terça-feira, 27 de abril de 2010

Não Foi Simplesmente o Acaso

 Ao refletir sobre o precedente, eis aqui algumas coisas a ponderar: Foi o acaso não-dirigido que colocou a Terra exatamente na distância certa do sol — sua fonte de energia em forma de luz e de calor? Foi o simples acaso que fez a Terra mover-se em torno do sol exatamente com a velocidade certa, girar em torno de seu eixo a cada 24 horas, e inclinar-se exatamente no ângulo certo? Foi o acaso que forneceu à Terra uma atmosfera protetora e vitalizadora, dotada da mistura exata de gases? Foi o acaso que forneceu à Terra a água e o solo necessários para a produção de alimentos? Foi o acaso que forneceu tantas frutas, hortaliças e outros alimentos deliciosos e coloridos? Foi o acaso que fez existir tanta beleza no céu, nos montes, nos riachos e nos lagos, nas flores, nas plantas e nas árvores, e em tantas outras coisas vivas deleitosas?
 Muitos concluem que tudo isto dificilmente poderia ser obra do acaso não-dirigido. Ao invés, observam a marca inequívoca de projeto ponderado, inteligente e deliberado em toda a parte. Reconhecendo isto, acham ser somente correto que os beneficiários de tudo isso ‘temam a Deus e lhe dêem glória’, porque Ele é “Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”. — Revelação 14:7.

“O Solo Produtivo”



 Um dos escritores da Bíblia descreve a Deus como “Aquele que estabeleceu firmemente o solo produtivo pela sua sabedoria”. (Jeremias 10:12) E este “solo produtivo” — o solo do planeta Terra — é impressionante. A sua constituição evidencia sabedoria. O solo possui qualidades essenciais para o crescimento vegetal. As plantas combinam os nutrientes e a água existentes no solo com o bióxido de carbono do ar, na presença da luz, para produzir alimentos. — Compare com Ezequiel 34:26, 27.
 O solo contém os elementos químicos necessários à sustentação da vida humana e animal. A vegetação, porém, precisa primeiro converter tais elementos em formas assimiláveis ao corpo. Cooperam nisto diminutos organismos vivos. E muitos milhões deles podem ser encontrados numa pitadinha de solo! Possuem formatos incontavelmente diferentes, cada um trabalhando na conversão das folhas e das gramíneas mortas, e de outros resíduos, em uma forma utilizável, ou para afofar a terra, de modo que o ar e a água possam penetrar nela. Certas bactérias convertem o nitrogênio em compostos de que as plantas carecem para crescer. O solo arável é melhorado à medida que minhocas e insetos que se enfiam nele trazem continuamente à superfície partículas do subsolo.
 Na verdade, devido ao emprego errôneo e outros fatores, danifica-se parte do solo. Mas, este dano não tem de ser permanente. A Terra acha-se dotada de espantosos poderes inerentes de recuperação. Pode-se notar isto nas áreas em que incêndios ou erupções vulcânicas devastaram o solo. Com o tempo, estas áreas voltam a florescer de vegetação. E, quando se controla a poluição, o solo é recuperado, até mesmo terras que foram transformadas em áridos desertos. O mais importante de tudo é que, para enfrentar o problema básico por trás da utilização errônea do solo, o Criador da Terra propôs “arruinar os que arruínam a terra”, e preservá-la como o lar eterno que Ele preparou originalmente para a humanidade. — Revelação 11:18; Isaías 45:18.

A Água — Extraordinária Substância

 A Terra contém amplas reservas de água, dotada de propriedades essenciais à vida. É mais abundante do que qualquer outra substância. Entre suas muitas qualidades vantajosas acha-se a de que ocorre em forma de gás (vapor-d’água), de líquido (água), e de sólido (gelo) — tudo no âmbito da variação de temperatura da Terra. Também, os milhares de matérias-primas que os humanos, os animais e os vegetais precisam, têm de ser transportados em forma fluida, tal como o sangue ou a seiva. A água é idealíssima para isto, uma vez que dissolve mais substâncias do que qualquer outro líquido. Sem água, não poderia prosseguir a nutrição, uma vez que os organismos vivos dependem da água para dissolver as substâncias de que se nutrem.
 A água também é extraordinária pela forma em que se congela. À medida que a água contida nos lagos e nos mares se resfria, torna-se mais pesada e afunda. Isto obriga a água mais leve, e mais tépida, a subir. Todavia, à medida que a água se aproxima do ponto de congelamento, tal processo se inverte! A água mais fria então se torna mais leve e sobe. Quando se solidifica em forma de gelo, flutua. O gelo atua como insulante e impede que as águas mais profundas se congelem, protegendo assim a vida marinha. Sem tal qualidade ímpar, a cada inverno mais e mais gelo afundaria a um ponto em que os raios solares não poderiam derretê-lo no verão seguinte. Dentro em pouco, grande parte da água contida nos rios, lagos e mesmo nos oceanos se tornaria gelo compacto. A Terra se transformaria num planeta gelado que seria inóspito para a vida.
 É também extraordinário o modo que as regiões bem afastadas dos rios, dos lagos e dos mares recebem a água que sustenta a vida. A cada segundo, o calor do sol transforma bilhões de litros d’água em vapor. Este vapor, mais leve do que o ar, sobe flutuando e forma nuvens no céu. As correntes de vento e de ar movimentam tais nuvens, e, sob as condições propícias, a umidade se precipita em forma de chuva. Mas, as gotas de chuva tendem a aumentar apenas até certo tamanho. Que aconteceria se isto não fosse assim, e as gotas de chuva se tornassem gigantescas? Isso seria desastroso! Em vez disso, a chuva geralmente cai no tamanho exato, e de forma branda, só em casos raros danificando até mesmo uma lâmina gramínea, ou a flor mais delicada. Que projeto majestoso e que mostra consideração é evidente na água! — Salmo 104:1, 10-14; Eclesiastes 1:7.

Nossa Espantosa Atmosfera

 Também ímpar — deveras, espantosa — é a atmosfera que cerca a nossa Terra. Nenhum outro planeta em nosso sistema solar possui uma. Nem a nossa lua. É por isso que os astronautas precisaram de trajes espaciais para sobreviver ali. Mas, na Terra não se precisa de nenhum traje espacial, porque nossa atmosfera contém, na devida proporção, os gases absolutamente essenciais à vida. Alguns destes gases, em si, são mortíferos. Mas, uma vez que o ar contém tais gases em sua devida proporção, podemos inalá-los sem sofrer danos.
 Um de tais gases é o oxigênio, que compõe 21 por cento do ar que respiramos. Sem ele, os humanos e os animais morreriam em questão de minutos. Mas, oxigênio demais poria em risco nossa existência. Por quê? O oxigênio puro torna-se tóxico, se inalado por muito tempo. Ademais, quanto mais oxigênio existir, tanto mais facilmente as coisas se queimam. Se houvesse oxigênio demais na atmosfera, os materiais combustíveis se tornariam altamente inflamáveis. Poderiam irromper com facilidade incêndios, e seriam difíceis de controlar. Sabiamente, o oxigênio acha-se diluído com outros gases, especialmente o nitrogênio, que constitui 78 por cento da atmosfera. O nitrogênio, porém, é muito mais do que um simples diluente. Nas trovoadas, milhões de relâmpagos se sucedem em toda a Terra, a cada dia. Estes relâmpagos fazem com que certa dosagem de nitrogênio se combine com o oxigênio. Os compostos produzidos são transportados para a Terra pela chuva, e as plantas os utilizam como fertilizante.
 O bióxido de carbono compõe menos de 1 por cento da atmosfera. Que bem resulta de tão pequena quantidade? Sem ele, a vida vegetal pereceria. Essa quantidade reduzida é a que as plantas carecem para inalar, liberando, em troca, o oxigênio. Os humanos e os animais inalam oxigênio e exalam bióxido de carbono. Crescente porcentagem de bióxido de carbono na atmosfera tenderia a ser prejudicial aos humanos e aos animais. Decrescente porcentagem não poderia sustentar a vida vegetal. Que ciclo maravilhoso, preciso e auto-sustentável foi programado para a vida vegetal, animal e humana!
 A atmosfera faz mais do que sustentar a vida. Serve, também, de escudo protetor. Cerca de 24 quilômetros acima do solo, fina camada de ozônio filtra a radiação solar prejudicial. Sem esta camada de ozônio, tal radiação poderia destruir a vida na Terra. Também, a atmosfera abriga a Terra do bombardeio de meteoros. A maioria dos meteoros jamais atinge o solo, porque eles se queimam em sua descida através da atmosfera, parecendo-nos estrelas cadentes. De outra forma, milhões de meteoros assolariam todas as partes da Terra, resultando em extensivos danos causados à vida e às propriedades.
 Além de ser um escudo protetor, a atmosfera conserva o calor da Terra, impedindo-o de dissipar-se na frigidez do espaço. E a força gravitacional da Terra impede que a própria atmosfera escape dela. Tal força da gravidade é apenas suficientemente forte para realizar isto, mas não tão forte a ponto de prejudicar nossa liberdade de movimento.
 A atmosfera não só é vital para a vida, mas uma das vistas mais lindas que existe é o céu mutante. Seu escopo e sua grandiosidade simplesmente nos deixam atônitos. A Terra acha-se envolta pelos panoramas infindavelmente majestosos e variegados do céu. No oriente, um fulgor dourado anuncia o amanhecer, ao passo que os céus ocidentais dão adeus ao dia em gloriosas exibições róseas, alaranjadas, vermelhas e púrpuras. Nuvens brancas encapeladas, semelhantes a algodão, anunciam um lindo dia primaveril ou estival; um manto outonal de nuvens parecidas à lã de ovelha prenuncia a chegada do inverno. À noite, o céu se apresenta magnífico em seu esplendor estrelado, e uma noite de luar possui uma beleza singular.
 Que estupenda provisão é a nossa atmosfera terrestre, em todo o sentido! Conforme certo escritor comentou, em The New England Journal of Medicine (Revista Médica da Nova Inglaterra): “Considerando-se tudo por tudo, o céu é uma consecução miraculosa. Funciona, e, para o que foi projetado, é tão infalível quanto qualquer outra coisa na natureza. Duvido se um de nós poderia imaginar algum meio de aprimorá-lo, além de mudar ocasionalmente uma nuvem local daqui para lá.”6 Este comentário traz-nos à mente o que certo homem, há milênios, reconheceu quando se viu diante de tais coisas notáveis — que elas são “as obras maravilhosas Daquele que é perfeito em conhecimento”. Queria referir-se, naturalmente, ao “Criador dos céus e o Grandioso que os estendeu”. — Jó 37:16; Isaías 42:5.

Distância Exata do Sol

 Entre as muitas condições precisas que são vitais à vida na Terra acha-se a quantidade de luz e de calor recebida do sol. A Terra obtém apenas ínfima fração da energia solar. Todavia, trata-se exatamente da quantidade certa, exigida para a sustentação da vida. Isto ocorre porque a Terra se encontra precisamente à distância exata do sol — a média de 150.000.000 de quilômetros. Caso a Terra estivesse muito mais próxima ou mais distante dele, as temperaturas seriam ou quentes ou gélidas demais para haver vida.
 A Terra, ao percorrer sua órbita anual em torno do sol, move-se a uma velocidade de uns 107.000 quilômetros horários. Tal velocidade é exatamente a necessária para contrabalançar a atração gravitacional do sol e situar a Terra na distância apropriada. Se tal velocidade fosse diminuída, a Terra seria atraída pelo sol. Com o tempo, a Terra tornar-se-ia um deserto tórrido como Mercúrio, o planeta mais próximo do sol. A temperatura diurna de Mercúrio excede os 315 graus centígrados. Entretanto, se a velocidade orbital da Terra aumentasse, ela se afastaria mais do sol e poderia tornar-se um deserto gelado como Plutão, planeta cuja órbita é a mais distante do sol. A temperatura de Plutão é de cerca de 185 graus centígrados abaixo de zero.
 Ademais, a Terra completa continuamente sua rotação em torno de seu eixo a cada 24 horas. Isto fornece períodos regulares de luz e de escuridão. Mas, e se a Terra girasse em torno de seu eixo, digamos, apenas uma vez por ano? Significaria que o mesmo lado da Terra estaria voltado para o sol o ano inteiro. Esse lado, provavelmente, tornar-se-ia um deserto incinerante, ao passo que o lado sem sol provavelmente se tornaria um ermo com temperaturas abaixo de zero. Poucas coisas vivas, se é que alguma, poderiam existir em tais circunstâncias extremas.
 À medida que a Terra gira em torno de seu eixo, ela se inclina 23,5 graus em relação ao sol. Caso a Terra não fosse inclinada, não haveria mudança de estações. O clima seria o mesmo todo o tempo. Ao passo que isto não tornaria impossível a vida, torná-la-ia menos interessante e alteraria de forma drástica os atuais ciclos de colheitas em muitos lugares. Caso a Terra fosse muito mais inclinada, haveria verões extremamente quentes e invernos insuportavelmente frios. Mas a inclinação de 23,5 graus enseja a mudança deleitosa de estações, com sua pitoresca variedade. Em muitas partes da Terra, há primaveras revigorantes, em que as plantas e as árvores despertam e lindas flores desabrocham, verões quentes que permitem todo tipo de atividades ao ar livre, climas frescos de outonos, com esplendorosa exibição de folhas que mudam de cor, e invernos com lindas paisagens de montes, de florestas e de campos cobertos de neve.

Evidências de um planeta ímpar



NOSSO planeta Terra é deveras uma maravilha — uma jóia rara e linda no espaço. Houve astronautas que relataram que, vistos do espaço, os céus azuis e as nuvens brancas da Terra “a tornavam, sem comparação, o objeto mais convidativo que poderiam ver”.1
 Entretanto, há muito mais do que simplesmente beleza. “O maior de todos os enigmas científicos cosmológicos, confundindo todos os nossos esforços de compreendê-lo, é a Terra”, escreveu Lewis Thomas, na revista Discover (Descobrir). Acrescentou: “Somente agora estamos começando a avaliar quão estranha e esplêndida ela é, como nos deixa sem fôlego, o objeto mais adorável que flutua ao redor do sol, abrigado em sua própria bolha azul de atmosfera, fabricando e inalando seu próprio oxigênio, fixando seu próprio nitrogênio do ar em seu próprio solo, e gerando seu próprio clima.”2
 É também de interesse o seguinte: Dentre todos os planetas de nosso sistema solar, foi apenas na Terra que os cientistas encontraram vida. E quantas variedades maravilhosas e abundantes de coisas vivas existem — organismos microscópicos, insetos, plantas, peixes, aves, animais e humanos. Ademais, a Terra é um amplo depósito de riquezas que contém tudo que é necessário para sustentar toda esta vida. Deveras, como o expressou o livro The Earth (A Terra): “A Terra é a maravilha do universo, uma esfera ímpar.”3
 Para ilustrar quão ímpar é a Terra, imagine-se num deserto árido, desprovido de toda a vida. Subitamente, depara com uma linda casa. A casa é provida de ar condicionado, aquecimento, encanamento hidráulico e eletricidade. Seu refrigerador e seus armários estão repletos de alimentos. Seu porão contém óleo combustível e outros suprimentos. Agora, suponhamos que perguntasse a alguém de onde tudo isto tinha vindo, num deserto tão árido. Que diria se tal pessoa lhe respondesse: “Simplesmente apareceu ali por acaso”? Creria nisso? Ou teria como certo que a casa teve um arquiteto e construtor?
5 Todos os outros planetas perscrutados pelos cientistas acham-se desprovidos de vida. Mas a Terra pulula de vida, sustentada por sistemas bem complexos que fornecem luz, ar, calor, água e alimento, tudo em primoroso equilíbrio. Mostra evidência de ter sido feita especialmente para alojar de forma confortável as coisas vivas — como uma magnífica casa. E, é lógico, conforme argúi um dos escritores da Bíblia: “Cada casa . . . é construída por alguém, mas quem construiu todas as coisas é Deus.” Sim, a “casa” infinitamente maior e mais surpreendente — nosso planeta Terra — demanda a existência dum arquiteto e construtor notavelmente inteligente, Deus. — Hebreus 3:4.
6 Quanto mais os cientistas examinam o planeta Terra e a vida nele, tanto mais discernem que foi deveras magnificamente projetado. A revista Scientific American (Americano Científico) expressa sua admiração: “Ao examinarmos o universo e identificarmos os muitos acasos da física e da astronomia que operaram juntos para nosso proveito, parece quase como se o universo tivesse, em algum sentido, sabido que nós viríamos.”4 E a revista Science News (Notícias de Ciência) admitiu: “Parece que tais condições determinadas e precisas dificilmente poderiam ter surgido por acaso.”5

Terra

O quinto maior planeta do sistema solar e o terceiro pela ordem de afastamento do sol. Trata-se dum elipsóide oblato, isto é, ligeiramente achatado nos pólos. Observações feitas por satélites indicaram outras ligeiras irregularidades no formato da terra. A massa da terra está em torno de 5,98 × 1024 kg. Sua área é de cerca de 510.000.000 de km2. Suas medidas, no equador, são (aproximadamente): pouco mais de 40.000 km de circunferência e 12.750 km de diâmetro. Os oceanos e os mares cobrem aproximadamente 71 por cento de sua superfície, deixando uns 149.000.000 de km2 de terra firme.
A terra gira em torno do seu eixo, o que resulta no dia e na noite. (Gên 1:4, 5) O dia solar ou dia aparente é um período de 24 horas, ou seja, é o tempo que leva para um observador situado em qualquer dado ponto da terra estar novamente na mesma posição em relação ao sol. Em média, a duração do ano trópico, que diz respeito ao retorno das estações, isto é, o intervalo entre dois retornos consecutivos do sol ao equinócio vernal, é de 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Este é o dado usado no cálculo do calendário que tem como base o ano solar, e sua natureza fracionada causa muita dificuldade na elaboração dum calendário exato.
O eixo da terra inclina-se 23° 27′ em relação a uma perpendicular com sua órbita. O efeito giroscópico de rotação sustenta o eixo da terra basicamente na mesma direção em relação às estrelas, não importa sua localização em sua órbita em torno do sol. Esta inclinação do eixo resulta nas estações.
A atmosfera da terra, composta principalmente de nitrogênio, oxigênio, vapor de água e outros gases, estende-se por mais de 960 km acima da superfície terrestre. Além deste ponto fica o que se chama de “espaço exterior”.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Somente os Estados Unidos possuem suficientes ogivas nucleares capazes de destruir 12 vezes todo homem, mulher e criança que existe na terra.

A Era da Supermatança

Logo outras nações desenvolveram armas atômicas, e, à medida que aumentaram as tensões internacionais, iniciou-se a corrida das armas nucleares. Aperfeiçoaram-se mais bombas, e bombas maiores. A lançada sobre Hiroxima, apelidada “Little Boy” (Garoto), tinha um poder explosivo igual a 13 mil toneladas de TNT. Todavia, isto era deveras um “garoto” em comparação com as bombas atuais. Algumas, já testadas, eqüivalem a 60 milhões de toneladas de TNT!
Dezenas de milhares destas bombas, de vários tamanhos, estão estocadas em muitos arsenais. Somente os Estados Unidos possuem suficientes ogivas nucleares capazes de destruir 12 vezes todo homem, mulher e criança que existe na terra. Mas a potência de fogo é apenas um destes desenvolvimentos alarmantes.
Talvez se sinta um tanto seguro, sabendo que está a milhares de quilômetros de distância dum país desamistoso. Atualmente, contudo, há sistemas equipados para fazer com que as ogivas atômicas atinjam seus alvos com uma exatidão que desafia a própria imaginação. Mísseis que levam até oito ogivas atômicas separadas podem agora percorrer 9.650 quilômetros e cair num raio de 450 metros do alvo. Logo conseguirão cair a apenas alguns metros! É claro que ninguém na terra pode realmente sentir-se seguro ou “fora do alcance” dessas armas.
Para aumentar ainda mais a capacidade de causar supermatança, algumas nações se equiparam de armas químicas e biológicas (bacteriológicas). “Novos aerossóis da morte”, relata certa autoridade, “estão sendo fabricados, cujas diminutas gotículas podem provocar ataques cardíacos”. Um grande cientista que devotou muito tempo ao estudo do assunto soou o aviso: “A GB [Guerra Biológica] ainda constitui enorme ameaça para o mundo.”
“Uma arma ainda mais assustadora do que a nuclear”, é como o Presidente soviético, Leonid Breznev, descreveu os recentes desenvolvimentos bélicos. Instou que se “proscrevesse a criação de novos tipos de armas de destruição em massa”. Muitos acham que ele falava da “guerra meteorológica”, a provocação de mudanças ambientais para destruir o inimigo. O jornal soviético Red Star avisou sobre “o perigo excepcional para o mundo inteiro” como resultado de se mexer no meio ambiente “para fins militares destrutivos”. Teme-se que um país possa provocar enchentes, secas, terremotos, tufões, até mesmo furacões, no território inimigo. Quando se considera que um furacão contém a energia de 1 bilhão de toneladas de TNT, 16 vezes mais potente do que a maior bomba nuclear, tal guerra meteorológica pode ser tremendamente destrutiva.
Obviamente, o homem já tem, à sua disposição, os meios de destruir-se e deixar esta terra como um monturo radiativo. Todavia, desde 1945, as armas nucleares não têm sido usadas em guerras. Por este motivo, muitos se sentem seguros, imaginando que o mundo jamais verá uma guerra atômica total, que, segundo alguém que ajudou a desenvolver tal bomba, Albert Einstein, significaria “o aniquilamento de toda a vida na terra”.

Relato Duma Testemunha Ocular

“Alguém gritou: ‘Está caindo um pára-quedas!’ Minha reação foi virar-me para a direção por ele apontada”, começou dizendo uma senhora que estava em Hiroxima. Continuou: “Naquele exato momento, o céu, que eu contemplava, se apresentava chamejante. Não sei como descrever aquela luz. Fiquei imaginando se meus olhos haviam pegado fogo.
“Não me lembro do que surgiu primeiro — o lampejo de luz ou o som duma explosão que trovejava até no meu íntimo. De qualquer forma, no instante seguinte fui derrubada, ficando esticada no chão.
“Logo notei o terrível cheiro que pairava no ar. Daí, fiquei abalada com a sensação de que a pele de meu rosto se descolara. Daí, a das mãos e dos braços também. . . . toda a pele de minha mão direita se soltara e estava pendurada grotescamente. . . . O que vi sob a ponte era chocante: Centenas de pessoas se debatiam na corrente. Não podia distinguir se eram homens ou mulheres. Todos pareciam iguais. Suas faces estavam inchadas e cinzentas, seus cabelos estavam em pé. Segurando suas mãos no alto, gemendo, as pessoas corriam para o rio.”
Esta senhora presenciou a primeira utilização na guerra do que os jornais chamaram de “o mais aterrorizante engenho de destruição já inventado pelo homem” — a bomba atômica. Embora dezenas de milhares de pessoas fossem mortas instantaneamente, muitos talvez evaporando completamente, aqueles que sobreviveram à explosão inicial se conscientizaram do verdadeiro horror que é a guerra nuclear. Devido à exposição a doses letais da radiação atômica, logo ficaram fisicamente incapacitados, com náusea. Isto levou-os a vomitar sangue, à febre alta, à extrema diarréia, a sangrar pelos intestinos e à agonizante morte em questão de 10 dias. Calculou-se que o tributo total foi de cerca de 140.000 mortes — todas causadas por uma única bomba!
Já se passaram 35 anos desde que surgiu aquela nova era. Somente uma nação possuía então a bomba. Mas, o que aconteceu desde então?

Causará a humanidade sua própria destruição?

ERA um dia claro e ensolarado sobre a cidade nipônica de Hiroxima naquela data fatídica — 6 de agosto de 1945. À medida que a cidade despertou, ninguém, nem mesmo com a mais fértil imaginação, poderia prever a devastação que irrompeu sobre ela às 8,15 daquela manhã.
O que aconteceu foi descrito como “chuva de ruínas, procedente do ar, não se tendo jamais visto sobre a terra algo semelhante”. A humanidade entrara então em nova era bélica, abrindo uma porta a assombrosos meios de destruição em massa.
Será que tal acontecimento teve algo que ver com a vinda, algum dia, do que a Bíblia chama de o “fim do mundo”? Antes de responder, consideremos exatamente por que o que aconteceu naquele dia de agosto era um marco tão temível.

São os desastres “causados por Deus”?

QUANDO um terremoto sacudia o chão debaixo de seus pés, alguns povos antigos criam que uma criatura subterrânea tinha-se movido. Muitos também pensavam que as trovoadas, os relâmpagos e as tempestades eram evidência de conflitos entre seus deuses.
Tentando evitar o desastre, esses povos praticavam religiões que esperavam apaziguassem tais deuses. “Na maior parte da História”, afirma o livro Disaster! When Nature Strikes Back (Desastre! Quando a Natureza Reage), “o homem tem tentado explicar as catástrofes naturais que suportou . . . por meio do folclore, da mitologia, e da religião”.
Nos atuais países de língua inglesa, a frase “ato de Deus” é muitas vezes utilizada num sentido jurídico. Todavia, um jurista do século 19 explicou: “Eu mesmo jamais tive qualquer dúvida de que esta frase não significa um ato de Deus no sentido bíblico do termo . . . Significa uma circunstância extraordinária que não pode ser prevista, e contra a qual não existe proteção.”

Atribuídos ao Sobrenatural?

Visto que as predições são incertas e a prevenção não é realmente possível, muitos culpam os poderes sobre-humanos, fora do domínio físico. O livro Disaster! comenta: “Numa cultura que já tentou fazer com que tudo seja predizível, a violência da natureza é a única variante, a única excentricidade, que ninguém consegue explicar ou prevenir.”
Pouco é de admirar, então, que muitos atribuam a Deus os desastres naturais. Mas, será isso correto? São os desastres realmente “causados por Deus”?

A Prevenção dos Desastres Naturais



Os peritos pouca esperança oferecem de prevenção de tais desastres. Efetivamente, de acordo com o livro Natural Disasters: Acts of God or Acts of Man? (Desastres Naturais — São Causados por Deus ou pelo Homem?), “as pessoas transformam seu meio ambiente, para fazê-lo mais propenso a alguns desastres, e comportam-se de modo a tornarem-se mais vulneráveis”.
A título de exemplo, nas áreas apinhadas do mundo, não raro se despe o solo da vegetação, tornando mais prováveis as secas e enchentes. Além disso, existem incontáveis exemplos de pessoas que vivem em áreas propensas a desastres, e que deixam de agir de acordo com os avisos oficiais.
Pode-se fazer algo para frear as forças naturais geradoras de tais desastres? Em conexão com terremotos, os cientistas observaram que bombear líquidos num poço profundo provocava pequenos tremores na área. Por tal meio, esperam liberar a tensão da crosta terrestre e minimizar os sismos. Mas até agora tiveram muito pouco êxito. Como conclui o livro Disaster! (Desastre!): “Na atualidade, não se sabe o suficiente quanto à segurança desse processo . . . para justificar seu emprego em áreas densamente povoadas.”
Outras tentativas de evitar desastres naturais não se provaram melhores. Considere o que se tem tentado com os furacões. Já por cerca de 25 anos, algumas aeronaves sobrevoam o olho de furacões a fim de “semear” substâncias químicas neles, para tentar dissipar a força da tempestade. Todavia, os furacões continuam a produzir morte e devastação.

Prever Desastres Naturais

Tem havido considerável êxito em se predizer os desastres naturais, como os que podem ser causados por furacões. No Caribe, “a probabilidade de um aviso precoce” aumentou “quase 100 por cento”, diz certo informe. E acrescenta: “A maioria das previsões podem dar um aviso com 24 horas de antecedência, e indicar a força da tempestade.”
O aviso antecipado de outros tipos de desastre é muito mais difícil de se obter. Mas, em certa ocasião, os chineses tiveram êxito em prever um terremoto. Por observarem o comportamento peculiar dos animais numa área da província de Liaoning, as autoridades foram alertadas para uma catástrofe impendente. Evacuaram a cidade de Haicheng. Logo depois, ocorreu um terremoto, devastando 90 por cento da cidade. Por acatarem o aviso, houve perda mínima de vidas.
Entretanto, as predições de terremotos raramente são precisas o bastante para uma evacuação de emergência. Um exemplo disso foi o terrível tributo, oficialmente fixado em 242.000 vidas, do sismo de Tang-shan em 1976, na China. Os cientistas podem localizar muitas áreas de perigo, mas não podem predizer exatamente quando assolará um terremoto. Assim, enquanto que o terremoto de 1985 no México não foi “nenhuma surpresa para os sismólogos”, como dizia certa notícia, ainda assim provocou enorme devastação.

Aprendem-se Valiosas Lições

Uma vez conhecida a causa, as atenções se voltam para a prevenção de similares catástrofes. O incêndio do estádio de futebol em Bradford teve como causa o lixo sob as arquibancadas, pelo visto incendiado por um cigarro ou fósforo aceso. Em resultado disso, as autoridades formularam linhas mestras para melhorar a segurança nas praças esportivas.
No aeroporto de Manchester, na Inglaterra, o incêndio num jato impediu que levantasse vôo, matando 55 pessoas. Como resultado, o olho crítico se voltou para os processos de evacuação das aeronaves. Também, examinou-se cuidadosamente as poltronas e outros objetos à prova de fogo usados nas cabines dos aviões.
Assim, aprendem-se valiosas lições pelo exame cabal das causas dos desastres. A negligência, o trabalho malfeito, o design falho, e outros fatores, mostram como o elemento humano figura de forma destacada nas calamidades provocadas pelo homem.
Mas, que dizer dos desastres naturais? Que revelam as pesquisas sobre suas causas?

Localizar as Causas Básicas

Uma vez aconteça um desastre, inicia-se uma investigação cabal de suas causas, e esta talvez leve semanas ou meses. Houve negligência, alguma falha no design dos seus mecanismos, ou até sabotagem? Deu-se aviso adequado? Quais eram os processos de segurança recomendados? Será que alguém quis tomar atalhos?
As pretensões das vítimas que procuram indenização dependem de a quem cabe a responsabilidade. Num vazamento de gás, numa fábrica de pesticidas em Bhopal, na Índia, descrito como “o pior acidente industrial da História”, mais de 1.700 pessoas foram dadas oficialmente como mortas, havendo cerca de 200.000 feridas. O total das indenizações ultrapassava alegadamente o ativo dessa indústria química na Índia. Havendo tantos interesses em jogo, localizar a causa e distribuir a culpa é algo trabalhoso.
As grandes aeronaves da atualidade levam dois registradores de vôo, ou caixas-pretas, como são chamados. Um deles alista pormenorizadamente dezenas de bits de informação sobre o desempenho da aeronave a cada segundo. O outro é um gravador das vozes na cabina de comando, contendo as comunicações feitas pela tripulação até bem no momento do desastre. Estas caixas-pretas são tão vitais para ajudar a determinar a causa dos acidentes aéreos que fazem-se enormes esforços de recuperá-las.
Os investigadores também interrogam os sobreviventes, em busca de indícios da causa dum desastre. No Japão, uma comissária de bordo, que não estava em serviço, sobreviveu ao pior desastre aéreo de per si no mundo. Ela pôde fornecer aos peritos importantes detalhes sobre o vôo do jato, nos empenhos deles em determinar a causa dessa tragédia que ceifou 520 vidas.

Desastres — procuram-se as suas causas

“PIOR ano da história”, estampava a manchete do jornal The Times, de Londres, sobre os desastres aéreos em 1985. O total de mortos, de cerca de 2.000, confirma ter sido este o ano mais trágico da História quanto às mortes na aviação.
O pior incêndio já ocorrido num estádio inglês de futebol trouxe calamidade para a cidade de Bradford, na Inglaterra, em maio de 1985. As chamas grassaram pelas arquibancadas de madeira que comportavam 3.000 torcedores, deixando 55 mortos e centenas de feridos.
Em outras partes, no ano passado, as catástrofes naturais provocaram tremendas perdas de vida. O terremoto em setembro último, na Cidade do México, matou mais de 9.000 pessoas. Semanas mais tarde, na Colômbia, enorme deslizamento de lama, resultante da erupção do vulcão Nevado del Ruiz, virtualmente apagou do mapa a cidade de Armero, matando mais de 20.000 pessoas.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Avisos não Acatados

Por estar-se aproximando a colheita da cana-de-açúcar, os comerciantes de Saint Pierre garantiram às pessoas que não havia nenhum perigo. Os políticos, preocupados com a vindoura eleição, não queriam que as pessoas começassem a fugir dali, de modo que as declarações deles tinham o mesmo teor. Os líderes religiosos cooperaram, dizendo a seus paroquianos que tudo ia bem. Daí, em 8 de maio, o monte Pelée entrou em erupção, com tremendo estrondo. Nuvens negras, superaquecidas, baixaram sobre Saint-Pierre, e cerca de 30.000 pessoas morreram.
Por muitas gerações, o monte Sta. Helena, situado no estado de Washington, EUA, era um quadro de paz e serenidade. Aquela área estava repleta de ampla variedade de vida selvagem, e era ideal para longas caminhadas e a pesca. Mas, então, em março de 1980, surgiram sinais de perigo, em forma de numerosos tremores de terra e pequenas erupções de vapor. Já no início de maio, o monte apresentava maior atividade vulcânica. As autoridades locais e estaduais começaram a soar avisos de perigo para as pessoas localizadas na área do vulcão.
Ainda assim, várias pessoas permaneceram naquela área, enquanto que outras ignoraram letreiros que avisavam para não se penetrar na área de perigo. Subitamente, bem cedo pela manhã do domingo, 18 de maio, houve uma tremenda explosão que lançou pelos ares uns 400 metros do topo do monte e fez chover a destruição sobre plantas e animais, bem como sobre cerca de 60 humanos que deixaram de acatar os avisos dados.
Em contraste, em novembro de 1986, o monte Mihara, na ilha de Izu-Oshima, no Japão, entrou subitamente em erupção, ameaçando toda a ilha, junto com sua população de dez mil ilhéus e turistas. Quando foi dada a ordem “Saiam todos agora!”, eles acataram o aviso. Os artigos que seguem, do correspondente de Despertai! no Japão, contam essa história.

Acatar um aviso pode salvar-lhe a vida



Do Correspondente de Despertai! no Japão
O AVISO pode ser uma placa de trânsito que diga “Devagar”, “Cuidado”, ou “Pare”; ou poderia ser uma luz amarela que fica piscando. Poderia ser encontrado num frasco de remédio ou de veneno. Acatar a tais avisos não traz grandes inconveniências, e poderá salvar-lhe a vida.
No entanto, em certos casos, poderá significar a alteração de alguns planos ou a perda de bens materiais. Avisos de tempestades e de furacões podem exigir que pescadores retornem à praia ou permaneçam no porto, e não trabalhem naquele dia. Os avisos podem significar, não só a alteração de seus planos, mas abandonar sua casa e seus bens, ou de ter de suportar a inconveniência dos abrigos temporários. Às vezes tais avisos não são acatados, com a resultante perda de vidas.
Por exemplo, na primavera setentrional de 1902, tudo ia muito bem na linda ilha de Martinica, no Caribe. Daí, começaram a surgir avisos dum desastre, à medida que o monte Pelée, um vulcão situado a cerca de oito quilômetros de Saint-Pierre, a principal cidade da ilha, entrou em atividade. Por fim, à medida que fumaça, cinzas, e blocos de rocha eram lançados junto com emanações cáusticas, os moradores daquela cidade ficaram apreensivos. As condições continuaram agravando-se, e devia ter ficado patente que estavam na iminência dum perigo real.

O Que Aconteceria Então?



Daí, subitamente, tudo começou a amainar. Embora os troares subterrâneos continuassem por certo tempo, e houvesse alguns breves espasmos, notou-se que havia menos movimento de lava e não havia tanta cinza. Lentamente, ao chegar o fim de maio, a enorme montanha terminou sua espetacular exibição. Já no início de junho, à parte de alguns fios de lava, o vulcão Mayon se tornava mais uma vez um quadro belo, erguendo-se serenamente sobre as verdes e férteis planícies de Albay.
A vida duma menininha será permanentemente influenciada pela erupção. Seu nome, Mayona, será um lembrete constante de que ela nasceu durante o breve despertar da montanha. No ínterim, mais de 20.000 pessoas da zona rural puderam deixar os centros de retirantes. Sua vida tinha sido inteiramente transtornada durante algumas semanas. Tinham abandonado suas casas, imaginando se alguma vez as veriam de novo.
Agora, tais pessoas que moram junto ao vulcão já voltaram para casa e levam uma vida normal. Mas, talvez, estejam mantendo um olho desconfiado em seu gigantesco vizinho, imaginando quando é que novamente trará medo e transtorno à sua vida.
Isto é o que significa viver junto a uma majestosa bomba-relógio

Os Mais Antigos Observam os Porcos Selvagens



No entanto, alguns não ficaram tão preocupados. Certos residentes mais antigos observaram que os porcos selvagens e outros animais ainda não haviam abandonado suas casas nos matagais das encostas do Mayon. Por isso, tais pessoas concluíram que ainda não havia um perigo imediato de uma grande erupção. Um dos mais antigos, segundo relatado, não se dispunha a abandonar sua casa. Por quê? Bem, ele se lembrava de que, em 1968, conseguira sentir o cheiro da fumaça de enxofre emanada do vulcão em erupção. Achava que não havia real perigo até sentir de novo essa fumaça.
No ínterim, continuava a atividade da montanha. Em 15 de maio, grandes explosões e fortes tremores eram discerníveis a cerca de 24 quilômetros de distância. Lançavam-se nuvens de cinzas a 760 metros acima do cume. A lava já havia fluído até a área florestal, e algumas árvores tinham sido incendiadas. Logo depois, pesadas cinzas obrigavam mais pessoas a deixar suas casas. Uma família queixava-se de que não conseguia ingerir sua comida por causa da cinza que caía sobre ela. Aumentava o número de refugiados.
Nuvens carregadas de cinza subiam agora a 1.500 metros no ar. Alegadamente, rochas tão grandes quanto casas estavam sendo lançadas a 183 metros acima da borda da cratera. Correntes de lava incandescente, rubras, continuavam a descer pelas encostas da montanha. No ínterim, 22 centros de evacuação abrigavam mais de 20.000 retirantes.

Em Alerta

Imediatamente, a área entrou em estado de “alerta”. Declarou-se proibida uma zona de perigo de cerca de 6 quilômetros ao redor do topo, e os pequenos povoados ameaçados foram mobilizados para pronta evacuação. O possível perigo de vida era bem real.
À medida que a condição do vulcão se tornava mais ameaçadora, a administração fez o que podia para impedir uma tragédia. Por meio dos veículos noticiosos, disse-se ao povo quais eram os mais prováveis problemas de saúde que deviam esperar, em virtude duma possível evacuação e da própria atividade do vulcão. Foram avisados quanto a fraturas, queimaduras, choque e males respiratórios, bem como sobre a diarréia e outros distúrbios intestinais. As pessoas foram informadas dos perigos de jatos quentes de ar provenientes dos fluxos de lava, rochas incandescentes que rolariam, fissuras provocadas por sismos e mudanças nos cursos das correntes. As pessoas com problemas respiratórios foram avisadas de possíveis chuvas de cinzas.
À medida que a área se preparava para ação, a montanha intensificou lentamente sua atividade. Em 8 de maio, a lava já havia deslizado até a parte média das encostas do sudoeste. Do lado sul, os detritos vulcânicos se acumulavam a cerca de 700 metros abaixo da borda da cratera. Isto envolvia o receio de um deslizamento de lama, no caso de pesadas chuvas. Alguns evacuavam voluntariamente suas casas, e mudavam para abrigos governamentais temporários. Os moradores de certas áreas relatavam poder sentir o ar quente proveniente da lava.

Erupções Passadas

O Mayon já entrou em erupção violenta muitas vezes, não raro provocando perda de vidas. Sua erupção mais destrutiva ocorreu em fevereiro de 1814, quando 1.200 pessoas pereceram nas cidades de Cagsawa, Camalig e Budiao. Na área de Cagsawa, um lembrete de tal desastre é a parte superior de um velha igreja em estilo espanhol. O resto do prédio foi sepultado sob uma saraivada de blocos de pedra e cinzas, junto com os infelizes paroquianos que tinham corrido para ela, esperando escapar da fúria da erupção.
A última erupção ocorreu em 1968. Desde que o Mayon criara a reputação de entrar em erupção a cada 10 anos, muitos ficaram apreensivos quanto ao que o ano de 1978 traria. Em maio, sua pergunta foi respondida! Em 3 de maio, a gigantesca montanha parecia ‘limpar a garganta’, pronta para um despertamento. Durante um período de 24 horas, 12 tremores foram registrados pelas estações observadoras sempre alertas, ao redor do vulcão. Correntes escassas de lava foram observadas no lado sudoeste, enquanto se ouviam estrondos retumbantes e esmagadores. Do topo emergiam vapor branco e gás azul.

Vivem junto a uma bomba-relógio!



GOSTARIA de viver junto a uma bomba-relógio? Uma bomba que poderia explodir a qualquer hora, com tremenda fúria destruidora? “Não é lá uma perspectiva muito agradável”, diria? Todavia, essa é a situação de milhares de pessoas que vivem nas cidadezinhas e barrios (pequenos povoados) ao redor do majestoso vulcão Mayon, na região de Bicol, nas Filipinas.
A quase todo o tempo, o elevado Mayon, de 2.400 metros de altitude, permanece sereno e pacífico sobre as férteis planícies verdejantes de Albay, na parte sul da ilha de Luzón. A montanha, de formato perfeito, possuindo um cone completamente regular, domina o cenário por quilômetros ao redor, e é, para muitos, o próprio símbolo da região de Bicol. Mas, às vezes, esta bomba-relógio explode. Com o passar dos anos, milhares de vidas foram ceifadas pela montanha ardente, quando a serenidade da região terminou devido à lava incandescente, cinzas rubras e enormes blocos de pedra cauterizantes, lançados com inimaginável força sobre as indefesas habitações de bambu ali embaixo.
Por isso, muitos residentes antigos dessa área têm uma história para contar sobre vulcões. E outro capítulo dela foi acrescentado em 1978. Inúmeras vidas foram temporariamente perturbadas, à medida que a bomba-relógio parecia tiquetaquear de novo.

O Ecossistema Florestal



“Uma floresta natural é um ambiente extremamente complexo”, disse Jack Shepherd, autor da obra The Forest Killers, “havendo centenas de espécies de plantas, cada uma ocupando seu próprio nicho e cada uma provendo nichos para muitas espécies de animais” Deixada em paz, uma floresta pode, em ciclos quase que sem falhas, prover suas próprias necessidades. Acha-se dotada dum sistema notavelmente eficaz de reciclagem da matéria morta em substâncias minerais que, por fim, nutrem as plantas florestais. Em seu estado natural, pouquíssimos dos minerais nutritivos de que vive uma floresta são despejados nos rios e nos riachos.
É interessante que certas espécies de mosquitos permanecem no topo das árvores. Será isso importante? Bem, pensa-se que as moléstias transmitidas por insetos, tais como a febre amarela e a malária, não se tornaram um flagelo para o homem senão depois de este ter devastado as florestas do mundo. Quão delicado é o equilíbrio dum ecossistema florestal!

Motivo de Alarme



Quem é responsável por esta exploração destrutiva? No Amazonas; grande parte da responsabilidade cabe a frigoríficos multinacionais que esperam criar grande quantidade de gado barato para a mesa dos países mais desenvolvidos. Mas, quer se trate de abate de madeira ou criação de gado bovino, prossegue a devastação. Assim sendo, muitos cientistas de peso crêem que, por volta do fim do século, grande parte da bioma das florestas tropicais úmidas terá sido reduzida a restos empobrecidos — se não tiver sido inteiramente destruída.
Há vozes que se erguem alarmadas. Devido à pilhagem a que a floresta úmida da Amazônia está sendo submetida, certo escritor avisou: “A destruição dos ecossistemas existentes transtornaria toda forma de equilíbrio ecológico delicado e envolveria a destruição irreversível duma enorme fonte de oxigênio que é crucial para a sobrevivência da biosfera.” Tem-se dito que a situação ali é “o maior desastre natural, em gestação, deste século”, e afirma-se “representar incalculável ameaça à humanidade”.
Os cientistas que estudam os efeitos da devastação florestal sobre os padrões climáticos mundiais estão preocupados. Prevêem duas possibilidades: Ou uma tendência para o aquecimento global — o que elevaria as temperaturas médias em cerca de 1°C nos próximos 70 anos, possivelmente “derretendo as calotas polares e elevando os níveis dos mares em mais de 7 metros” — ou um resfriamento global, uma vez que o atual índice de devastação florestal faria que a superfície da Terra ficasse “mais brilhante”, provocando maior reflexo da luz solar.
Um efeito adicional poderia ser uma alteração dos padrões pluviométricos, que poderia provocar a seca persistente nas principais áreas agrícolas da Europa e da América do Norte. O livro The Forest Killers (Os Assassinos das Florestas) declarou: “Em suma, estamos matando a própria coisa que nos sustenta de ar e de água.”

Responsabilidade Humana

Usa-se, hoje em dia, a madeira num surpreendente número de formas. Considere, a título de exemplo, apenas uma cadeia de restaurantes tipo expresso. Simplesmente para receptáculos de bebida e comida, guardanapos e canudinhos, esta cadeia utiliza todo ano o equivalente a mais de 815 quilômetros quadrados de florestas!
Vendo o vasto potencial de lucro, gigantescas multinacionais se apoderaram da maior parte das áreas florestais da Terra e as devastam de forma indiscriminada. Sua política é “cortar e correr”, sem medir as conseqüências.
Moderno equipamento elétrico tornou isso possível, como nunca antes. Ao invés de apresentar machados, uma operação de desmatamento moderno é marcada pelo ruído ensurdecedor de moto-serras. Enormes tratores movidos a diesel juntam as toras, esmagando quaisquer arvoredos que estejam à sua frente. Outro trator, depois de abrir caminho pela floresta, prende com garras maciças de aço o tronco duma árvore e literalmente a arranca com raiz e tudo, assim como arrancaria uma beterraba de sua horta. Tal destruição total é chamada de ‘abate total’. Pode imaginar o que resta duma floresta depois disso?
Especialmente grave é a contínua destruição das florestas tropicais úmidas, consideradas as mais valiosas zonas ecológicas da Terra. Na bacia amazônica, por exemplo, enormes tratores, com pesada corrente entre eles, avançam pela selva luxuriante, deixando uma área sem árvores e arbustos numa questão de horas. Por quê? Uma finalidade é preparar a terra para pastagem. Outra é a exploração da madeira. Os madeireiros abatem árvores comercialmente lucrativas e devastam até dois terços do que resta.

Devastação Florestal

Até que ponto já chegou a destruição? Em 1980, a revista Newsweek noticiava: “No tempo que se leva para ler esta sentença, 8 acres [c. 3 hectares] de florestas terão desaparecido.” Continuava: “Até a metade das reservas florestais do mundo talvez já tenham desaparecido desde 1950, e as perdas anuais atingem agora de 1 a 2 por cento — 25 a 50 milhões de acres [10 a 20 milhões de hectares].” O ecologista Erik Eckholm declarou: “É seguro afirmar que, a cada ano, destrói-se um país do tamanho de Cuba.”
Os informes indicam agora que dois terços das áreas florestais originais da América Latina já foram devoradas. Na África, a metade das reservas florestais já pereceu. Um quarto das florestas da Tailândia já foi consumido apenas nos últimos dez anos. Nas Filipinas, um sétimo da área coberta por árvores foi devastada nos últimos cinco anos. A lista poderia prosseguir indefinidamente. Na verdade, os produtos de madeira devem continuar a ser utilizados, mas é muito trágico observar estes tremendos recursos serem explorados de forma tão desperdiçadora.

Podem ser salvas as nossas florestas?

Do correspondente de “Despertai!” no Canadá
QUE prazer revigorante é andar no meio duma linda floresta! É assombroso contemplar como tais árvores majestosas elevam suas copas piramidais imponentes até a abóbada azul lá em cima. Pisando no chão almofadado de musgo e agulhas, fica-se imaginando que algumas árvores atualmente vivas eram simples plantinhas novas quando o Filho de Deus caminhou pela terra, há 19 séculos.
No meio de tal grandiosidade natural, sente-se uma paz e serenidade que não é encontrada na artificialidade de nosso mundo moderno. Como certo escritor se expressou: “Talvez a recuperação do corpo e do espírito seja o maior dos serviços prestado por nossas florestas.” Que desperdício insensato, então, é quando as colinas e os vales, outrora cobertos de florestas, são transformados num lugar ermo, de árvores despedaçadas e de tocos! Todavia, isto é o que está acontecendo — em todo o mundo!

terça-feira, 20 de abril de 2010

O recuo das plataformas de gelo

Em anos recentes, porém, o degelo acelerado reduziu o tamanho de várias plataformas de gelo e algumas delas desapareceram por completo. Segundo um informe, em 1995, um pedaço de 1.000 quilômetros quadrados da plataforma de gelo de Larsen, que tinha uns 1.000 quilômetros de extensão, entrou em colapso e se rompeu em milhares de icebergs.

Até o momento, a região afetada pelo recuo do gelo é a península Antártica, uma continuação em forma de “S” da cordilheira dos Andes, da América do Sul. A península sofreu um aumento de temperatura de 2,5 °C ao longo dos últimos 50 anos. Em resultado disso, a ilha de Ross, que antes estava cercada pelo gelo, agora pode ser circunavegada. O recuo do gelo também causou um drástico aumento na vegetação.

Visto que só na península Antártica ocorreu degelo significativo, alguns cientistas não estão convencidos de que isto indique um aquecimento global. Porém, segundo um estudo norueguês, o gelo do Ártico também está recuando. (Visto que o Pólo Norte não está num continente, a maior parte do gelo ártico é água do mar congelada.) Segundo certo estudo, todas essas mudanças se encaixam nos resultados preditos para o aquecimento global.

Mas a Antártida faz mais do que apenas responder às mudanças de temperatura. O continente já foi descrito como “o motor vital que impulsiona a maior parte do clima global”. Se for assim, os futuros padrões climáticos poderão ser afetados se o continente continuar sofrendo mudanças.

Enquanto isso, há sobre a Antártida um buraco na camada de ozônio, duas vezes maior que a Europa. O ozônio, uma forma de oxigênio, protege a Terra contra a nociva radiação ultravioleta que causa danos aos olhos e câncer de pele. Devido ao aumento da radiação, os pesquisadores na Antártida têm de proteger a pele contra o sol e usar óculos de proteção ou de sol com revestimento especial para proteger os olhos. Só o tempo dirá até que ponto a vida selvagem sazonal da Antártida está sendo afetada.

Antártida: um continente ameaçado

PARA os astronautas que vêem a Terra do espaço, diz o livro Antarctica: The Last Continent (Antártida: O Último Continente), a característica mais marcante do nosso planeta é a calota de gelo da Antártida. Ela “emite luz como uma grande lanterna branca na parte debaixo do planeta”, afirmam os astronautas.

Com uns 30.000.000 de quilômetros cúbicos de gelo, a Antártida é uma máquina de gelo de proporções continentais. A neve que cai no continente é compactada e vira gelo. A gravidade o obriga a descer lentamente para a costa e ali ele entra no mar formando plataformas de gelo maciças. — Veja o quadro na página 18.

Quanto vale a vida?

  Toda a discussão sobre o valor da biodiversidade parece indicar que devemos preocupar-nos com outras formas de vida apenas enquanto essas servirem às nossas necessidades. Mas alguns acham que essa idéia revela falta de visão. O paleontólogo Niles Eldredge menciona o valor inerente da vida: “Nós, humanos, também valorizamos a vida ao nosso redor — espécies bonitas e atraentes, lugares selvagens, maravilhosos e intocados — por seu valor intrínseco. Algo dentro de nós percebe que estamos ligados ao mundo natural, que nos sentimos em paz e temos prazer de estar em contato com ele sempre que possível.”

Para que precisamos de tantas espécies?

Precisamos nos preocupar tanto assim com a diminuição na biodiversidade? Necessitamos mesmo de uma variedade tão grande de espécies? Muitos especialistas respeitados insistem em responder que sim! A riqueza de espécies na Terra fornece alimentos, substâncias químicas úteis e muitos outros produtos e serviços aos humanos. Pense também nos possíveis benefícios que espécies não-descobertas podem trazer à humanidade. Por exemplo, calcula-se que 120 dos 150 principais remédios vendidos sob prescrição médica nos Estados Unidos tenham componentes naturais. Assim, ao exterminar a flora do mundo, a humanidade está perdendo a oportunidade de descobrir novas drogas e substâncias químicas. “Toda vez que uma espécie se extingue, desaparece também uma opção para o futuro”, diz Sir Ghillean Prance, diretor dos Kew Gardens em Londres. “Desaparece uma possível cura para a Aids ou uma planta resistente a vírus. Assim, devemos interromper a extinção das espécies de alguma maneira, não só por causa do planeta, mas por nossa própria causa . . . pelas nossas necessidades, por nossa conveniência.”

Também precisamos de serviços essenciais prestados pelos ecossistemas e dos quais dependem todos os organismos vivos. A produção de oxigênio, a purificação da água, a filtragem de poluentes e a prevenção da erosão do solo são funções vitais realizadas por ecossistemas saudáveis.

Insetos fazem serviços de polinização; rãs, peixes e aves controlam pragas; mexilhões e outros organismos aquáticos limpam nosso suprimento de água; plantas e microorganismos contribuem para a formação do solo. O valor econômico de todos esses serviços é imenso. Uma estimativa conservadora, com base em valores de 1995, indica que a biodiversidade em âmbito mundial presta serviços no valor de cerca de 3 trilhões de dólares por ano.

Apesar de dependermos da biodiversidade, porém, parece que o mundo está passando por um surto de extinções que ameaça a complexa cadeia biológica. Agora, que estamos começando a entender o papel vital da biodiversidade, estamos também provocando mais extinções do que nunca antes na História. Será que os humanos têm condições de resolver o problema? Qual será o futuro da variedade de seres vivos na Terra?

Um surto de extinções

A que ritmo as espécies estão desaparecendo? A resposta é muito imprecisa. Os cientistas não conhecem a maior parte do que está se perdendo. Primeiro, eles têm de determinar quantas espécies existem. Segundo John Harte, cientista ecológico da Universidade da Califórnia, em Berkeley, “existem cerca de um milhão e meio de espécies catalogadas na Terra, mas sabemos que há muitas espécies não catalogadas e o número total provavelmente está entre 5 milhões e 15 milhões”. Alguns aumentam essa estimativa para 50 milhões de espécies, ou mais. É quase impossível determinar o número exato porque “a maioria das espécies estará extinta antes de sequer ser catalogada e descrita”, diz o cientista Anthony C. Janetos.

A ciência moderna mal começou a decifrar os complexos mecanismos ecológicos que permitem que as comunidades naturais continuem subsistindo sem problemas. Se os humanos não sabem quantas espécies existem, como podem entender a complexa cadeia biológica e como ela é afetada pelas extinções? Como podem determinar de que maneira o desaparecimento de uma espécie afetará o sistema de suporte de vida do planeta?

Quando os cientistas tentam calcular o ritmo das extinções, suas estimativas, embora variem, em geral são desanimadoras. “Cerca de 50% da flora e da fauna do mundo pode se extinguir durante os próximos 100 anos”, diz uma escritora. A previsão de Harte é ainda mais pessimista: “Os biólogos estimam que o desmatamento tropical resulte na extinção de metade ou mais das espécies existentes na Terra durante os próximos 75 anos.”

Com base nos cálculos do cientista Stuart Pimm, da Universidade do Tennessee, EUA, a revista National Geographic declara que “11% das aves, ou 1.100 das quase 10.000 espécies do mundo, estão à beira da extinção; é duvidoso se a maioria dessas 1.100 vai continuar existindo muito depois do fim do [século 21]”. A mesma revista declarou: “Uma equipe de botânicos respeitados recentemente relatou que uma em cada oito plantas corre o risco de se tornar extinta. ‘Não me refiro apenas a espécies em ilhas ou em florestas tropicais ou apenas a aves ou grandes mamíferos carismáticos’, diz Pimm. ‘Estou falando de todas as espécies em toda parte. . . . Trata-se de um surto mundial de extinções.’ ”

Diminui a variedade




Infelizmente, apesar da beleza e da variedade das formas de vida, muitos pesquisadores dizem que o homem está causando a extinção das espécies a um ritmo alarmante. Como faz isso?

▪ Destruição do habitat. Essa é a principal causa de extinção. Inclui extração de madeira, mineração, desmatamento para pecuária, bem como construção de represas e rodovias em lugares antes selvagens. À medida que diminui o tamanho dos ecossistemas, as espécies vão ficando sem os recursos de que precisam para sobreviver. Ambientes naturais são fragmentados, degradados e eliminados. Rotas migratórias são afetadas. Diminui a diversidade genética. Populações locais de organismos vivos não conseguem se recuperar de doenças e outros fatores estressantes. Assim, uma após outra, as espécies vão sendo dizimadas.

A extinção de certas espécies pode até iniciar uma reação em cadeia, pois quando uma parte da cadeia biológica é eliminada, outras podem ser afetadas. A extinção de espécies fundamentais — como os polinizadores — pode afetar muitas outras espécies.

▪ Espécies exóticas. Quando o homem introduz uma espécie exótica num ecossistema, ela talvez ocupe nichos ecológicos que eram ocupados por outras espécies. Às vezes, a espécie exótica indiretamente muda tanto o ecossistema que supera espécies nativas, ou então traz doenças contra as quais as espécies nativas não têm defesa imunológica. Em especial em ilhas, onde as espécies ficaram isoladas por muito tempo e não tiveram de disputar o espaço com recém-chegados, os habitantes originais talvez sejam incapazes de se adaptar e sobreviver.

Um exemplo típico é uma alga “assassina”, a Caulerpa taxifolia, que está acabando com outras espécies marinhas no mar Mediterrâneo. Introduzida acidentalmente ao largo da costa de Mônaco, ela já começou a se espalhar pelo leito oceânico. É tóxica e não tem predadores conhecidos. “Podemos estar vendo o início de uma catástrofe ecológica”, diz Alexandre Meinesz, professor de biologia marinha da Universidade de Nice, França.

▪ Superexploração. Ela já causou a extinção de várias espécies. Um caso clássico é o do pombo-passageiro, que era a ave mais populosa da América do Norte no início do século 19. Durante sua migração, bandos de um bilhão de aves ou mais escureciam os céus por dias a fio. Mas no fim daquele século, ele já havia sido tão caçado que estava à beira da extinção. Em setembro de 1914, o último pombo-passageiro morreu num zoológico de Cincinnati, EUA. De modo similar, o bisão-americano, ou búfalo, das Grandes Planícies foi quase extinto pela caça excessiva.

▪ Crescimento da população humana. Em meados do século 19, a família humana tinha uma população de um bilhão. Um século e meio depois e tendo a população da Terra alcançado os seis bilhões, os humanos começam a se perguntar se não vão acabar ultrapassando os limites de seus recursos. Cada ano, à medida que a população humana continua a crescer, espécies se extinguem a um ritmo alarmante.

▪ Ameaça de aquecimento global. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, é possível que a temperatura suba 3,5 °C durante este século. Esse aumento talvez ocorra tão rápido que algumas espécies não sobreviverão. Segundo os pesquisadores, parece que um fator que contribui para a morte dos recifes de coral (que abrigam boa parte da biodiversidade marinha) é o aquecimento da água.

Os cientistas afirmam que o aumento de um metro no nível do mar eliminaria uma grande parte dos mangues costeiros no mundo, que abrigam uma enorme biodiversidade. Alguns acreditam que o aquecimento global está afetando as calotas glaciais da Groenlândia e da Antártida. Se elas derretessem, causariam uma catástrofe ambiental.

A intrincada cadeia biológica

“A variedade de formas de vida é nossa apólice de seguro. Nossa vida e os meios de subsistência dependem dela.” — Programa das Nações Unidas Para o Meio Ambiente.

NA TERRA, existe grande quantidade e variedade de formas de vida. O termo “diversidade biológica”, ou “biodiversidade”, para abreviar, refere-se a todas as espécies do mundo, da menor bactéria às gigantescas sequóias, das minhocas às águias.

Todas essas formas de vida na Terra fazem parte de uma grande cadeia interdependente que inclui elementos não-vivos, como a atmosfera, os oceanos, a água doce, as rochas e o solo do planeta, dos quais os organismos dependem para viver. O conjunto formado por esses organismos vivos e seus habitats é chamado de biosfera, da qual os seres humanos também fazem parte.

A biodiversidade inclui todas as bactérias e outros micróbios. Sabe-se que muitos deles têm funções químicas vitais que mantêm os ecossistemas em funcionamento. A biodiversidade, ou a cadeia biológica, inclui também as plantas verdes que produzem oxigênio pela fotossíntese, captando a energia solar e armazenando-a em forma de açúcares, a fonte básica de energia para a maioria das outras formas de vida.
Com todos os seus estudos e pesquisas, os cientistas ainda não compreendem de forma plena como funcionam os “ecosistemas” da terra (as relações biológicas de que depende a vida). A revista “time” afirma a respeito destes ecosistemas: “Até mesmo o mais simples deles é tão complicado que o maior computador não consegue desvendá-lo plenamente.” — 2 de fevereiro de 1970, p. 62.
Por que as pessoas apreciam sair da cidade para o campo aberto e andar por uma viela agradável? Porque o Criador colocou tal desejo de gozar a criação natural no coração do homem.

Solução Justa




Será que isso soa severo demais? Que julgamento, porém, diria que merece a pessoa que, voluntariamente e a troco de lucro egoísta introduz pequenas doses de veneno no alimento e na bebida de seu vizinho, até que por fim o vizinho adoece e morre? Embora o processo talvez leve anos, ainda não seria assassinato?

É isso que a poluição está fazendo a milhões de pessoas hoje.

A revista alemã Der Spiegel (5 de outubro de 1970) reconheceu este paralelo, dizendo: “Na maior parte, os perigos são invisíveis, despercebíveis; insidiosos — como matar o marido da pessoa com dose diária de arsênico no seu café da manhã.”

Um médico de Francforte, Alemanha, comparando sua cidade ao Vietnam, disse: “Lá metem chumbo nas costelas das pessoas, aqui, elas têm de inalá-lo. A diferença, se vier bem a considerá-la, é apenas no modo de administrá-lo.”

E, lembre-se — em face de toda a evidência crescente, que as pessoas não podem mais alegar ignorância dos efeitos mortíferos deste processo.

Os que preferem ver continuar o atual sistema e forma de vida não mostram nem amor a Deus, o Criador, nem amor ao homem, sua concriatura. Pela conversão gradual da terra em vasto depósito de lixo, os homens mostram crasso desrespeito pelo Criador da terra.

Assim, também, declarou o Filho de Deus: “Não se vendem dois pardais por uma moeda de pequeno valor? Contudo, nem mesmo um deles cairá ao chão sem o conhecimento de vosso Pai.” (Mat. 10:29) Mas, hoje em dia, os homens exterminam inteiras variedades de aves, bem como outras criaturas terrestres e marinhas.

Por meio de tudo isso, zombam das obras criativas de Deus. Aplica-se a regra bíblica: “Não vos deixeis desencaminhar: De Deus não se mofa. Pois, o que o homem semear, isso também ceifara.” (Gál. 6:7) Tendo semeado a morte e a destruição, merecem colher a mesma coisa. Deus promete que colherão.

Por Que São Necessárias Medidas Drásticas




Submeter-se-ão todas as pessoas voluntariamente à regência do reino de Deus, e à execução da vontade de Deus para este planeta Terra? A Bíblia realisticamente mostra que nem todos o farão.

Cristo Jesus avisou que, “assim como eram os dias de Noé, assim será a presença do Filho do homem”. A história bíblica mostra que no tempo de Noé “a terra veio a estar arruinada à vista do verdadeiro Deus, e a terra ficou cheia de violência  . . . porque toda a carne havia arruinado seu caminho na terra”. Lá naquele tempo, os homens arruinavam a terra por meio de sua corrupção moral e violência, tornando a terra impura e repugnante à vista de Deus. Todavia, a maioria deles preferiam arriscar-se à violência e suportar as condições agravantes porque preferiam o modo existente de vida, preferiam-no a submeter-se à vontade justa de seu Criador. O dilúvio global varreu a geração que desafiava a Deus, daquele tempo. Mas, a terra, embora completamente mergulhada na água por certo tempo, sobreviveu, como também um pequeno restante do gênero humano e da vida animal. — Mat. 24:37-39; Gên. 6:11-21.

Hoje em dia, os homens arruínam a terra, não só em sentido moral, mas também em sentido físico, pela desenfreada poluição de seus sistemas básicos e pela sua empedernida desconsideração do dano causado à vida das plantas, dos animais, dos peixes e das aves da terra. Permitirá o Criador que isto continue?

A profecia registrada em Revelação 11:18 fornece a resposta. Prediz a vinda do tempo designado de Deus para executar-se o juízo sobre os oponentes e “arruinar os que arruínam a terra”. Confrontamo-nos agora com o cumprimento dessa profecia. Por certo, vemos o predito ‘arruinar da terra’. E com igual certeza veremos dentro em breve a ação de Deus de “arruinar” os responsáveis por tal dano.

A Solução Predita nas Escrituras




‘Uma sociedade humana com novo conjunto de valores e diferente modo de pensar, governada por um novo sistema de controles mundiais’ — compreende que é exatamente isso que a Bíblia há muito prometeu e predisse? Sim, com esta grande diferença: tais coisas virão, não pelo poder e pela habilidade do homem, mas pelo poder e direção de Deus.

Por certo, se com o passar dos anos e dos séculos os homens demonstraram-se incapazes de solucionar seus problemas (dos quais a poluição é apenas um dos mais recentes), não é realístico e prático voltar-nos para outro lugar? Se não podem solucionar seus problemas em escala pequena — em seus próprios países, estados ou até mesmo cidades — por que confiar cegamente que de algum modo, algum dia, os solucionarão em escala global?

A própria terra, com seus maravilhosos sistemas ecológicos, apresenta testemunho convincente da existência de um Criador todo-sábio, todo-poderoso e amoroso. Por certo, pode prover a orientação e direção necessárias para corrigir as coisas aqui neste planeta em deterioração. Dá Sua promessa solene de fazer exatamente isso. Por que meios?

Na Bíblia, encontramos a promessa de Deus de ‘novos céus e uma nova terra, em que residirá a justiça’. (2 Ped. 3:13) “Novos céus” e “nova terra” são usados figuradamente na Bíblia para descrever uma nova regência celeste e espiritual e uma nova sociedade humana terrestre. É em favor disso que as pessoas oram quando repetem as palavras de Jesus: “Venha o teu reino. Realize-se a tua vontade, como no céu, assim também na terra.” (Mat. 6:10) A Bíblia mostra que o reino de Deus pelo seu Filho trará, deveras, um ‘novo sistema de controles mundiais’ que satisfará todas as necessidades do gênero humano.

Assim, o inspirado apóstolo escreveu que Deus propôs “uma administração no pleno limite dos tempos designados, a saber, ajuntar novamente todas as coisas no Cristo, as coisas nos céus e as coisas na terra”. (Efé. 1:9, 10) Desde a rebelião do homem no Éden, tem havido uma desarmonia entre o homem e seu Criador que tem constituído a raiz de todos os problemas humanos. O reino de Deus eliminará tal desarmonia.

Como se tornará a nossa terra um lar ajardinado?




SE O planeta Terra há de se tornar um lar ajardinado para o gênero humano como se dará isso, e quem o tornara possível?

O que pensam aqueles que estudaram intensivamente o problema ambiental que contribuiria mais para corrigi-lo? Escute o que dizem: “A base de todas as soluções é a necessidade de novo modo de pensar.”? “A maior necessidade talvez seja a mudança de valores.” (Revisita Time) “Precisamos de novas atitudes . . . as de uma sociedade madura e responsável.” — Russell E. Train, conselheiro presidencial sobre ambiente.

Vez após vez, o tema se destaca: há mister de uma alteração do modo de pensar do povo, de suas atitudes, de seu conjunto de valores. Outro tema, porém, corre paralelo a este — a necessidade de supervisão, orientação e controle globais. Escute só:

“Precisamos de um programa e de um plano que abranja todo o nosso planeta e se estenda ao máximo de alcance da capacidade humana no espaço e no tempo.” (Charles A. Lindbergh) ‘Um inteiro sistema novo de controles mundiais tem de ser inventado’ foi a conclusão alcançada por muitos cientistas bem-conhecidos, reunidos em congresso em Aspen, Colorado. — Times de Nova Iorque.

domingo, 18 de abril de 2010

Uma Praga Global

▪ Em 1987, 33 por cento dos leitos de mariscos nos EUA tiveram de ser fechados por causa da poluição.

▪ Sylt, uma ilha de veraneio alemã, no mar do Norte, há muito famosa por suas praias limpas, foi assolada, no último verão setentrional, por uma infestação de algas e de poluição. Uma camada de quase um metro de espuma fedorenta cobria as praias.

▪ Alguns naturalistas ansiavam visitar Laysan, uma remota e desabitada ilha do Pacífico, situada a 1.600 quilômetros do Havaí. Eles encontraram as praias cobertas de restos de plástico e de lixo.

▪ Em todo o mundo, o homem joga anualmente cerca de seis milhões de toneladas de óleo nos oceanos — a maior parte de propósito.

▪ De acordo com o grupo conservacionista Greenpeace, o mar da Irlanda contém mais resíduos radioativos do que todos os oceanos combinados. A contaminação pode ter contribuído para um aumento de 50 por cento das taxas de leucemia ao longo da costa.

▪ As praias de todos os países ao longo do oceano Índico estão assoladas de bolotas de alcatrão formadas pelo óleo lançado ao mar pelos navios-tanques.

▪ Redes perdidas ou jogadas fora, da indústria pesqueira, enredam e matam cerca de 30.000 focas do hemisfério setentrional a cada ano. Apenas os barcos asiáticos perdem, calculadamente, 16 quilômetros de redes toda noite.

▪ Enquanto o Governo italiano dizia que 86 por cento de suas praias eram limpas, os ambientalistas fixavam o índice em 34 por cento. Cerca de 70 por cento das cidades ao longo da costa do Mediterrâneo lançam os esgotos sanitários não-tratados diretamente no mar.

▪ As 20.000 ilhas do Sudeste da Ásia têm sofrido danos causados pela mineração de estanho e pelas explosões realizadas na plataforma submarina, e pelo lançamento de resíduos vindos de terra firme e de navios. O preço: espécies em perigo de extinção, recifes de corais danificados, e praias assoladas de bolotas de graxa e de alcatrão.

▪ A revista Veja, do Brasil, publicou um artigo intitulado “Um grito de socorro”, sobre a poluição das costas e das águas litorâneas do Brasil. O culpado: a incorreta disposição final dos esgotos e a industrialização sem as necessárias precauções.

Preço Alto Demais




O problema do plástico, como o de outros poluentes, é o seu custo em termos de vida. Gigantescas tartarugas-do-mar confundem sacos de lixo flutuantes com as translúcidas e ondulantes medusas — um dos seus pratos favoritos. As tartarugas ou ficam sufocadas com os sacos, ou os engolem inteiros. De qualquer modo, o plástico as mata.

Todos os tipos de vida marinha, das baleias aos golfinhos e focas, ficam enredados em linhas e redes de pesca descartadas. As focas brincalhonas metem o focinho em anéis abandonados de plástico e então, sendo incapazes de retirá-los, ou de sequer abrir a boca, vêm lentamente a morrer de fome. As aves marinhas ficam enredadas nas linhas de pescar e freneticamente se debatem nelas até morrer, ao tentarem soltar-se, e não se trata de casos isolados. O lixo sufoca cerca de um milhão de aves marinhas e cem mil mamíferos marinhos por ano.

A poluição química também contribui com seu quinhão para o tributo de mortes. No verão setentrional passado, focas mortas começaram a dar nas praias do mar do Norte. Em questão de meses, cerca de 12.000 das 18.000 focas das baías do mar do Norte foram exterminadas. O que as matou? Um vírus. Mas há algo mais envolvido. Os bilhões de litros de resíduos regularmente despejados no mar do Norte e no Báltico também desempenharam uma parte, enfraquecendo o sistema imunológico das focas, e contribuindo para tal doença espalhar-se.

Ao passo que a poluição concentra-se especialmente no mar Báltico e no mar do Norte, nos dias atuais um animal teria muita dificuldade em encontrar uma faixa de oceano que não estivesse poluída. Nos longínquos lugares do Ártico e da Antártida, os pingüins, os narvais, os ursos-polares, os peixes e as focas apresentam todos, nos tecidos do corpo, vestígios das substâncias químicas e pesticidas produzidos pelo homem. As carcaças das belugas ou baleias-brancas no golfo de São Lourenço, no Canadá, são consideradas resíduos perigosos, por estarem tão carregadas de toxinas. Na costa atlântica dos Estados Unidos, cerca de 40 por cento dos golfinhos da área morreram em apenas um ano, dando às praias com furúnculos, lesões, e com retalhos de pele se soltando.

Obstruindo um Mecanismo Delicado

A poluição oceânica também sofre outra penalidade. Ela causa uma obstrução mortal a complexos ecossistemas, com resultados aterrorizantes. Por exemplo, os oceanos foram projetados com mecanismos de defesa contra a sujeira. Os estuários e os manguezais na foz dos rios são filtros eficazes, removendo da água as substâncias prejudiciais, antes que ela deságue no mar. O próprio oceano possui tremenda capacidade de renovar-se e de purificar-se das impurezas. O homem, porém, está aterrando os manguezais, sobrecarregando os estuários, e, ao mesmo tempo, lançando resíduos nos oceanos, mais rápido do que estes conseguem absorvê-los.

À medida que os esgotos sanitários e a água das plantações agrícolas correm desimpedidos para os mares, isso superalimenta as algas, que então resultam nas marés vermelhas e marrons, que exaurem o oxigênio da água e matam a vida marinha por quilômetros ao redor. Tais marés estão aumentando em todo o mundo.

O homem tem até mesmo causado poluição de modos jamais dantes imaginados. Por exemplo, existe a poluição térmica. O influxo de resíduos quentes que eleve ainda que ligeiramente a temperatura da água local pode proporcionar o crescimento de organismos que transtornam o ecossistema.

Há também a poluição sonora. De acordo com The New York Times, o homem abalou a quietude do mundo submarino com suas explosões realizadas para estudos sísmicos, com suas perfurações em busca de petróleo, e com seus maciços navios. Os ruídos causam danos aos sensíveis órgãos auditivos dos peixes, das baleias e das focas — talvez até mesmo prejudicando sua capacidade de comunicar-se uns com os outros. O livro Cosmos, de Carl Sagan, afirma que é possível que outrora as baleias pudessem ouvir os sons de baixa-freqüência umas das outras através de milhares de quilômetros do oceano, numa distância tão grande como a entre o Alasca e a Antártida. Sagan calcula que o advento da interferência do ruído humano reduziu tal distância a algumas centenas de quilômetros. “Bloqueamos as baleias”, lamenta ele.

Os oceanos também ilustram quão interligadas se têm tornado as crises de poluição. Por exemplo, devido aos danos causados pelo homem à camada de ozônio da atmosfera da Terra, mais raios ultravioleta atingem os mares e destroem o plâncton que flutua próximo à superfície. Visto que o plâncton absorve o bióxido de carbono, destruí-lo contribui para o aquecimento global conhecido como efeito estufa. Até a chuva ácida entra no quadro, à medida que lança o nitrogênio produzido pelo homem nas águas do mundo, talvez estimulando mortíferos surtos de crescimento de algas. Que teia emaranhada e perigosa o homem tem tecido!

Mas, é o quadro completamente sem esperança? O que acontecerá com nossos oceanos? Estão todos condenados a degenerar-se em charcos sem vida de substâncias químicas e lixo?

A Praga do Plástico

Com o plástico, o homem se vê confrontado com outro prodígio da imaginação que fugiu do controle. Às vezes, parece que a tecnologia não pode existir sem ele. O plástico pode parecer indispensável; e também é virtualmente indestrutível. Quando o homem acaba de usá-lo, tem muita dificuldade de livrar-se dele. O plástico de um pacote de seis latas de cerveja poderia durar entre 450 a 1.000 anos.

Uma forma popular de livrar-se desse material, como talvez tenha imaginado, é lançá-lo no mar. Com efeito, recente relatório calculava que, anualmente, cerca de 26.000 toneladas de embalagens e 150.000 toneladas de itens para pesca são perdidos ou jogados no mar. Segundo a revista U.S.News & World Report, “navios mercantes ou da marinha de guerra descartam-se de 690.000 recipientes de plástico por dia”. Um perito calculou que, mesmo no meio do oceano Pacífico, existem cerca de 50.000 fragmentos de plástico para cada quilômetro quadrado.

Os oceanos não conseguem absorver esta praga de plástico. Geralmente ele flutua intato até que o mar o vomita em alguma praia, onde continua a macular a beleza da Terra. Mas, no ínterim, faz algo muito mais grave.

Um Esgoto Global

Mas, para o homem, eles são mais do que isso. Eles são também um depósito de lixo. Esgotos sanitários, resíduos químicos de fábricas, e as águas carregadas de pesticidas, que escorrem das terras agrícolas, tudo isso segue em direção aos oceanos, via barcaças, rios e tubulações. O homem há muito trata os oceanos como gigantesco esgoto. Mas, agora, o esgoto começou a voltar-se contra ele. Praias de recantos populares ao redor do mundo tiveram de ser interditadas, nos anos recentes, à medida que o lixo dava na praia, numa amostragem repulsiva.

Parafernália de remédios e resíduos de tratamentos médicos, tais como ataduras sujas, agulhas hipodérmicas e frascos de sangue — alguns contaminados pelo vírus da AIDS — ganharam as manchetes, ao emergirem nas praias costeiras do leste dos Estados Unidos. Pelotas de esgotos não-tratados, ratos de laboratório mortos, um revestimento de estômago humano, e alguns itens mais repugnantes, todos mostraram sua horripilante presença. Alguns se tornaram bem comuns.

Tal crise assola as praias do mar do Norte e do mar Báltico, no norte da Europa, do mar Adriático e do Mediterrâneo, no sul da Europa, e até mesmo existe ao longo das praias soviéticas do mar Negro e do oceano Pacífico. Praias têm sido interditadas, uma vez que os banhistas, em tais lugares, arriscavam-se a contrair uma ampla variedade de doenças. Jacques Cousteau, famoso explorador mundial dos oceanos, escreveu recentemente que os banhistas em algumas das praias do Mediterrâneo enfrentavam 30 doenças, que iam dos furúnculos à gangrena. Ele predisse uma época em que ninguém ousaria enfiar a ponta do pé na água.

Os resíduos da humanidade, porém, fazem mais do que fechar praias e causar inconveniências para os nadadores. Seus danos se espalharam às águas mais profundas.

Há vários anos, Nova Iorque começou a despejar a vasa de esgoto que produz, a cerca de 200 quilômetros da costa de Nova Iorque, EUA. Recentemente, de canyons submarinos situados a cerca de 130 quilômetros, pescadores começaram a trazer peixes que apresentavam lesões e escamas podres, e crustáceos e lagostas com a “doença burn spot” — buracos em suas carapaças que pareciam ter sido feitos por maçaricos. Autoridades governamentais negam qualquer relação entre o local de despejo de esgoto e os peixes doentes, mas os pescadores não pensam assim. Um superintendente das docas disse à revista Time que os nova-iorquinos “receberão seu lixo todo de volta nos peixes que estão comendo”.

Os peritos acham que a poluição oceânica está-se tornando rapidamente uma epidemia global; nem se limita às nações industrializadas. Os países em desenvolvimento também estão sob cerco, por dois motivos. Primeiro, os oceanos do mundo são, na realidade, um só grande oceano, com correntes que ignoram fronteiras. Segundo, as nações industrializadas têm-se aproveitado das mais pobres como depósitos para seus resíduos. Apenas nos últimos dois anos, os Estados Unidos e a Europa mandaram cerca de três milhões de toneladas de resíduos perigosos para os países da Europa Oriental e da África. Além disso, alguns empreiteiros estrangeiros constroem fábricas na Ásia e na África sem incluir nelas os sistemas necessários de disposição final dos resíduos.

Oceanos — precioso recurso ou esgoto global?




Vai deslizando, ó tu, oceano profundo e azul-marinho — vai deslizando!

Dez mil frotas te singram em vão;

O homem marca a terra com a ruína — seu controle

Cessa na praia.

De Childe Harold’s Pilgrimage (Peregrinação de Childe Harold), de Lorde Byron.

OUVE época em que tais palavras eram mais do que apenas poéticas; elas eram verdadeiras. Mas isso não mais acontece. Atualmente, as palavras do poeta, que tão bem expressam a vastidão do oceano e sua aparente invulnerabilidade aos insignificantes esforços humanos de conspurcá-lo, soam tão falsas e tão vazias quanto a idéia de que o homem jamais voaria. O controle do homem não mais cessa na praia. Ele tem deixado sua marca no mar, e se trata duma marca feia.

Já foi alguma vez à praia? Caso tenha ido, sem dúvida tem gratas recordações dessa experiência: o brilho da luz do sol sobre a água; a rebentação tranqüilizadora e rítmica das ondas na praia; o nado revigorante; as brincadeiras nas ondas. Só em pensar nisso faz com que anseie a próxima vez, não faz? Mas talvez não exista uma próxima vez. E essa talvez seja a menor de nossas preocupações; o oceano faz mais do que agradar aos nossos sentidos.

Por exemplo, respire fundo. De acordo com The New Encyclopædia Britannica, você deve muito desse ar inalado aos oceanos. Como assim? Ela afirma que as águas deste planeta, especificamente as algas nelas contidas, fornecem cerca de 90 por cento do oxigênio que respiramos. Outros calculam que apenas os microscópicos fitoplânctons dos oceanos fornecem até um terço do oxigênio do planeta. Os oceanos também moderam a temperatura do globo, sustentam uma variedade incrivelmente rica de vida, e desempenham um papel crucial no clima global e nos ciclos da chuva. Em suma, os oceanos são uma chave para a vida neste planeta.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

VÍTIMAS DE LIXO TÓXICO?

  Aos três meses e meio de vida, diagnosticou-se que Michael tinha neuroblastoma, uma forma de câncer. Se fosse apenas um caso isolado, talvez não tivesse sido encarado como algo significativo. Contudo, descobriu-se posteriormente que cerca de 100 outras crianças da mesma região onde ele vivia também tinham câncer. Isso deixou muitos pais apreensivos. Alguns começaram a se perguntar se o número incomum de casos de câncer não teria alguma ligação com as indústrias químicas nas vizinhanças. Uma investigação revelou que uma firma independente, de coleta de resíduos, havia recolhido tambores de líquidos tóxicos de uma das companhias e depositado-os em uma granja de criação de aves desativada, às vezes despejando o conteúdo. Pesquisadores encontraram traços de uma das substâncias nos poços de água locais. É difícil para os pais não relacionar esse fator aos casos de câncer de seus filhos.

Será que os governos terão êxito?




Visto que a destruição do meio ambiente é um problema tão amplo, uma solução eficaz exigiria a cooperação de todos os governos do mundo. Em alguns casos, seus representantes demonstraram coragem elogiável, recomendando mudanças positivas que ajudariam o meio ambiente. Mas a realidade é que as histórias de sucesso são raras.

Um exemplo disso foi a cúpula internacional realizada no Japão em 1997. As nações debateram e discutiram os termos de um tratado de redução de emissões dos poluentes tidos como responsáveis pelo aquecimento global. Por fim, para a surpresa de muitos, chegou-se a um acordo, chamado de Protocolo de Kyoto. Regiões desenvolvidas, como a União Européia, o Japão e os Estados Unidos, reduziriam suas emissões de poluentes em média 5,2% até 2012. As perspectivas eram boas. Em princípios de 2001, porém, o governo norte-americano avisou que estava abandonando o Protocolo de Kyoto. Muitas pessoas ficaram chocadas, visto que os Estados Unidos, com menos de 5% da população mundial, produzem cerca de um quarto das emissões de poluentes. E outros governos estão demorando para ratificar o tratado.

O exemplo acima mostra como é difícil para os governos chegarem a soluções significativas. Não é fácil fazer com que vários governos se sentem à mesa de negociações, e mesmo então não é fácil conseguirem chegar a um consenso quanto a como lidar com questões ambientais. Mesmo quando se assinam tratados, algumas das partes podem mais tarde romper o compromisso firmado. Outros acham difícil fazer cumprir esses acordos. Em certos casos, os governos ou as companhias acham que não têm condições de assumir as despesas envolvidas no processo de restauração do meio ambiente. Em alguns lugares, o problema todo é, pura e simplesmente, a ganância — corporações poderosas pressionam os governos para que não sejam tomadas medidas que reduziriam seus lucros. É bem sabido que muitas empresas e companhias só querem explorar os recursos naturais ao máximo, sem se importar com as conseqüências a longo prazo.

Para complicar a questão ainda mais, nem todos os cientistas estão de acordo acerca da gravidade dos efeitos que a poluição terá sobre a Terra. Assim, aqueles que estabelecem as políticas ambientais dos governos não sabem até que ponto devem restringir o crescimento econômico para controlar um problema que talvez nem seja tão grande como se afirma.

Pode-se dizer que a humanidade está num beco sem saída. Todos sabem que existe um problema e que algo precisa ser feito a respeito. Alguns países se esforçam muito nesse sentido, mas de modo geral, os problemas ambientais estão piorando. Será que o destino da Terra é se tornar inabitável para o homem? No próximo artigo, analisaremos essa questão.

Mais fracassos do que êxitos

O progresso industrial deveria ter facilitado nossa vida e, de fato, em alguns sentidos fez isso. Mas é esse mesmo “progresso” que piora os problemas ambientais da Terra. Apreciamos as invenções e os avanços que a indústria nos dá, mas sua própria produção e o uso deles muitas vezes causa danos em certas partes do mundo.

Veja por exemplo o caso dos veículos motorizados. Eles tornaram as viagens mais rápidas e mais fáceis. Pouquíssimas pessoas gostariam de voltar à era das carroças puxadas por cavalos. Mas os meios de transporte modernos são responsáveis por muitos problemas. Um deles é o aquecimento global. O homem alterou a composição química da atmosfera com suas invenções que emitem milhões de toneladas de gases. Estes, segundo se diz, causam o efeito estufa, resultando no aquecimento da atmosfera. Ao longo dos últimos cem anos, as temperaturas se elevaram. A Agência de Proteção Ambiental, dos EUA, relata que “os 10 anos mais quentes do século 20 ocorreram todos nos últimos 15 anos do século”. Alguns cientistas acreditam que, no século 21, a temperatura global média poderá subir entre 1,4 °C e 5,8 °C.

Acredita-se que as temperaturas mais elevadas causarão outros problemas. A cobertura de neve no Hemisfério Norte está diminuindo. Uma plataforma de gelo na Antártida, com quase 3.250 quilômetros quadrados, se desprendeu no início de 2002. O nível dos mares poderá aumentar significativamente durante este século. Visto que um terço da população do mundo vive perto do mar, isso pode acabar resultando na perda de casas e terras férteis. Pode causar também grandes dificuldades para as cidades costeiras.

Os cientistas crêem que temperaturas mais elevadas resultarão em aumento na precipitação, com maior freqüência de condições climáticas extremas. Alguns acham que grandes tempestades, como a que ceifou 90 vidas e danificou 270 milhões de árvores na França em 1999, são apenas um prenúncio do que está por vir. Outros pesquisadores afirmam que as mudanças climáticas resultarão na disseminação de doenças como malária, dengue e cólera.

O caso dos veículos motorizados mostra como são complexas as conseqüências dos desenvolvimentos tecnológicos — invenções úteis para as pessoas em geral podem causar uma infinidade de problemas em vários campos da vida. A seguinte declaração do Relatório de Desenvolvimento Humano 2001 é bem acertada: “Cada avanço tecnológico traz benefícios e riscos em potencial, alguns dos quais não são fáceis de prever.”

Muitos recorrem à própria tecnologia para tentar solucionar os problemas ambientais. Por exemplo, faz tempo que os ambientalistas desaprovam o uso de pesticidas. Quando foram produzidas plantas geneticamente modificadas, visando reduzir ou eliminar o uso de pesticidas, parecia que a tecnologia tinha encontrado uma solução interessante. Contudo, no caso do milho Bt, projetado para controlar carunchos sem pesticidas, descobriu-se que ele talvez mate também as borboletas-monarca. Assim, a “solução” às vezes é um tiro pela culatra — resulta em mais problemas.

A luta pelo meio ambiente — êxitos e fracassos





CHERNOBYL, Bhopal, Valdez e Three Mile Island são nomes que associamos a desastres ambientais e nos lembram de que o nosso meio ambiente está sob ataque.

Várias autoridades e indivíduos têm dado avisos a respeito. Alguns manifestam a sua opinião tomando ações drásticas. Por exemplo, uma bibliotecária inglesa se acorrentou a um buldôzer para protestar contra a construção de uma estrada em uma região ecologicamente frágil. Duas aborígines australianas lideraram uma campanha contra a mineração de urânio num parque nacional. As operações foram suspensas. Embora bem-intencionados, esses esforços nem sempre são bem acolhidos. Por exemplo, um capitão da marinha durante o regime soviético ficou preocupado com reatores de submarinos nucleares afundados que poderiam provocar vazamentos radioativos. Quando publicou a localização deles, foi preso.

Além disso, várias organizações vêm alertando sobre perigos ao meio ambiente. Entre essas estão a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura; o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Greenpeace. Algumas só relatam problemas ambientais relacionados com seu trabalho. Outras se dedicam à causa de tornar públicas questões ambientais. O Greenpeace, por exemplo, é bem conhecido por enviar ativistas a regiões ameaçadas e por atrair a atenção do público a questões como o aquecimento global, as espécies em via de extinção e os perigos advindos de animais e plantas geneticamente modificados.

Alguns ativistas afirmam usar “confrontação criativa para expor os problemas ambientais globais”. Assim, empregam táticas como acorrentar-se aos portões de uma serraria para protestar contra a destruição de florestas centenárias. Outros, para protestar contra a decisão de certo país de romper a moratória da caça à baleia, fizeram manifestações diante das embaixadas daquele país levando enormes olhos, indicando desse modo que estão de olho no país.

E não faltam questões pelas quais lutar. Por exemplo, pessoas e organizações vêm alertando sobre o perigo da poluição da água. Mesmo assim, a situação não é nada promissora. Um bilhão de pessoas não tem acesso a água potável. Segundo a revista Time, “3,4 milhões de pessoas morrem por ano devido a doenças transmitidas pela água”. A poluição atmosférica é um problema similar. Segundo A Situação da População Mundial 2001, “estima-se que a poluição atmosférica mate 2,7 milhões de pessoas por ano”. E acrescenta que “a poluição atmosférica exterior causa danos a mais de [1,1 bilhão] de pessoas”. Citando um exemplo específico, afirma que “a poluição atmosférica por partículas finas é responsável por cerca de 10% das infecções respiratórias das crianças européias”. De fato, apesar dos avisos e das ações tomadas até agora, os problemas relacionados com esses elementos básicos para a vida só têm piorado.

Para muitos a situação é um paradoxo. Hoje, temos mais informações do que nunca sobre questões ambientais. Cada vez mais pessoas e organizações estão interessadas em ver a recuperação do meio ambiente. Governos estabelecem agências para ajudar a solucionar os problemas. A mais avançada tecnologia está disponível para se lidar com os desafios. Mesmo assim, as coisas não parecem melhorar. Por quê?
Economize combustível em casa.

FAÇA:

Reduza a temperatura da água quente (muitos aquecedores usam mais energia do que um condicionador de ar, refrigerador, congelador e televisor combinados).

Lave e enxágüe a roupa com água fria.

Tome mais banhos de chuveiro do que de banheira (Chuveiros gastam cerca de metade da água quente).

Use lâmpadas de baixa watagem ou fluorescentes quando possível.

Desligue as luzes quando não forem usadas.

Feche o registro da lareira ou do fogão de lenha quando não é usado.

Instale insulação nas paredes e teto.

Coloque janelas de vidro duplo ou de guilhotina, e vede todas as aberturas para o exterior da casa.

Feche o aquecedor nos quartos vagos e feche as portas.

Evite que cortinas e móveis obstruam as saídas do calor.

NÃO FAÇA:

Não use o piloto no fogão a gás (o piloto utiliza até a metade de todo o gás de cozinha); instale um acendedor elétrico.

Não conserve o fogo alto depois que o alimento no fogão atinja o ponto de ebulição (não cozinhará mais rápido do que a fervura constante).

Não enxágüe a louça com água quente corrente. (Use água fria ou mergulhe-a numa vasilha de água quente.)

Não deixe a água quente escorrendo enquanto se barbeia, para molhar o rosto.
Economize energia ao guiar.

FAÇA

Encha os pneus com 3 a 5 libras (0,2 a 0,35 kg/cm2) a mais que a pressão recomendada [o máximo de 32 libras por polegada quadrada (2,25 kg cm2)].

Use pneus radiais.

Use óleo de “baixa fricção” ou sintético.

Mantenha o motor regulado.

Depois de dar partida, movimente logo o carro (lentamente nos primeiros minutos).

Evite parar por completo em obstáculos temporários, tais como sinais de trânsito, por reduzir a marcha bem antes deles.

Desligue o motor quando for preciso esperar 30 segundos ou mais.

NÃO FAÇA:

Não leve itens desnecessários no porta-malas (reduza o peso).

Não dê partida no carro em “ziguezague”.

Não use pneus para neve por mais tempo do que necessário.

Outras Fontes Energéticas

É verdade que há muitas outras fontes alternativas de energia para as quais nos podemos voltar a fim de reduzir nossa dependência do petróleo. O carvão ainda abunda em muitas partes da terra, o bastante para longo tempo no futuro. Já a energia resultante da fissão nuclear desponta como parte importante das reservas de energia elétrica em vários países. As reservas de urânio parecem, provavelmente, durar mais que as de petróleo, mas se tornam mais onerosas de minerar e refinar. Olhando-se mais adiante, diz-se que a fusão nuclear promete energia ilimitada, retirada da água dos canos.

A energia solar é constantemente fornecida por uma fonte inesgotável. O homem há muito utiliza a energia solar de forma indireta, por queimar lenha, e, através de geradores e moinhos de ventos impulsionados pela água. Talvez seja possível agora gerar eletricidade do calor e da luz do sol. Qualquer sistema prático para se obter energia solar forneceria uma solução ideal para o problema energético, visto que o sol brilha em toda a parte.

Naturalmente, quando falamos sobre a substituição de um tipo de energia por outro, reconhecemos que nem todos os tipos são igualmente utilizáveis. O carvão pode substituir o petróleo para mover turbinas elétricas ou locomotivas, mas não para mover carros. A energia nuclear só é prática em usinas geradoras de energia muito grandes, mas a energia solar talvez resulte útil em unidades suficientemente pequenas para casas, de per si. A energia hidrelétrica precisa ser transportada em linhas de alta tensão, das represas dos rios para as cidades. O calor geométrico é útil nas regiões vulcânicas, mas nem todos vivem junto a um vulcão.

Também, algumas fontes energéticas causam poluição, que se torna intolerável em grande escala. Fornos de carvão lançam fumaça e fuligem no ar, e as cinzas se acumulam sobre o solo, os combustíveis à base de hidrocarbonetos são responsáveis pelo smog ou neblina fumacenta, e a energia nuclear nos preocupa com suas emissões radioativas e resíduos de vida longa. O vento, a água e a energia solar estão livres de tais empecilhos.

Os interesses financeiros, arraigados no presente sistema econômico, também precisam ser considerados. Grandes investimentos de capital em usinas geradoras de energia e extensivas redes de distribuição poderão tornar-se obsoletos caso haja algumas mudanças previsíveis nas fontes energéticas. Haverá resistência às mudanças, mesmo que sejam mudanças que poderiam ser claramente desejáveis ou inevitáveis a longo prazo.