terra não fosse inclinado! Não teríamos a agradável mudança de estações e sofreríamos com a falta de chuva. A inclinação da Terra também evita que as temperaturas fiquem tão extremas a ponto de impossibilitar a nossa sobrevivência. “Devemos a nossa atual estabilidade climática a uma circunstância excepcional: a presença da Lua”, conclui o astrônomo Jacques Laskar. Para cumprir seu papel estabilizador, a Lua é grande — relativamente maior do que as luas dos planetas gigantes.

De acordo com o escritor do antigo livro de Gênesis, ainda outra função do satélite natural da Terra, a Lua, é servir de luz noturna. — Gênesis 1:16.

Nosso inigualável sistema solar — como surgiu?

MUITOS fatores se combinam para tornar inigualável a nossa localização no Universo. O nosso sistema solar fica entre dois dos braços espirais da Via-Láctea, numa região de relativamente poucas estrelas. Quase todas as estrelas que vemos à noite estão tão distantes de nós que, mesmo quando são vistas por meio dos maiores telescópios, continuam meros pontinhos de luz. É assim que tinha de ser?

Se o nosso sistema solar ficasse perto do centro da Via-Láctea, sofreríamos os maus efeitos de estar no meio de uma grande concentração de estrelas. É provável que a órbita da Terra, por exemplo, ficasse desordenada, afetando de modo drástico a vida humana. Pelo visto, o sistema solar está exatamente no lugar certo na galáxia para evitar esse e outros perigos, como o superaquecimento ao cruzar nuvens de gás ou ficar exposto à explosão de estrelas e a outras fontes de radiação mortífera.

O Sol é um tipo de estrela ideal para as nossas necessidades. Sua combustão é constante, ele tem vida longa e não é nem grande nem quente demais. A vasta maioria das estrelas da nossa galáxia são bem menores do que o Sol e não fornecem o tipo apropriado de luz nem a quantidade correta de calor para sustentar a vida num planeta como a Terra. Além disso, a maioria das estrelas estão gravitacionalmente ligadas a uma ou a mais estrelas e giram em torno umas das outras. O Sol, por outro lado, é independente. Seria muito difícil o nosso sistema solar permanecer estável se sofresse a influência da força gravitacional de dois ou mais sóis.

Outra particularidade do nosso sistema solar é a localização dos planetas exteriores gigantes, que têm órbitas quase circulares e não constituem ameaça gravitacional para os planetas interiores do tipo terrestre. Em vez disso, os planetas exteriores executam a função protetora de absorver e desviar objetos perigosos. “Não somos atingidos por uma excessiva quantidade de asteróides e cometas graças à presença, nas imediações, de planetas de gás gigantes, tais como Júpiter”, explicam os cientistas Peter D. Ward e Donald Brownlee no seu livro Rare Earth—Why Complex Life Is Uncommon in the Universe (Excepcional Terra — Por Que a Vida Complexa É Incomum no Universo). Já foram descobertos outros sistemas solares com planetas gigantes. Mas a maioria desses gigantes tem órbitas que seriam perigosas para planetas menores do tipo terrestre.