quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Corrigindo a má administração do homem

Que dizer da possibilidade mais provável de que o próprio homem arruíne ou estrague totalmente a Terra pela sua má administração e ganância? Não há dúvida de que já houve muita destruição de partes da Terra pelo excessivo desmatamento, pela poluição descontrolada da atmosfera e pelo estrago causado às vias fluviais. Isto foi bem resumido, há uns 25 anos, pelos autores Barbara Ward e René Dubos, no seu livro Only One Earth (Uma Única Terra): “As três áreas gerais de poluição que temos de examinar — ar, água e solo — naturalmente, são os três elementos constituintes de nossa vida planetária.” E a situação basicamente não mudou para melhor desde então, ou mudou?

Quando pensamos na possibilidade de o homem arruinar ou destruir a Terra pela sua própria tolice, pode animar-nos a consideração da maravilhosa capacidade de recuperação e regeneração do planeta Terra. Ao descrever esta habilidade espantosa de recuperação, René Dubos faz as seguintes observações animadoras em outro livro, The Resilience of Ecosystems (A Resiliência dos Ecossistemas):

“Muitos temem que a percepção da degradação ambiental veio tarde demais, porque grande parte do dano causado aos ecossistemas é irreversível. Na minha opinião, este pessimismo não se justifica, porque os ecossistemas têm enorme capacidade de recuperação de acontecimentos traumáticos.

“Os ecossistemas têm diversos mecanismos para se curarem. . . . Esses habilitam os ecossistemas a superar os efeitos dos distúrbios simplesmente por restabelecerem progressivamente o equilíbrio ecológico original.”

Uma descrição gráfica do “dia do juízo”

Ou considere outro cientista, Paul Davies, professor na Universidade de Adelaide, na Austrália. Ele foi descrito pelo jornal Washington Times como “o melhor escritor científico em ambos os lados do Atlântico”. Em 1994, ele escreveu o livro The Last Three Minutes (Os Três Últimos Minutos), chamado de “a mãe de todos os livros sobre o dia do juízo”. O primeiro capítulo deste livro é chamado de “Dia do Juízo”, e descreve um cenário imaginário do que poderia acontecer, se um cometa atingisse o planeta Terra. Leia parte desta descrição arrepiante:

“O planeta treme com a força de dez mil terremotos. Uma onda de choque de ar deslocado se alastra pela superfície do globo, nivelando todas as construções, pulverizando tudo em seu caminho. O terreno plano em volta do lugar do impacto eleva-se formando um anel de montanhas líquidas de várias milhas de altura, expondo as entranhas da Terra numa cratera de cem milhas de diâmetro. . . . Uma vasta coluna de escombros poeirentos se espalha pela atmosfera, obscurecendo o sol em todo o planeta. A luz solar é então substituída pelo sinistro fulgor tremulante de um bilhão de meteoros, assando o chão embaixo com seu calor intenso, ao passo que o material deslocado mergulha do espaço de volta para a atmosfera.”

O Professor Davies prossegue, relacionando este cenário imaginário com a predição de que o cometa Swift-Tuttle atingiria a Terra. Ele acrescenta o aviso de que, embora tal evento provavelmente não ocorra no futuro próximo, na sua opinião, “mais cedo ou mais tarde, o Swift-Tuttle, ou um objeto semelhante, atingirá mesmo a Terra”. Sua conclusão baseia-se em estimativas que sugerem que 10.000 objetos de meio quilômetro de diâmetro, ou mais, giram em órbitas que intersectam a da Terra.

Acredita você na realidade de tal perspectiva amedrontadora? Um número surpreendente de pessoas acredita nela. Mas elas deixam de se preocupar por se tranqüilizarem com a idéia de que não ocorrerá no seu tempo. No entanto, por que é que o planeta Terra teria que ser destruído — quer em breve, quer daqui a milênios? Certamente a própria Terra não é a causa principal de dificuldades para os seus habitantes, humanos ou animais. Não é antes o próprio homem responsável pela maioria dos problemas neste século 20, inclusive pela possibilidade de ‘arruinar a Terra’ completamente? — Revelação (Apocalipse) 11:18.

O planeta Terra está condenado?

APROXIMA-SE o fim do século 20, e o século 21 está prestes a começar. Diante disso, um crescente número de pessoas, que normalmente daria pouca ou nenhuma atenção às profecias de destruição, começa a se perguntar se é iminente algum evento de importância tal que abalaria o mundo.

Talvez tenha notado artigos em jornais e revistas referentes a isso — até mesmo livros inteiros sobre este assunto. Temos de esperar para ver com que acontecimentos o século 21 vai começar. Alguns salientam que a chegada do fim do ano 2000 só fará a diferença de um ano (ou de um minuto, de 2000 a 2001) e provavelmente não terá maiores conseqüências. O que preocupa mais a muitos é o futuro a longo prazo de nosso planeta.

Uma profecia que hoje surge com mais freqüência é a de que em determinada época — quer no futuro imediato, quer no distante — o próprio planeta Terra estará condenado à total destruição. Considere apenas algumas de tais previsões pessimistas.

O autor e filósofo John Leslie, no seu livro The End of the World — The Science and Ethics of Human Extinction (O Fim do Mundo — A Ciência e a Ética da Extinção Humana), publicado primeiro em 1996, oferece três possibilidades de como a vida do homem na Terra poderia acabar. Primeiro, ele pergunta: “Poderia uma guerra nuclear total significar o fim da raça humana?” Depois ele acrescenta: “Um cenário mais provável . . . seria a extinção por meio dos efeitos de radiação: câncer, enfraquecimento do sistema imunológico, de modo que doenças infecciosas se espalhariam rapidamente, ou numerosos defeitos congênitos. Poderia haver também a morte de microorganismos importantes para a saúde do meio ambiente.” Uma terceira possibilidade que o Sr. Leslie apresenta é que a Terra seja atingida por um cometa ou por um asteróide: “De cometas e asteróides, cujas órbitas são tais que poderiam algum dia atingir a Terra, parece haver cerca de dois mil, com diâmetros de meia milha a seis milhas. Há também os ainda maiores (cujo cálculo seria pura adivinhação) em quantidade bem mais reduzida; e há os menores, em maior quantidade.”

A cura da Terra

Como o corpo humano, a Terra tem uma capacidade espantosa de curar a si mesma. Um exemplo notável disso ocorreu no século passado. Em 1883, a ilha vulcânica de Krakatoa, na Indonésia, sofreu uma erupção numa explosão gigantesca que foi ouvida a quase 5.000 quilômetros de distância. Cerca de 21 quilômetros cúbicos de matéria vulcânica foram atirados ao espaço, e dois terços da ilha desapareceram debaixo do mar. Nove meses depois, o único sinal de vida era uma aranha microscópica. Hoje, a ilha inteira é coberta de viçosa vegetação tropical, que abriga centenas de espécies de aves, mamíferos, cobras e insetos. A proteção que a ilha recebe como parte do Parque Nacional Ujung Kulon sem dúvida facilitou essa recuperação.

Os danos infligidos pelo homem também podem ser desfeitos. Concedendo-lhe tempo suficiente, a Terra é capaz de curar a si mesma. A pergunta é: concederão os homens à Terra a trégua de que ela necessita? Provavelmente não. Mas existe Alguém que está decidido a permitir que o nosso planeta cure a si mesmo — Aquele que o criou.

Entranhadas causas da crise

Egoísmo. Priorizar os interesses do planeta, em vez de os de humanos exploradores, é o primeiro passo necessário para a proteção do meio ambiente. Não obstante, poucos se dispõem a renunciar a um estilo de vida afluente, ainda que isso possa estar arruinando o planeta para as gerações futuras. Quando o governo da Holanda — um dos países mais poluídos da Europa Ocidental — tentou limitar a circulação de carros como parte duma campanha contra a poluição, a oposição generalizada sabotou o plano. Embora as estradas holandesas sejam as mais congestionadas do mundo, os motoristas simplesmente não queriam abdicar de sua liberdade de usar o carro.

Interesses pessoais influem nos legisladores e no público em geral. Os políticos relutam em baixar leis ambientalistas que lhes possam custar votos, e os industriais rejeitam qualquer proposta que ameace os lucros e o crescimento econômico.

Ganância. Quando a escolha é lucros ou preservação, o dinheiro geralmente fala mais alto. Indústrias poderosas tentam influenciar as autoridades para minimizar o controle da poluição ou para que não haja regulamentação governamental alguma. O prejuízo causado à camada de ozônio exemplifica esse problema. Em março de 1988, o presidente de uma das maiores indústrias químicas dos EUA declarou: “No momento, a evidência científica não aponta para a necessidade de haver reduções drásticas na emissão de CFCs.”

A mesma empresa, contudo, recomendou acabar gradativamente com os clorofluorcarbonos (CFCs). Uma mudança de atitude? “Nada tinha a ver com o meio ambiente estar sendo danificado, ou não”, explicou Mostafa Tolba, diretor-geral do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP). “Tudo se resumia a quem levaria vantagem [econômica] sobre quem.” Hoje, muitos cientistas se apercebem de que a destruição da camada de ozônio é uma das piores catástrofes ambientais já produzidas pelo homem em toda a sua história.

Ignorância. O que sabemos é pouco em comparação com o que não sabemos. “Ainda sabemos relativamente pouco a respeito da abundância de vida nas florestas tropicais”, explica Peter H. Raven, diretor do Jardim Botânico Missouri. “Surpreendentemente, sabemos mais — muito mais — sobre a superfície da Lua.” O mesmo se dá com respeito à atmosfera. Quanto dióxido de carbono podemos continuar a lançar no espaço sem afetar o clima global? Ninguém sabe. Mas, como disse a revista Time, “é imprudente sujeitar a natureza a testes tão gigantescos se os resultados são desconhecidos e as possíveis conseqüências apavorantes demais para se considerar”.

Segundo estimativas do UNEP, é possível que a perda de ozônio por volta do fim desta década acabe provocando centenas de milhares de casos de câncer de pele por ano. O efeito sobre as plantações e a pesca ainda é desconhecido, mas acredita-se que seja considerável.

Conceitos míopes. Diferente de outras catástrofes, os problemas ambientais acercam-se de nós insidiosamente. Isto atrapalha as tentativas de agilizar uma ação conjunta antes que se cause um dano duradouro. O livro Saving the Planet (Salvando o Planeta) compara a presente situação à dos passageiros condenados no abalroado Titanic, em 1912: “Poucos conhecem as proporções da tragédia em potencial.” Os autores acreditam que a única maneira de salvar o planeta é os políticos e os empresários encararem a realidade e pensarem em termos de viabilidade a longo prazo, em vez de benefícios a curto prazo.

Atitudes egocêntricas. Na Cúpula da Terra, em 1992, o primeiro-ministro espanhol Felipe González destacou que “o problema é global, e a solução tem de ser global”. Uma pura verdade, mas, achar soluções que sejam globalmente aceitas é uma tarefa desanimadora. Um enviado dos EUA à Cúpula da Terra disse secamente: “O estilo de vida americano não é negociável.” A ambientalista indiana Maneka Gandhi, por outro lado, queixou-se de que “uma criança no Ocidente consome tanto quanto 125 [pessoas consomem] no Oriente”. Ela afirmou que “praticamente toda a degradação ambiental no Oriente deve-se ao consumo no Ocidente”. Vez após vez, tentativas internacionais de melhorar o meio ambiente naufragaram nos rochedos dos interesses nacionais egocêntricos.

Apesar de todos esses problemas fundamentais, há razões para ser otimista quanto ao futuro. Uma delas é a boa capacidade de recuperação do sistema de defesa do nosso planeta.

Qual será o futuro do nosso frágil planeta?

DUZENTOS anos atrás, o estadista americano Patrick Henry disse: “Não conheço maneira de avaliar o futuro sem ser pelo passado.” No passado, o homem maltratou seu meio ambiente. Vai comportar-se melhor no futuro? Até agora, os sinais não são animadores.

Embora tenha havido progresso elogiável, este tem sido principalmente cosmético, atacando sintomas em vez de causas. Numa casa com o madeiramento podre, uma pintura não evitará a ruína. Só uma grande reforma estrutural poderá salvá-la. Similarmente, é preciso que o homem reestruture seu modo de usar este planeta. O mero controle dos danos não bastará.

Analisando os resultados de 20 anos de controle ambiental nos Estados Unidos, certo especialista concluiu que “a agressão ao meio ambiente não pode ser controlada eficazmente, mas tem de ser evitada”. Obviamente, evitar a poluição é muito melhor do que sanar seus malefícios. Mas, atingir tal objetivo exigiria nada menos que uma mudança fundamental na sociedade humana e nas metas do alto comércio. O livro Caring for the Earth (Cuidados com a Terra) reconhece que zelar pela Terra exige “valores, economias e sociedades diferentes da maioria que existe hoje”. Quais são alguns desses valores que precisam ser mudados a bem da salvação do planeta?

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Acaso ou planejamento?

Como explicar a conjunção de múltiplos fatores que tornam a vida na Terra não apenas possível, mas também agradável? Parece haver apenas duas alternativas. A primeira é que todas essas realidades resultaram do mero acaso. A segunda é que existe algum objetivo inteligente por trás disso.

Há milhares de anos, as Escrituras Sagradas declararam que o nosso Universo fora concebido e feito por um Criador — o Deus Todo-Poderoso. Se for assim, isso significa que as condições existentes no nosso sistema solar são produto, não do acaso, mas de um projeto intencional. O Criador nos deixou um relatório, por assim dizer, dos passos que ele deu para tornar possível a vida na Terra. Talvez se surpreenda de saber que os eventos na história do Universo descritos nesse relatório, embora ele tenha sido feito uns 3.500 anos atrás, correspondem basicamente ao que os cientistas acreditam que deve ter ocorrido. Esse relatório está no livro bíblico de Gênesis. Veja o que ele diz.

O papel da Lua

Desde a antiguidade, a Lua fascina a humanidade. Ela tem inspirado poetas e músicos. Por exemplo, um antigo poeta hebreu referiu-se à Lua como estando ‘firmemente estabelecida por tempo indefinido e como fiel testemunha no céu nublado’. — Salmo 89:37.

Um importante fator da influência da Lua sobre a Terra é sua força gravitacional, que provoca o fluxo das marés. Acredita-se que o movimento das marés seja fundamental para as correntes marítimas, que, por sua vez, são vitais para os nossos padrões climáticos.

Outra função básica da Lua é estabilizar, por meio de sua força gravitacional, o eixo da Terra com respeito ao plano de órbita da Terra em volta do Sol. Segundo a revista científica Nature, sem a Lua, a inclinação do eixo da Terra oscilaria “de 0 [graus] a 85 [graus]” por longos períodos. Imagine se o eixo da Terra não fosse inclinado! Não teríamos a agradável mudança de estações e sofreríamos com a falta de chuva. A inclinação da Terra também evita que as temperaturas fiquem tão extremas a ponto de impossibilitar a nossa sobrevivência. “Devemos a nossa atual estabilidade climática a uma circunstância excepcional: a presença da Lua”, conclui o astrônomo Jacques Laskar. Para cumprir seu papel estabilizador, a Lua é grande — relativamente maior do que as luas dos planetas gigantes.

De acordo com o escritor do antigo livro de Gênesis, ainda outra função do satélite natural da Terra, a Lua, é servir de luz noturna. — Gênesis 1:16.

Nosso inigualável sistema solar — como surgiu?

MUITOS fatores se combinam para tornar inigualável a nossa localização no Universo. O nosso sistema solar fica entre dois dos braços espirais da Via-Láctea, numa região de relativamente poucas estrelas. Quase todas as estrelas que vemos à noite estão tão distantes de nós que, mesmo quando são vistas por meio dos maiores telescópios, continuam meros pontinhos de luz. É assim que tinha de ser?

Se o nosso sistema solar ficasse perto do centro da Via-Láctea, sofreríamos os maus efeitos de estar no meio de uma grande concentração de estrelas. É provável que a órbita da Terra, por exemplo, ficasse desordenada, afetando de modo drástico a vida humana. Pelo visto, o sistema solar está exatamente no lugar certo na galáxia para evitar esse e outros perigos, como o superaquecimento ao cruzar nuvens de gás ou ficar exposto à explosão de estrelas e a outras fontes de radiação mortífera.

O Sol é um tipo de estrela ideal para as nossas necessidades. Sua combustão é constante, ele tem vida longa e não é nem grande nem quente demais. A vasta maioria das estrelas da nossa galáxia são bem menores do que o Sol e não fornecem o tipo apropriado de luz nem a quantidade correta de calor para sustentar a vida num planeta como a Terra. Além disso, a maioria das estrelas estão gravitacionalmente ligadas a uma ou a mais estrelas e giram em torno umas das outras. O Sol, por outro lado, é independente. Seria muito difícil o nosso sistema solar permanecer estável se sofresse a influência da força gravitacional de dois ou mais sóis.

Outra particularidade do nosso sistema solar é a localização dos planetas exteriores gigantes, que têm órbitas quase circulares e não constituem ameaça gravitacional para os planetas interiores do tipo terrestre. Em vez disso, os planetas exteriores executam a função protetora de absorver e desviar objetos perigosos. “Não somos atingidos por uma excessiva quantidade de asteróides e cometas graças à presença, nas imediações, de planetas de gás gigantes, tais como Júpiter”, explicam os cientistas Peter D. Ward e Donald Brownlee no seu livro Rare Earth—Why Complex Life Is Uncommon in the Universe (Excepcional Terra — Por Que a Vida Complexa É Incomum no Universo). Já foram descobertos outros sistemas solares com planetas gigantes. Mas a maioria desses gigantes tem órbitas que seriam perigosas para planetas menores do tipo terrestre.

sábado, 28 de agosto de 2010

Há vida além da terra

AS EXPLORAÇÕES espaciais até agora deixaram de detectar qualquer sinal de vida em qualquer dos planetas de nosso sistema solar. Também, verificou-se não haver sistemas que mantenham a vida no espaço exterior. Todavia, os cientistas evolucionistas crêem que há outros planetas, em alguma parte, em que pululam pessoas inteligentes. Será razoável este conceito
Entre os próprios evolucionistas, nem todos crêem que a vida humana pudesse evoluir em outros planetas. Admite o astrônomo da Universidade de Cornell, Carl Sagan, porta-voz dos evolucionistas que buscam a vida extraterrestre:
“Se começássemos a terra toda de novo, até mesmo com as mesmas condições físicas e simplesmente deixássemos que fatores ao acaso operassem, jamais conseguiríamos nada que nem remotamente se assemelhasse a seres humanos. Há simplesmente acasos demais em nosso passado evolucionário para que coisas que se assemelhassem de perto a seres humanos surgissem em qualquer outra parte.” — “Time”, 13 de dezembro de 1971, p. 55.
Se ‘jamais poderia acontecer tudo de novo na terra’, como, então, podem realmente os cientistas esperar que a vida inteligente evoluísse em outros planetas, que são muito menos propícios?
Seria o caso, como disse certo editor da revista Science mesmo antes de o primeiro foguete atingir a vizinhança de Marte: “Ao procurar a vida em Marte, poderíamos estabelecer para nós mesmos a reputação de sermos os maiores João-Bobos de todos os tempos”?
Bem, até o dia de hoje, depois de muitas sondas enviadas a Marte e milhares de fotos serem tiradas dele, não há a mínima sombra de prova de que a vida exista em Marte ou em outros planetas no sistema solar ou em quaisquer outros planetas no universo.
O cristão, em especial, sabe que até mesmo um milhão de pousos em Marte, Vênus, Júpiter, Saturno ou em quaisquer dos planetas e suas luas, deixarão de revelar a evolução da vida. Tanto a vida como as criaturas viventes, feitas de forma intricada, provieram do Criador, como Ele declara explicitamente em sua Palavra, a Bíblia. Gastar dinheiro com esse declarado objetivo principal de comprovar o mito da evolução é deveras tolice. (Pro. 1:7; 9:10) Quão melhor seria se tal dinheiro fosse gasto, não em tentar comprovar errônea teoria científica sobre a origem da vida, mas na própria vida que já existe neste planeta ímpar!

Não Foi Simplesmente o Acaso

 Ao refletir sobre o precedente, eis aqui algumas coisas a ponderar: Foi o acaso não-dirigido que colocou a Terra exatamente na distância certa do sol — sua fonte de energia em forma de luz e de calor? Foi o simples acaso que fez a Terra mover-se em torno do sol exatamente com a velocidade certa, girar em torno de seu eixo a cada 24 horas, e inclinar-se exatamente no ângulo certo? Foi o acaso que forneceu à Terra uma atmosfera protetora e vitalizadora, dotada da mistura exata de gases? Foi o acaso que forneceu à Terra a água e o solo necessários para a produção de alimentos? Foi o acaso que forneceu tantas frutas, hortaliças e outros alimentos deliciosos e coloridos? Foi o acaso que fez existir tanta beleza no céu, nos montes, nos riachos e nos lagos, nas flores, nas plantas e nas árvores, e em tantas outras coisas vivas deleitosas?
 Muitos concluem que tudo isto dificilmente poderia ser obra do acaso não-dirigido. Ao invés, observam a marca inequívoca de projeto ponderado, inteligente e deliberado em toda a parte. Reconhecendo isto, acham ser somente correto que os beneficiários de tudo isso ‘temam a Deus e lhe dêem glória’, porque Ele é “Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”. — Revelação 14:7.

Terra

O quinto maior planeta do sistema solar e o terceiro pela ordem de afastamento do sol. Trata-se dum elipsóide oblato, isto é, ligeiramente achatado nos pólos. Observações feitas por satélites indicaram outras ligeiras irregularidades no formato da terra. A massa da terra está em torno de 5,98 × 1024 kg. Sua área é de cerca de 510.000.000 de km2. Suas medidas, no equador, são (aproximadamente): pouco mais de 40.000 km de circunferência e 12.750 km de diâmetro. Os oceanos e os mares cobrem aproximadamente 71 por cento de sua superfície, deixando uns 149.000.000 de km2 de terra firme.
A terra gira em torno do seu eixo, o que resulta no dia e na noite. (Gên 1:4, 5) O dia solar ou dia aparente é um período de 24 horas, ou seja, é o tempo que leva para um observador situado em qualquer dado ponto da terra estar novamente na mesma posição em relação ao sol. Em média, a duração do ano trópico, que diz respeito ao retorno das estações, isto é, o intervalo entre dois retornos consecutivos do sol ao equinócio vernal, é de 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Este é o dado usado no cálculo do calendário que tem como base o ano solar, e sua natureza fracionada causa muita dificuldade na elaboração dum calendário exato.
O eixo da terra inclina-se 23° 27′ em relação a uma perpendicular com sua órbita. O efeito giroscópico de rotação sustenta o eixo da terra basicamente na mesma direção em relação às estrelas, não importa sua localização em sua órbita em torno do sol. Esta inclinação do eixo resulta nas estações.
A atmosfera da terra, composta principalmente de nitrogênio, oxigênio, vapor de água e outros gases, estende-se por mais de 960 km acima da superfície terrestre. Além deste ponto fica o que se chama de “espaço exterior”.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Pode a nossa terra sobreviver?





É essa uma pergunta vã? É ela pessimista? Ou está a terra à beira da destruição? Quais são os fatos?

“NAVEGAMOS por águas cheias de manchas de óleo durante 43 dos 57 dias. Grandes baleias e muitos peixes que nadam de boca aberta, filtrando o alimento, engolem essa poluição. Alguns desses peixes nós vamos comer.

“Há pessoas que me dizem que . . . o mar pode absorver toda essa poluição e retornar a seu ciclo. Eu chamo a tais de personagens dos contos de fada que fazem as crianças dormir — querem ninar-nos com palavras tranqüilizadoras. Não dê ouvidos! A menos que você e eu — todos nós — tomemos agora medidas para suster as sobrecargas de substâncias venenosas nos mares, eles serão asfixiados e morrerão.”

Tal foi a descrição do explorador Thor Heyerdahl durante sua segunda viagem através do Atlântico num barco de papiro. Para muitos, é aterradora, e Heyerdahl não é o único a dar o alarme.

Um estudo científico, publicado no jornal O Estado de S. Paulo, não é menos significativo: “Pode ser tarde demais para restaurar e limpar o que foi destruído. Dos componentes básicos da vida — ar, água, solo e luz — , apenas esse último não se acha poluído.”

As pessoas em toda a parte se queixam do clima. Por que há mudanças climáticas, e tempo esquisito em todo o mundo?

O Dr. Reid A. Bryson, especialista em climatologia, chama o efeito geral das atividades do homem — seu fumo, a poeira de tratores, a fumaça dos jatos, o nevoeiro enfumaçado das cidades — o “vulcão humano”. “Somos realmente um fator na equação climática”, diz ele. “Talvez sejamos o fator decisivo.”

E um artigo em National Geographic concluía: “Um acúmulo constante de bióxido de carbono na atmosfera da terra, resultante da queima de combustíveis fósseis — carvão e óleo — vem ocorrendo desde que começou a revolução industrial. Níveis mais altos desse gás incolor e sem cheiro tendem a aquecer o planeta pelo chamado efeito de estufa, retendo a radiação infravermelha — calor — que de outra forma escaparia no espaço.”

Ultimamente, outros fatores inquietantes têm estado nas notícias. Por exemplo, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) noticiava que a poluição da atmosfera estava reduzindo a camada de ozônio da terra, que veda em parte os nocivos raios ultravioleta procedentes do sol. Entrementes, a radiação ultravioleta aumentada já está ligada ao aumento do câncer da pele, segundo Rumen Bojkov, diretor da divisão de ciência atmosférica da OMM.

Outrossim, o patologista Leon S. Dochinger, do Departamento de Agricultura dos EUA, cita a “chuva ácida” como sendo outro assassínio em potencial. É o resultado da queima de combustíveis fósseis com alto teor de enxofre, principalmente do carvão. As partículas poluidoras e os gases são espalhados pelo vento e acabam voltando à terra, trazidos pela chuva, na forma de ácidos sulfúricos e nítricos. Estes põem diretamente em perigo a vida dos peixes, dos animais e da vegetação. Ainda mais, a “chuva ácida” sobre o solo pode liberar metais venenosos. Esses metais podem encontrar o caminho dos rios e lagos, tornando-se assim um perigo para a saúde.

Certa pesquisa médica, feita em São Paulo, dizia que, depois do fumo, a poluição do ar ali é a principal responsável pelas doenças do aparelho respiratório, estando em segundo lugar entre as causas de morte. Outrossim, segundo um relatório da ONU, a causa de muitos cânceres “está ligada ao ar que as pessoas respiram ou à água que bebem, ao ambiente em que trabalham ou vivem, à sua dieta pessoal ou ao seu modo de vida”.

Sem água, não há vida humana. Mas quanta segurança há em bebermos água? Quão seguros são os rios e os oceanos?

Numa recente visita ao Brasil, Jacques Cousteau achou que as águas da famosa Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, estão mais poluídas do que as do Mediterrâneo que banham Veneza, Cannes e Gênova. Ele expressou grande preocupação quanto à poluição destrutiva, causada pelos derramamentos de óleo, pelos resíduos químicos e nucleares.

E o que dizer dos rios? Sob a manchete “A Agonia das Águas”, a revista Veja lançava a culpa no restilo das usinas de cana-de-açúcar e dos fabricantes de bebidas alcoólicas, na soda das indústrias de celulose, nos esgotos das cidades em crescimento e das indústrias, bem como em outros resíduos, por matarem os rios brasileiros. Existem condições similares em outros países.

Ainda mais, a crescente demanda de água está pondo em dúvida sua disponibilidade. A respeito da água, o delegado sírio Saub Kaule disse aos especialistas na conferência das Nações Unidas em Mar del Plata, Argentina: “Uma gota de água custará mais do que uma gota de petróleo.”

Por quê? A revista Time comenta: “Entre 30% e 40% da produção mundial de alimentos dependem atualmente de irrigação. . . . A indústria está também usando quantidades cada vez maiores de água — para gerar eletricidade, para resfriar reatores atômicos e na indústria de produtos químicos e de metais. Como resultado, muitos lagos e rios ficaram tão poluídos pela agricultura e pela indústria — bem como pelos dejetos de crescente número de humanos — que se tornaram inutilizáveis sem tratamento dispendioso. Apesar das medidas de purificação, a necessidade de apanhar água para beber de mananciais contaminados tem causado o alastramento de doenças. A Organização Mundial de Saúde calcula que tantos quantos 80% dos casos de doenças no mundo são atribuíveis à água impura.”

Essa é uma revelação desalentadora. Mas será isso tudo? Realmente não.

Um grupo de agrônomos se reuniu em Brasília e condenou o “uso indiscriminado e crescente de pesticidas, herbicidas e fungicidas [que] estão levando a um impasse ecológico que compromete a curto prazo a própria produção”. E por que tal uso excessivo? “Objetiva apenas o lucro imediato”, dizem os especialistas.

Outro inimigo camuflado foi revelado na conferência de Nairóbi, África. Observou-se que os desertos se estão expandindo em muitas partes da terra. Time dizia: “Graças, em grande parte, à própria insensatez do homem, a desertificação ameaça agora a frágil existência de cerca de 630 milhões de pessoas que moram nessas regiões.”

Não é de admirar que o Secretário-Geral da ONU, Kurt Waldheim, se sentisse impelido a fazer a observação sinistra de que “países poderão desaparecer do mapa”.

E quais as causas? Ecólogos, reunidos no México, concluíram: “O desmatamento primitivo, o fogo, a erosão, as formas inadequadas de agricultura e os pesticidas se associam às causas naturais para acelerar o processo da desertificação.” O Estado de S. Paulo fazia a observação de que o Brasil tem “tudo para formar um dos maiores desertos do mundo nos próximos 25 a 30 anos se continuar a ocupar desordenadamente a Amazônia”.

Com efeito, o ecólogo brasileiro José Lutzenberger disse a um grupo de especialistas: “Os modelos desenvolvimentistas da atual sociedade de consumo . . . repousam no esbanjamento orgiástico de recursos limitados e insubstituíveis. Eles significam a destruição de todos os sistemas de sustentação da vida na Terra.”

Esse ecólogo disse ainda: “Desequilibramos todos os grandes e pequenos sistemas hídricos, acentuando as estiagens desoladoras e as cheias catastróficas; pela poluição desenfreada, perderemos em breve a potabilidade dos últimos mananciais e preparamos a eliminação de todas as formas de vida aquática, inclusive nos oceanos.”

É um quadro bem triste. Mas não foram feitos esforços para suster a onda? Felizmente foram feitos. Considere alguns desses.

Os cientistas e outros clamam cada vez mais alto pedindo que sejam tomadas medidas drásticas para a preservação da terra. Produziram seus planos resultados positivos? Sim, alguns.

A revista Veja entrevistou Hideo Oguri, responsável pelo combate à poluição nos rios de Tóquio. Disse ele: “Endurecer a legislação, até fechar indústrias, produziu algum efeito. Mas o que vem surtindo melhores resultados é a ação constante de centenas de grupos ecologistas que defendem a preservação ambiental.”

Luiz Roberto Tommasi, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, acredita que os rios podem ser salvos se os atuais fatores de poluição forem eliminados ou pelo menos reduzidos a um nível que permita a autodepuração Mas, disse também: “Não há tempo a perder . . . Na Inglaterra, há cinqüenta anos as autoridades começaram a se preocupar com o Tamisa, e só agora os salmões voltaram ao rio.”

Falando em Curitiba, Jacques Cousteau disse que iria sugerir às Nações Unidas “uma política mundial do uso do oceano, estabelecida por acordos internacionais, de modo a tornar mais lenta a destruição da vida marinha”. Mas, acrescentou que “mesmo os países mais desenvolvidos não tinham qualquer política visando a preservação da ecologia marinha”.

Similarmente, Thor Heyerdahl escreveu: “Para começar, devíamos criar áreas protegidas, reservas naturais onde o ecossistema local pudesse reconstruir-se e manter-se por si. Tão importante como isso, porém, é promulgar e fazer cumprir leis em áreas fora das reservas naturais onde o equilíbrio ecológico já esteja afetado “

É óbvio que a solução da poluição do ar não consiste em simplesmente instalar chaminés mais altas. Tome-se, por exemplo, a presença de um ácido perigoso nos lagos do Parque Nacional de Adirondack, no Estado de Nova Iorque. Os peixes estavam morrendo. Finalmente, soube-se que o distrito siderúrgico de Sudbury, no Canadá, a centenas de quilômetros de distância, era responsável por isso. Os ventos levaram a poluição até Nova Iorque.

Na Escandinávia, onde os problemas ecológicos são tratados com muita atenção, descobriu-se que os solos montanhosos estavam poluídos. A “chuva ácida” estava diretamente ligada às medidas tomadas pela Grã-Bretanha no sentido de reduzir a poluição. As altas chaminés de fábricas lançavam agentes poluentes bem alto na atmosfera e os ventos os levavam para a Escandinávia.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos vem colhendo dados através de uma rede nacional de estações nos E.U.A. e através de estações de pesquisas no Canadá, na Escandinávia e em outros países europeus. A idéia urgente por trás disso é lançar uma campanha mundial para alertar todas as pessoas sobre o problema, como passo inicial para a resolução final. Sendo um problema mundial, tem de ser resolvido em escala global.

Vêm sendo feitos esforços elogiáveis. Os EUA e outros países já proibiram o uso de substâncias tóxicas como o DDT, os fluorocarbonos e outros, ou estão desencorajando seu uso.

O Paquistão introduziu um programa de reflorestamento para combater a erosão do solo naquele país. A Arábia Saudita plantou 10 milhões de acácias, eucaliptos e tamargueiras para o controle das dunas de areia perto do oásis de Al-Hasa. O Brasil está plantando eucaliptos e pinheiros em várias áreas. Esforços similares foram feitos no deserto de Góbi, na Mongólia, para evitar a formação de regiões desérticas ou recuperá-las.

Mas são os maciços de árvores homogêneas, isto é, as florestas de uma só espécie de árvores, a solução? O professor Célio Vale, da Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil, é contra a substituição das florestas naturais por maciços homogêneos. Diz ele que as conseqüências são, “primeiro, a destruição do solo pela erosão. Depois, a exterminação da fauna típica das florestas, que não consegue sobreviver numa reserva homogênea. Finalmente, ocorreriam profundas alterações no microclima das regiões desmatadas, já que, devido à falta de proteção do ambiente, a radiação solar aumenta consideravelmente”.

A que conclusões podemos chegar de nossa consideração da recomendada legislação internacional e dos esforços feitos até agora? A maioria das tentativas, sejam elas eficientes ou fracas, ainda são apenas locais. Segundo Time, a ONU “adverte que essas medidas unilaterais não são suficientes para a remoção das ameaças contra o bem-estar do homem, e solicita a colaboração internacional, ‘em escala ainda não vista até agora na história da humanidade’, para salvar o meio ambiente de um dano irreversível”.

Todavia, há obstáculos quase intransponíveis para levar isso a bom termo. Time admite: “Contudo, há muitos obstáculos a vencer. Para começar, será preciso mudar o sistema de vida tradicional. . . . Talvez o maior obstáculo de todos seja a questão política que continua a dividir as nações ricas e as pobres do mundo.”

Admitidamente, pois, o orgulho e preconceitos nacionais e raciais, as hostilidades abertas e as injustiças sociais se interpõem claramente no caminho da unificação. A cobiça do homem, e amiúde sua ignorância, sua miopia e, muitas vezes, sua má intenção declarada se opõem ao seu progresso. Disse Jacques Cousteau: “É certo que a redução de todos os valores a um denominador comum — dinheiro — não funciona. Foi justamente o que conduziu a nossa civilização aos problemas atuais.”

O próprio homem criou essa situação. Ele não conseguiu superá-la. A calamidade assoma-se diante de nós. Para onde devemos voltar-nos em busca de escape? Convidamo-lo a considerar uma resposta interessante.

A Bíblia aconselha: “Não deposite sua confiança nos líderes humanos; nenhum ser humano pode salvá-lo. Feliz é o homem que depende do SENHOR, seu Deus, o Criador do céu, da terra, e do mar, e de tudo o que há neles. Ele sempre cumpre suas promessas; ele julga favoravelmente os oprimidos e dá alimento aos famintos.” — Sal. 146:3, 5-7, Today’s English Version.

Esse é um modo realmente emocionante de olhar para os problemas atuais e sua solução. Com efeito, em busca de alívio, não é lógico olharmos para Aquele que fez nossa terra e o gênero humano para se obter tal solução?

Jeová Deus é Dono e Criador da terra. São surpreendentes as provisões múltiplas para a manutenção da vida nela. Só mesmo um amoroso Pai e Provedor cumularia seus filhos de tais bênçãos. A vida vegetal e animal, os rios, os lagos e os mares contribuem grandemente para o prazer de viver. Não é de admirar que a primeira amostra daquilo que Deus propunha para a terra chegasse a ser conhecida como paraíso do Éden, ou um “parque de delícias”.

Se mostrasse obediência amorosa às regras universais de conduta, dadas pelo Criador, o homem desfrutaria para sempre os produtos da terra. “Se viverem segundo as minhas leis e obedecerem a meus mandamentos”, disse o Criador a seu antigo povo, “eu lhes enviarei chuva no tempo certo, assim a terra produzirá safras e as árvores darão fruto. Suas safras serão tão abundantes que ainda estarão colhendo cereal quando for tempo de colher uvas, e ainda estarão colhendo uvas quando for tempo de plantar cereal. Terão tudo o que desejarem para comer, e poderão morar em segurança na sua terra.” — Lev. 26:3-5, TEV.

“É bom demais para ser verdade”, é o que diz? Mas por quê? Pare e pense.

Por que não deverá haver fartura de alimentos e de recursos? Deus certamente sabe o que fazer, e o pode fazer. Porventura não sabe todo inventor, melhor que os outros, como deve funcionar seu invento? Portanto, a bênção de Deus significa uma distribuição adequada de chuvas, um clima apropriado. E é preciso lembrar que foi ele quem criou de início o perfeito ecossistema.

Não admitem os cientistas que a irreflexão e o egoísmo do homem em brincar com este sistema delicado causaram enchentes catastróficas e secas, poluição, indizível miséria e morte? Mas quais os resultados quando o homem coopera com os sistemas naturais da terra implantados nela por Deus?

No antigo Israel, o Projetista da terra determinou períodos de descanso para a própria terra. Israel tinha a terra, propriedade de Jesus, sob sua guarda. (Sal. 24:1; 89:11; 115:16) Sabendo da necessidade de se revitalizar a terra, o Governante invisível de Israel fez provisões neste sentido. Cada sétimo ano a terra descansava completamente. Não havia cultivo, semeadura, nem poda, sob a pena de morte para os violadores. — Êxo. 23:11; Lev. 25:4.

“Como vivia o povo?” talvez pergunte. A bênção de Deus no sexto ano fazia produzir safras abundantes que duravam até o “ano sabático” inclusive e a próxima safra. (Lev. 25:20-22) Outrossim, o que crescia sozinho podia também ser consumido, embora não pudesse ser guardado. Portanto, no ano sabático a terra ficava em pousio. A chuva, a vegetação que crescia naturalmente e o humo agiam como fertilizantes naturais. A terra tinha oportunidade de se revitalizar.

Tão sério era o requisito de deixar a terra descansar que um motivo por que Israel ficou 70 anos no cativeiro de Babilônia foi a violação das leis sabáticas de Deus. O Rei Nabucodonosor “levou todos os sobreviventes para Babilônia. . . . E, assim, o que o SENHOR predissera mediante o profeta Jeremias se cumpriu: ‘A terra ficará desolada por setenta anos, para compensar o descanso sabático que não foi observado.’” (2 Crô. 36:20, 21, TEV; também Lev. 26:34, 35, 43) Por motivos egoístas, eles vinham esgotando a terra.

Mas o que aconteceu quando os israelitas retornaram para sua terra depois de 70 anos? Jeová os abençoou e a terra se tornou novamente frutífera, exatamente como o profeta Ezequiel predissera pouco após os israelitas terem sido levados embora de sua terra: “Ali os abençoarei com chuvas abundantes quando as necessitarem. As árvores darão fruto, os campos produzirão safras, cada um morará em segurança na sua própria terra.” — Eze. 34:26, 27, TEV.

Anos antes, Isaías, emocionado, declarara: “O deserto se regozijará, e flores desabrocharão nas terras ermas. . . . Correntes de água fluirão pelo deserto; a areia escaldante se tornará um lago, e a terra seca se encherá de mananciais.” — Isa. 35:1, 6, 7, TEV.

Será que isso aconteceu? Sim, de fato, aconteceu. Os israelitas que retornaram tiveram tal experiência e ainda eram uma nação próspera quando os romanos ocuparam a terra centenas de anos mais tarde.

Todavia, será que temos evidência hodierna da existência de um sistema de auto-recuperação da terra?

Um exemplo surpreendente de recuperação da terra se realizou no Israel atual. Dizia certa reportagem: “Os israelenses restauraram alguns dos sistemas de coletar água deixados pelos antigos nabateus no deserto do Negebe, e estão usando águas servidas para alimentar viçosos pomares de amendoeiras e de pistácias. Outras táticas que fazem florescer o Negebe: sistemas de irrigação por gotejamento, que alimentam pequenas quantidades de água diretamente nas raízes das plantas com a ajuda de monitores de computador; estufas para hortaliças e flores em que até mesmo a circulação de água é movida a energia solar; o cultivo de algas ricas em proteínas, em viveiros de água salobra, para alimentação animal.”

Que notável reavivamento de uma terra outrora desolada. Reavivamentos similares vêm ocorrendo em outras áreas, como nos desertos da China. Mas o que dizer da terra devastada pela ação da guerra? Pode a terra fazer face a tão grande carga?

Durante a Segunda Guerra Mundial, o porto da Ilha Truk tornou-se um vasto cemitério aquoso dos navios de guerra japoneses. “Estudando essa frota submersa mais de um quarto de século mais tarde”, diz National Geographic, a “bióloga Sylvia A. Earle e o fotógrafo Al Giddings viram uma exibição ímpar do poder da natureza de se curar”.

Disse um escafandrista que se lembra da luta: “Por mais de dois anos depois, o óleo dos navios e dos aviões cobria as praias e os recifes. Mas o mar está restaurado agora.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O oxigênio e a fotossíntese

Os átomos de oxigênio compõem 63% do peso dos organismos vivos na Terra. Além disso, o oxigênio nas camadas superiores da atmosfera protege as plantas e os animais terrestres contra os raios ultravioleta do Sol. Mas o oxigênio reage facilmente com outros elementos. Por exemplo, ao reagir com o ferro ele produz a ferrugem. Como então a atmosfera mantém seu nível de 21% desse elemento altamente reagente?

A resposta é a fotossíntese — um processo maravilhoso usado pela vegetação da Terra para, com a ajuda da luz solar, produzir alimento. Um dos subprodutos da fotossíntese é o oxigênio e, diariamente, mais de um bilhão de toneladas dele são liberados na atmosfera. “Sem a fotossíntese”, explica The New Encyclopædia Britannica, “não só seria interrompido o reabastecimento do suprimento básico de alimentos, mas também a Terra, com o tempo, acabaria ficando sem oxigênio”.

Livros científicos dedicam várias páginas a explicar passo a passo o processo da fotossíntese. Alguns passos ainda não são plenamente entendidos. Os evolucionistas não conseguem explicar como cada passo — que parece ser irredutivelmente complexo — se desenvolveu a partir de algo mais simples. “Não existe um conceito amplamente aceito sobre a origem do processo da fotossíntese”, admite The New Encyclopædia Britannica. Um evolucionista tentou atenuar o problema declarando que a fotossíntese foi ‘inventada’ por “algumas células pioneiras”.

Essa declaração, embora anticientífica, revela outro fato surpreendente: para que a fotossíntese ocorra é preciso existir paredes celulares e, para que ela continue, é necessário haver reprodução celular. Será que isso tudo aconteceu por acaso com um punhado de “células pioneiras”?

A órbita da Terra

Outra característica ideal é o formato da órbita terrestre. Se ela fosse mais elíptica, sofreríamos com insuportáveis extremos de temperatura. Em vez disso, a Terra tem uma órbita quase que perfeitamente circular. É claro que as coisas seriam diferentes se um planeta gigante, como Júpiter, passasse por perto. Em anos recentes, cientistas encontraram indícios de que há planetas jovianos (semelhantes a Júpiter) em órbita de algumas estrelas. Muitos deles têm órbitas excêntricas. Nesses sistemas solares, um planeta telúrico (semelhante à Terra) teria problemas.

Numa entrevista, o astrônomo Geoffrey Marcy contrastou esses sistemas planetários extra-solares com os quatro planetas interiores do nosso sistema solar: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Ele exclamou: “Veja que [disposição] perfeita! Parece uma jóia! Eles têm órbitas circulares, todas no mesmo plano. Todos [os planetas] se deslocam na mesma direção.  . . .  É quase sobrenatural.” Será que se pode realmente explicar isso como obra do acaso?

Nosso sistema solar tem outra característica maravilhosa. Os planetas gigantes — Júpiter, Saturno, Urano e Netuno — orbitam o Sol a uma distância segura de nós. Em vez de serem uma ameaça, esses planetas desempenham um papel vital. Os astrônomos os comparam a ‘aspiradores de pó celestes’, porque sua gravidade suga meteoróides grandes, que poderiam ameaçar a vida na Terra. De fato, a Terra foi muito bem ‘fundada’. ( Jó 38:4) Seu tamanho e sua posição no sistema solar são perfeitos. Mas não é só isso. A Terra tem outras características únicas que são essenciais para a vida humana.

A Terra foi ‘fundada’ por acaso?

PARA evitar temperaturas extremas, a Terra tem de orbitar o Sol a uma distância correta. Em outros sistemas solares, já foram detectados planetas que orbitam estrelas semelhantes ao Sol e que estão na chamada ‘zona habitável’, quer dizer, são capazes de manter a água em estado líquido. Mas mesmo esses planetas “habitáveis” podem não ser adequados para a vida humana. É também preciso que a velocidade de rotação e o tamanho deles sejam apropriados.

Se a Terra fosse um pouquinho menor e tivesse menos massa, a força da gravidade seria mais fraca e boa parte da sua preciosa atmosfera se perderia no espaço. A Lua e os planetas Mercúrio e Marte são exemplos disso. Eles são menores e têm menos massa do que a Terra e, por isso, sua atmosfera é tênue ou inexistente. Mas e se a Terra fosse um pouco maior e tivesse mais massa?

Então a sua força gravitacional seria mais forte e gases leves, como hidrogênio e hélio, levariam mais tempo para escapar da atmosfera. “Mais importante ainda”, explica o compêndio científico Environment of Life (O Ambiente da Vida), “o delicado equilíbrio entre os gases da atmosfera seria rompido”.

Ou veja apenas o caso do oxigênio, essencial para a combustão. Se o seu nível aumentasse em 1%, os incêndios florestais se tornariam mais freqüentes. Por outro lado, se o dióxido de carbono — um gás que causa o efeito estufa — continuasse aumentando, sofreríamos as conseqüências do superaquecimento da Terra.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Uma descrição gráfica do “dia do juízo”

Ou considere outro cientista, Paul Davies, professor na Universidade de Adelaide, na Austrália. Ele foi descrito pelo jornal Washington Times como “o melhor escritor científico em ambos os lados do Atlântico”. Em 1994, ele escreveu o livro The Last Three Minutes (Os Três Últimos Minutos), chamado de “a mãe de todos os livros sobre o dia do juízo”. O primeiro capítulo deste livro é chamado de “Dia do Juízo”, e descreve um cenário imaginário do que poderia acontecer, se um cometa atingisse o planeta Terra. Leia parte desta descrição arrepiante:

“O planeta treme com a força de dez mil terremotos. Uma onda de choque de ar deslocado se alastra pela superfície do globo, nivelando todas as construções, pulverizando tudo em seu caminho. O terreno plano em volta do lugar do impacto eleva-se formando um anel de montanhas líquidas de várias milhas de altura, expondo as entranhas da Terra numa cratera de cem milhas de diâmetro. . . . Uma vasta coluna de escombros poeirentos se espalha pela atmosfera, obscurecendo o sol em todo o planeta. A luz solar é então substituída pelo sinistro fulgor tremulante de um bilhão de meteoros, assando o chão embaixo com seu calor intenso, ao passo que o material deslocado mergulha do espaço de volta para a atmosfera.”

O Professor Davies prossegue, relacionando este cenário imaginário com a predição de que o cometa Swift-Tuttle atingiria a Terra. Ele acrescenta o aviso de que, embora tal evento provavelmente não ocorra no futuro próximo, na sua opinião, “mais cedo ou mais tarde, o Swift-Tuttle, ou um objeto semelhante, atingirá mesmo a Terra”. Sua conclusão baseia-se em estimativas que sugerem que 10.000 objetos de meio quilômetro de diâmetro, ou mais, giram em órbitas que intersectam a da Terra.

Acredita você na realidade de tal perspectiva amedrontadora? Um número surpreendente de pessoas acredita nela. Mas elas deixam de se preocupar por se tranqüilizarem com a idéia de que não ocorrerá no seu tempo. No entanto, por que é que o planeta Terra teria que ser destruído — quer em breve, quer daqui a milênios? Certamente a própria Terra não é a causa principal de dificuldades para os seus habitantes, humanos ou animais. Não é antes o próprio homem responsável pela maioria dos problemas neste século 20, inclusive pela possibilidade de ‘arruinar a Terra’ completamente? — Revelação (Apocalipse) 11:18.

O planeta Terra está condenado?

APROXIMA-SE o fim do século 20, e o século 21 está prestes a começar. Diante disso, um crescente número de pessoas, que normalmente daria pouca ou nenhuma atenção às profecias de destruição, começa a se perguntar se é iminente algum evento de importância tal que abalaria o mundo.

Talvez tenha notado artigos em jornais e revistas referentes a isso — até mesmo livros inteiros sobre este assunto. Temos de esperar para ver com que acontecimentos o século 21 vai começar. Alguns salientam que a chegada do fim do ano 2000 só fará a diferença de um ano (ou de um minuto, de 2000 a 2001) e provavelmente não terá maiores conseqüências. O que preocupa mais a muitos é o futuro a longo prazo de nosso planeta.

Uma profecia que hoje surge com mais freqüência é a de que em determinada época — quer no futuro imediato, quer no distante — o próprio planeta Terra estará condenado à total destruição. Considere apenas algumas de tais previsões pessimistas.

O autor e filósofo John Leslie, no seu livro The End of the World — The Science and Ethics of Human Extinction (O Fim do Mundo — A Ciência e a Ética da Extinção Humana), publicado primeiro em 1996, oferece três possibilidades de como a vida do homem na Terra poderia acabar. Primeiro, ele pergunta: “Poderia uma guerra nuclear total significar o fim da raça humana?” Depois ele acrescenta: “Um cenário mais provável . . . seria a extinção por meio dos efeitos de radiação: câncer, enfraquecimento do sistema imunológico, de modo que doenças infecciosas se espalhariam rapidamente, ou numerosos defeitos congênitos. Poderia haver também a morte de microorganismos importantes para a saúde do meio ambiente.” Uma terceira possibilidade que o Sr. Leslie apresenta é que a Terra seja atingida por um cometa ou por um asteróide: “De cometas e asteróides, cujas órbitas são tais que poderiam algum dia atingir a Terra, parece haver cerca de dois mil, com diâmetros de meia milha a seis milhas. Há também os ainda maiores (cujo cálculo seria pura adivinhação) em quantidade bem mais reduzida; e há os menores, em maior quantidade.”

A Terra: por que existe?

Há uma questão que você precisa levar em conta: foi o nosso belo planeta produzido por um Criador inteligente que tem um objetivo para com a Terra e para com os humanos nela? Encontrar uma resposta satisfatória para esta pergunta pode ajudá-lo a entender qual é o futuro de nosso planeta.

MUITOS cientistas que estudaram a fundo o universo e a nossa Terra têm observado evidências que indicam a existência de um Criador, que Deus está por trás disso. Considere os comentários de apenas um:

O Professor Paul Davies escreve em The Mind of God (A Mente de Deus): “A existência dum Universo ordeiro, coerente, contendo estruturas estáveis, organizadas e complexas, requer leis e condições dum tipo todo especial.”

Depois de considerar diversas “coincidências” notadas por astrofísicos e por outros, o professor Davies acrescenta: “Consideradas em conjunto, fornecem uma impressionante evidência de que a vida como a conhecemos depende de modo bem sensitivo da forma das leis da física, e do que parecem ser acasos felizes nos valores reais que a natureza escolheu para diversas massas de partículas, forças e assim por diante. . . . Basta dizer que, se pudéssemos fazer as vezes de Deus e escolher à vontade valores para essas quantidades por girar uma série de botões, verificaríamos que quase todos os ajustes de botões deixariam o Universo inabitável. Em alguns casos, parece que os diversos botões teriam de ser ajustados com enorme precisão se o Universo haveria de ser tal que a vida florescesse nele. . . . Certamente, é um fato de enorme significância que mesmo mínimas mudanças no modo em que as coisas são poderiam tornar o Universo inobservável.”

O que isso significa para muitos é que nossa Terra, junto com o restante do universo, foi produzida por um Criador com um propósito. Neste caso, temos de descobrir por que é que ele formou a Terra em primeiro lugar. Também temos de verificar, se possível, que propósito ele tem para com a Terra. Neste respeito, surge uma estranha anomalia. Apesar da ampla popularidade do ateísmo, um número surpreendente de pessoas ainda se apega à crença num Criador inteligente. A maioria das igrejas da cristandade fala nominalmente num Deus todo-poderoso e Criador de nosso universo. No entanto, é raro que algumas dessas religiões falem com confiança e convicção sobre o futuro da Terra no propósito de Deus.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

A cura da Terra

Como o corpo humano, a Terra tem uma capacidade espantosa de curar a si mesma. Um exemplo notável disso ocorreu no século passado. Em 1883, a ilha vulcânica de Krakatoa, na Indonésia, sofreu uma erupção numa explosão gigantesca que foi ouvida a quase 5.000 quilômetros de distância. Cerca de 21 quilômetros cúbicos de matéria vulcânica foram atirados ao espaço, e dois terços da ilha desapareceram debaixo do mar. Nove meses depois, o único sinal de vida era uma aranha microscópica. Hoje, a ilha inteira é coberta de viçosa vegetação tropical, que abriga centenas de espécies de aves, mamíferos, cobras e insetos. A proteção que a ilha recebe como parte do Parque Nacional Ujung Kulon sem dúvida facilitou essa recuperação.

Os danos infligidos pelo homem também podem ser desfeitos. Concedendo-lhe tempo suficiente, a Terra é capaz de curar a si mesma. A pergunta é: concederão os homens à Terra a trégua de que ela necessita? Provavelmente não. Mas existe Alguém que está decidido a permitir que o nosso planeta cure a si mesmo — Aquele que o criou.

Entranhadas causas da crise




Egoísmo. Priorizar os interesses do planeta, em vez de os de humanos exploradores, é o primeiro passo necessário para a proteção do meio ambiente. Não obstante, poucos se dispõem a renunciar a um estilo de vida afluente, ainda que isso possa estar arruinando o planeta para as gerações futuras. Quando o governo da Holanda — um dos países mais poluídos da Europa Ocidental — tentou limitar a circulação de carros como parte duma campanha contra a poluição, a oposição generalizada sabotou o plano. Embora as estradas holandesas sejam as mais congestionadas do mundo, os motoristas simplesmente não queriam abdicar de sua liberdade de usar o carro.

Interesses pessoais influem nos legisladores e no público em geral. Os políticos relutam em baixar leis ambientalistas que lhes possam custar votos, e os industriais rejeitam qualquer proposta que ameace os lucros e o crescimento econômico.

Ganância. Quando a escolha é lucros ou preservação, o dinheiro geralmente fala mais alto. Indústrias poderosas tentam influenciar as autoridades para minimizar o controle da poluição ou para que não haja regulamentação governamental alguma. O prejuízo causado à camada de ozônio exemplifica esse problema. Em março de 1988, o presidente de uma das maiores indústrias químicas dos EUA declarou: “No momento, a evidência científica não aponta para a necessidade de haver reduções drásticas na emissão de CFCs.”

A mesma empresa, contudo, recomendou acabar gradativamente com os clorofluorcarbonos (CFCs). Uma mudança de atitude? “Nada tinha a ver com o meio ambiente estar sendo danificado, ou não”, explicou Mostafa Tolba, diretor-geral do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP). “Tudo se resumia a quem levaria vantagem [econômica] sobre quem.” Hoje, muitos cientistas se apercebem de que a destruição da camada de ozônio é uma das piores catástrofes ambientais já produzidas pelo homem em toda a sua história.

Ignorância. O que sabemos é pouco em comparação com o que não sabemos. “Ainda sabemos relativamente pouco a respeito da abundância de vida nas florestas tropicais”, explica Peter H. Raven, diretor do Jardim Botânico Missouri. “Surpreendentemente, sabemos mais — muito mais — sobre a superfície da Lua.” O mesmo se dá com respeito à atmosfera. Quanto dióxido de carbono podemos continuar a lançar no espaço sem afetar o clima global? Ninguém sabe. Mas, como disse a revista Time, “é imprudente sujeitar a natureza a testes tão gigantescos se os resultados são desconhecidos e as possíveis conseqüências apavorantes demais para se considerar”.

Segundo estimativas do UNEP, é possível que a perda de ozônio por volta do fim desta década acabe provocando centenas de milhares de casos de câncer de pele por ano. O efeito sobre as plantações e a pesca ainda é desconhecido, mas acredita-se que seja considerável.

Conceitos míopes. Diferente de outras catástrofes, os problemas ambientais acercam-se de nós insidiosamente. Isto atrapalha as tentativas de agilizar uma ação conjunta antes que se cause um dano duradouro. O livro Saving the Planet (Salvando o Planeta) compara a presente situação à dos passageiros condenados no abalroado Titanic, em 1912: “Poucos conhecem as proporções da tragédia em potencial.” Os autores acreditam que a única maneira de salvar o planeta é os políticos e os empresários encararem a realidade e pensarem em termos de viabilidade a longo prazo, em vez de benefícios a curto prazo.

Atitudes egocêntricas. Na Cúpula da Terra, em 1992, o primeiro-ministro espanhol Felipe González destacou que “o problema é global, e a solução tem de ser global”. Uma pura verdade, mas, achar soluções que sejam globalmente aceitas é uma tarefa desanimadora. Um enviado dos EUA à Cúpula da Terra disse secamente: “O estilo de vida americano não é negociável.” A ambientalista indiana Maneka Gandhi, por outro lado, queixou-se de que “uma criança no Ocidente consome tanto quanto 125 [pessoas consomem] no Oriente”. Ela afirmou que “praticamente toda a degradação ambiental no Oriente deve-se ao consumo no Ocidente”. Vez após vez, tentativas internacionais de melhorar o meio ambiente naufragaram nos rochedos dos interesses nacionais egocêntricos.

Apesar de todos esses problemas fundamentais, há razões para ser otimista quanto ao futuro. Uma delas é a boa capacidade de recuperação do sistema de defesa do nosso planeta.

Qual será o futuro do nosso frágil planeta?

DUZENTOS anos atrás, o estadista americano Patrick Henry disse: “Não conheço maneira de avaliar o futuro sem ser pelo passado.” No passado, o homem maltratou seu meio ambiente. Vai comportar-se melhor no futuro? Até agora, os sinais não são animadores.

Embora tenha havido progresso elogiável, este tem sido principalmente cosmético, atacando sintomas em vez de causas. Numa casa com o madeiramento podre, uma pintura não evitará a ruína. Só uma grande reforma estrutural poderá salvá-la. Similarmente, é preciso que o homem reestruture seu modo de usar este planeta. O mero controle dos danos não bastará.

Analisando os resultados de 20 anos de controle ambiental nos Estados Unidos, certo especialista concluiu que “a agressão ao meio ambiente não pode ser controlada eficazmente, mas tem de ser evitada”. Obviamente, evitar a poluição é muito melhor do que sanar seus malefícios. Mas, atingir tal objetivo exigiria nada menos que uma mudança fundamental na sociedade humana e nas metas do alto comércio. O livro Caring for the Earth (Cuidados com a Terra) reconhece que zelar pela Terra exige “valores, economias e sociedades diferentes da maioria que existe hoje”. Quais são alguns desses valores que precisam ser mudados a bem da salvação do planeta?

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Nossa Espantosa Atmosfera

Também ímpar — deveras, espantosa — é a atmosfera que cerca a nossa Terra. Nenhum outro planeta em nosso sistema solar possui uma. Nem a nossa lua. É por isso que os astronautas precisaram de trajes espaciais para sobreviver ali. Mas, na Terra não se precisa de nenhum traje espacial, porque nossa atmosfera contém, na devida proporção, os gases absolutamente essenciais à vida. Alguns destes gases, em si, são mortíferos. Mas, uma vez que o ar contém tais gases em sua devida proporção, podemos inalá-los sem sofrer danos.

 Um de tais gases é o oxigênio, que compõe 21 por cento do ar que respiramos. Sem ele, os humanos e os animais morreriam em questão de minutos. Mas, oxigênio demais poria em risco nossa existência. Por quê? O oxigênio puro torna-se tóxico, se inalado por muito tempo. Ademais, quanto mais oxigênio existir, tanto mais facilmente as coisas se queimam. Se houvesse oxigênio demais na atmosfera, os materiais combustíveis se tornariam altamente inflamáveis. Poderiam irromper com facilidade incêndios, e seriam difíceis de controlar. Sabiamente, o oxigênio acha-se diluído com outros gases, especialmente o nitrogênio, que constitui 78 por cento da atmosfera. O nitrogênio, porém, é muito mais do que um simples diluente. Nas trovoadas, milhões de relâmpagos se sucedem em toda a Terra, a cada dia. Estes relâmpagos fazem com que certa dosagem de nitrogênio se combine com o oxigênio. Os compostos produzidos são transportados para a Terra pela chuva, e as plantas os utilizam como fertilizante.

 O bióxido de carbono compõe menos de 1 por cento da atmosfera. Que bem resulta de tão pequena quantidade? Sem ele, a vida vegetal pereceria. Essa quantidade reduzida é a que as plantas carecem para inalar, liberando, em troca, o oxigênio. Os humanos e os animais inalam oxigênio e exalam bióxido de carbono. Crescente porcentagem de bióxido de carbono na atmosfera tenderia a ser prejudicial aos humanos e aos animais. Decrescente porcentagem não poderia sustentar a vida vegetal. Que ciclo maravilhoso, preciso e auto-sustentável foi programado para a vida vegetal, animal e humana!

 A atmosfera faz mais do que sustentar a vida. Serve, também, de escudo protetor. Cerca de 24 quilômetros acima do solo, fina camada de ozônio filtra a radiação solar prejudicial. Sem esta camada de ozônio, tal radiação poderia destruir a vida na Terra. Também, a atmosfera abriga a Terra do bombardeio de meteoros. A maioria dos meteoros jamais atinge o solo, porque eles se queimam em sua descida através da atmosfera, parecendo-nos estrelas cadentes. De outra forma, milhões de meteoros assolariam todas as partes da Terra, resultando em extensivos danos causados à vida e às propriedades.

 Além de ser um escudo protetor, a atmosfera conserva o calor da Terra, impedindo-o de dissipar-se na frigidez do espaço. E a força gravitacional da Terra impede que a própria atmosfera escape dela. Tal força da gravidade é apenas suficientemente forte para realizar isto, mas não tão forte a ponto de prejudicar nossa liberdade de movimento.

 A atmosfera não só é vital para a vida, mas uma das vistas mais lindas que existe é o céu mutante. Seu escopo e sua grandiosidade simplesmente nos deixam atônitos. A Terra acha-se envolta pelos panoramas infindavelmente majestosos e variegados do céu. No oriente, um fulgor dourado anuncia o amanhecer, ao passo que os céus ocidentais dão adeus ao dia em gloriosas exibições róseas, alaranjadas, vermelhas e púrpuras. Nuvens brancas encapeladas, semelhantes a algodão, anunciam um lindo dia primaveril ou estival; um manto outonal de nuvens parecidas à lã de ovelha prenuncia a chegada do inverno. À noite, o céu se apresenta magnífico em seu esplendor estrelado, e uma noite de luar possui uma beleza singular.

 Que estupenda provisão é a nossa atmosfera terrestre, em todo o sentido! Conforme certo escritor comentou, em The New England Journal of Medicine (Revista Médica da Nova Inglaterra): “Considerando-se tudo por tudo, o céu é uma consecução miraculosa. Funciona, e, para o que foi projetado, é tão infalível quanto qualquer outra coisa na natureza. Duvido se um de nós poderia imaginar algum meio de aprimorá-lo, além de mudar ocasionalmente uma nuvem local daqui para lá.”6 Este comentário traz-nos à mente o que certo homem, há milênios, reconheceu quando se viu diante de tais coisas notáveis — que elas são “as obras maravilhosas Daquele que é perfeito em conhecimento”. Queria referir-se, naturalmente, ao “Criador dos céus e o Grandioso que os estendeu”. — Jó 37:16; Isaías 42:5.

Distância Exata do Sol

 Entre as muitas condições precisas que são vitais à vida na Terra acha-se a quantidade de luz e de calor recebida do sol. A Terra obtém apenas ínfima fração da energia solar. Todavia, trata-se exatamente da quantidade certa, exigida para a sustentação da vida. Isto ocorre porque a Terra se encontra precisamente à distância exata do sol — a média de 150.000.000 de quilômetros. Caso a Terra estivesse muito mais próxima ou mais distante dele, as temperaturas seriam ou quentes ou gélidas demais para haver vida.

 A Terra, ao percorrer sua órbita anual em torno do sol, move-se a uma velocidade de uns 107.000 quilômetros horários. Tal velocidade é exatamente a necessária para contrabalançar a atração gravitacional do sol e situar a Terra na distância apropriada. Se tal velocidade fosse diminuída, a Terra seria atraída pelo sol. Com o tempo, a Terra tornar-se-ia um deserto tórrido como Mercúrio, o planeta mais próximo do sol. A temperatura diurna de Mercúrio excede os 315 graus centígrados. Entretanto, se a velocidade orbital da Terra aumentasse, ela se afastaria mais do sol e poderia tornar-se um deserto gelado como Plutão, planeta cuja órbita é a mais distante do sol. A temperatura de Plutão é de cerca de 185 graus centígrados abaixo de zero.

 Ademais, a Terra completa continuamente sua rotação em torno de seu eixo a cada 24 horas. Isto fornece períodos regulares de luz e de escuridão. Mas, e se a Terra girasse em torno de seu eixo, digamos, apenas uma vez por ano? Significaria que o mesmo lado da Terra estaria voltado para o sol o ano inteiro. Esse lado, provavelmente, tornar-se-ia um deserto incinerante, ao passo que o lado sem sol provavelmente se tornaria um ermo com temperaturas abaixo de zero. Poucas coisas vivas, se é que alguma, poderiam existir em tais circunstâncias extremas.

 À medida que a Terra gira em torno de seu eixo, ela se inclina 23,5 graus em relação ao sol. Caso a Terra não fosse inclinada, não haveria mudança de estações. O clima seria o mesmo todo o tempo. Ao passo que isto não tornaria impossível a vida, torná-la-ia menos interessante e alteraria de forma drástica os atuais ciclos de colheitas em muitos lugares. Caso a Terra fosse muito mais inclinada, haveria verões extremamente quentes e invernos insuportavelmente frios. Mas a inclinação de 23,5 graus enseja a mudança deleitosa de estações, com sua pitoresca variedade. Em muitas partes da Terra, há primaveras revigorantes, em que as plantas e as árvores despertam e lindas flores desabrocham, verões quentes que permitem todo tipo de atividades ao ar livre, climas frescos de outonos, com esplendorosa exibição de folhas que mudam de cor, e invernos com lindas paisagens de montes, de florestas e de campos cobertos de neve.

Evidências de um planeta ímpar

NOSSO planeta Terra é deveras uma maravilha — uma jóia rara e linda no espaço. Houve astronautas que relataram que, vistos do espaço, os céus azuis e as nuvens brancas da Terra “a tornavam, sem comparação, o objeto mais convidativo que poderiam ver”.1

2 Entretanto, há muito mais do que simplesmente beleza. “O maior de todos os enigmas científicos cosmológicos, confundindo todos os nossos esforços de compreendê-lo, é a Terra”, escreveu Lewis Thomas, na revista Discover (Descobrir). Acrescentou: “Somente agora estamos começando a avaliar quão estranha e esplêndida ela é, como nos deixa sem fôlego, o objeto mais adorável que flutua ao redor do sol, abrigado em sua própria bolha azul de atmosfera, fabricando e inalando seu próprio oxigênio, fixando seu próprio nitrogênio do ar em seu próprio solo, e gerando seu próprio clima.”2

3 É também de interesse o seguinte: Dentre todos os planetas de nosso sistema solar, foi apenas na Terra que os cientistas encontraram vida. E quantas variedades maravilhosas e abundantes de coisas vivas existem — organismos microscópicos, insetos, plantas, peixes, aves, animais e humanos. Ademais, a Terra é um amplo depósito de riquezas que contém tudo que é necessário para sustentar toda esta vida. Deveras, como o expressou o livro The Earth (A Terra): “A Terra é a maravilha do universo, uma esfera ímpar.”3

4 Para ilustrar quão ímpar é a Terra, imagine-se num deserto árido, desprovido de toda a vida. Subitamente, depara com uma linda casa. A casa é provida de ar condicionado, aquecimento, encanamento hidráulico e eletricidade. Seu refrigerador e seus armários estão repletos de alimentos. Seu porão contém óleo combustível e outros suprimentos. Agora, suponhamos que perguntasse a alguém de onde tudo isto tinha vindo, num deserto tão árido. Que diria se tal pessoa lhe respondesse: “Simplesmente apareceu ali por acaso”? Creria nisso? Ou teria como certo que a casa teve um arquiteto e construtor?

5 Todos os outros planetas perscrutados pelos cientistas acham-se desprovidos de vida. Mas a Terra pulula de vida, sustentada por sistemas bem complexos que fornecem luz, ar, calor, água e alimento, tudo em primoroso equilíbrio. Mostra evidência de ter sido feita especialmente para alojar de forma confortável as coisas vivas — como uma magnífica casa. E, é lógico, conforme argúi um dos escritores da Bíblia: “Cada casa . . . é construída por alguém, mas quem construiu todas as coisas é Deus.” Sim, a “casa” infinitamente maior e mais surpreendente — nosso planeta Terra — demanda a existência dum arquiteto e construtor notavelmente inteligente, Deus. — Hebreus 3:4.

6 Quanto mais os cientistas examinam o planeta Terra e a vida nele, tanto mais discernem que foi deveras magnificamente projetado. A revista Scientific American (Americano Científico) expressa sua admiração: “Ao examinarmos o universo e identificarmos os muitos acasos da física e da astronomia que operaram juntos para nosso proveito, parece quase como se o universo tivesse, em algum sentido, sabido que nós viríamos.”4 E a revista Science News (Notícias de Ciência) admitiu: “Parece que tais condições determinadas e precisas dificilmente poderiam ter surgido por acaso.”5

terça-feira, 29 de junho de 2010

Quanta água doce está disponível?

Total de água
97,5% Água salgada
 2,5% Água doce
Água doce
99% dessa água encontra-se em geleiras e icebergs ou no subsolo
 1% está disponível para quase 7 bilhões de pessoas e para incontáveis bilhões de outras formas de vida

A crise da água — o que tem sido feito?

A crise da água é global e coloca em risco a saúde de bilhões de pessoas na Terra. Que medidas têm sido tomadas para restabelecer o equilíbrio entre o fornecimento e o consumo de água?
ÁFRICA DO SUL: “Finalmente, Água Para os Cidadãos Pobres de Durban!” Assim dizia uma manchete da revista Science. O artigo relatou que as pessoas pobres que moravam ali não tiveram um abastecimento adequado de água por décadas, em conseqüência do extinto apartheid — política de segregação racial adotada por governos anteriores. O artigo mencionou que, em 1994, “250 mil habitantes da região de Durban não tinham acesso a água limpa ou saneamento”.
Para reverter essa situação, um engenheiro civil criou em 1996 um programa para fornecer a cada família quase 200 litros de água todos os dias. O resultado? “Dos 3,5 milhões de habitantes de Durban, apenas 120 mil não têm acesso a água limpa”, relata a revista Science. Hoje, o máximo que as pessoas precisam fazer para conseguir água é andar alguns metros — um enorme progresso comparado ao tempo em que muitas tinham de caminhar quase um quilômetro.
A revista Science explicou que, para lidar com o problema do saneamento, a “antiga latrina fora de casa”, na qual a pessoa fazia suas necessidades num buraco no chão, está sendo substituída por latrinas de desvio de urina com fossa dupla — sistema “que separa a urina das fezes, para que essas sequem e se decomponham com mais rapidez”. No início de 2008, umas 60 mil latrinas desse tipo foram instaladas, embora se calculasse que levariam mais dois anos para que todas as casas as tivessem.
Brasil: Na cidade de Salvador, centenas de crianças sofriam de diarréia por falta de sanitários e sistema de esgoto. Para corrigir a situação, a prefeitura instalou quase 2 mil quilômetros de canos de esgoto, favorecendo mais de 300 mil casas. O resultado? O índice de casos de diarréia caiu 22% em toda a cidade e 43% em áreas onde a incidência era maior.
Índia: Em algumas regiões da Terra, em certa época do ano, há grande quantidade de água limpa, mas ela nem sempre é armazenada para ser bem aproveitada. Em 1985, porém, no distrito de Dholera, no Estado de Gujarat, noroeste do país, um grupo de mulheres indianas inventou um método eficiente de armazenar água. Elas organizaram um grupo para construir um açude do tamanho de um campo de futebol. Então revestiram o açude com plástico grosso para evitar vazamentos. A iniciativa foi tão bem-sucedida que, meses após o fim da estação das monções, as mulheres ainda tinham água, apesar de a terem “compartilhado com outros”.
Chile: Esse país da América do Sul, com mais de 4 mil quilômetros de extensão, está encravado entre o oceano Pacífico, ao oeste, e a cordilheira dos Andes, ao leste. O governo detém controle total da água e é ele que autoriza a construção de represas e canais. Assim, 99% dos residentes urbanos e 94% dos que moram em zonas rurais recebem água de qualidade.

‘SECA EM RIOS E RIACHOS’

  “O lago Chade, na África, que era um ponto de referência para astronautas orbitando a Terra, agora é difícil de ser localizado. Cercado pelos países [Camarões,] Chade, Níger e Nigéria . . . , o lago diminuiu 95% desde os anos 60. Por causa da grande demanda de água para a irrigação nessa região, os rios e riachos dos quais o lago depende para sua existência estão secando. Conseqüentemente, em breve o lago Chade pode desaparecer por completo, e sua localização será um mistério para gerações futuras.” — Plan B 2.0—Rescuing a Planet Under Stress and a Civilization in Trouble (Plano B 2.0 — Resgatando um Planeta sob Estresse e uma Civilização em Apuros), de Lester R. Brown.

A ÁGUA SOB AMEAÇA

▪ “Em 1960, o mar de Aral, na Ásia Central, era o quarto maior lago do planeta. Em 2007, ele ficou reduzido a 10% de seu tamanho original.” — Revista Scientific American.
▪ Os cinco Grandes Lagos que se encontram na América do Norte — Erie, Huron, Michigan, Ontário e Superior — estão secando “num ritmo alarmante”. — The Globe and Mail.
▪ Houve uma época em que o moinho de Deniliquin, na Austrália, processava uma quantidade de grãos suficiente para satisfazer as necessidades de 20 milhões de pessoas. Hoje, porém, as safras de arroz caíram 98%, e o moinho foi fechado em dezembro de 2007. O motivo? “Seis longos anos de seca.” — The New York Times.

Estamos ficando sem água?

Certo provérbio do Uzbequistão diz: “Se acabar a água, acaba a vida.” Alguns especialistas diriam que essas palavras soam mais proféticas do que proverbiais. Todo ano, cerca de 2 milhões de pessoas morrem por causa de água contaminada e saneamento básico precário, e 90% das vítimas são crianças.
COMO você consegue água? Apenas abre a torneira? Ou, como é comum em alguns lugares, precisa andar muito, esperar numa fila e depois voltar para casa carregando um balde pesado com esse valioso líquido? Você gasta muitas horas todos os dias só para conseguir água suficiente para lavar e cozinhar? Essa é a situação em muitos países — a água é escassa e difícil de conseguir. Em seu livro Water Wars—Drought, Flood, Folly, and the Politics of Thirst (Guerras por Água — Seca, Enchente, Tolice e a Política da Sede), Diane Raines Ward mencionou que 40% da população mundial “tira água de poços, rios, açudes ou poças”. Em alguns países, as mulheres levam até seis horas buscando água para a família, carregando vasilhames que, quando cheios, pesam cerca de 20 quilos.
A verdade é que a crise da água e do saneamento básico afeta severamente mais de um terço da população mundial. O problema é grave principalmente na África, onde 6 de cada 10 pessoas não têm nem sequer banheiro apropriado — um fato que, de acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde, favorece “a contaminação de fontes de água, de alimentos e do solo por bactérias, vírus e parasitas encontrados em excrementos humanos”. O relatório diz que essa contaminação “é a principal causa de diarréia — o segundo maior culpado pela morte de crianças nos países em desenvolvimento — e ocasiona outras doenças graves, como a cólera, esquistossomose e tracoma”.
A água tem sido chamada de ouro líquido, o petróleo do século 21. Mesmo assim, as nações estão desperdiçando esse precioso bem de tal maneira que não sobra quase nada em seus principais rios para escoar no mar. Com os danos causados pela irrigação e evaporação, rios importantes estão secando, incluindo o rio Colorado no oeste dos Estados Unidos, o Yang-tsé na China, o Indo no Paquistão, o Ganges na Índia e o Nilo no Egito. O que tem sido feito para amenizar a crise? Qual é a melhor solução?

terça-feira, 15 de junho de 2010

Núcleo Parcialmente Líquido

Por que a onda “S” pára naquela profundidade de 2.900 quilômetros? Por que também a refração de um feixe da onda “P”, e a desaceleração do outro feixe? Evidentemente porque o núcleo exterior abaixo do revestimento da terra é líquido. Pode-se ilustrar tal fenômeno pelo fato de que um objeto duro de metal (por exemplo, um sino) transporta uma vibração melhor que um objeto mole. A onda “S” não pode percorrer um líquido, e a onda “P” é refratada ou desacelerada consideravelmente. Esta desaceleração perdura por cerca de 2.175 quilômetros. O núcleo exterior, então, estendendo-se por cerca de 2.175 quilômetros mais para o fundo, em direção ao centro da terra, parece ser líquido, ou se comporta como um líquido. Sob a grande pressão e calor (cerca de 2.200 graus centígrados no alto do núcleo exterior, e de cerca de 5.000° C no fundo, onde começa o núcleo central ou interior) as rochas do núcleo exterior bem podem achar-se em estado derretido, líquido.

De que se compõem o núcleo exterior e o núcleo central? Um estudo dos meteoritos que vêm à terra do espaço sideral sugere que estes núcleos da terra são constituídos principalmente de ferro, ligado com níquel. A onda sísmica que percorre o núcleo central adquire velocidade, denotando que este é sólido, provavelmente, na maior parte, sendo extremamente denso e duro.

Terremotos “Radiografam” a Terra

É estranho dizer, mas são os terremotos que têm sido de máxima utilidade para se determinar a estrutura do que há sob a superfície da terra. Saber o que existe ali, por sua vez, nos ajuda a explicar as coisas que tornam a crosta da terra habitável por nós. O estudo dos terremotos é chamado de “sismologia”.

Os sismólogos descobriram que há vários tipos de vibrações, ou ondas, criadas durante um terremoto. Tais ondas irradiam-se em todas as direções a partir do epicentro, o foco ou lugar de origem do terremoto. A medida que as ondas atravessam a terra, curvam-se num sentido oposto à superfície da terra, e estações sismográficas situadas a quilômetros de distância recebem e registram tais ondas. Há três tipos de ondas: (1) a onda principal, que percorre a crosta, (2) uma onda primária (“P”), (onda do tipo de pressões altas e baixas) e (3) uma onda secundária (“S”), (onda transversal). Esses dois últimos tipos de ondas percorrem a terra. A onda “P” é refratada a cerca de 2.900 quilômetros de profundidade. A onda “S” é completamente eliminada além desta profundidade. Isto se dá porque, evidentemente, encontram certo tipo de barreira nos limites inferiores do revestimento, onde se encontra com a parte exterior do núcleo, situado mais abaixo. Outro feixe da onda “P” continua através do centro da terra, embora a onda “S” não vá além dos 2.900 quilômetros de profundidade.

Nossa terra rochosa — modelada para a vida



VIVEMOS na superfície de imensa espaçonave, em forma de bola, composta de rochas e metais. Se pudesse cavar abaixo da superfície do solo até uma profundidade de cerca de 30 quilômetros, não encontraria nada, senão rochas sem vida, no que é chamado de revestimento da terra. A crosta, sobre a qual vivemos, composta mormente de elementos não-metálicos, por conseguinte, é uma camada muito fina sobre sextilhões de toneladas de materiais que jamais vemos, exceto no caso de alguma rocha derretida que atinge a superfície através da crosta, devido à ação vulcânica. Todavia, tudo isto é essencial, de modo a termos um lugar para viver.

Como é que os geólogos chegam às suas conclusões sobre a composição da terra? Na realidade, dispõem de métodos que perscrutam o interior de nosso planeta, a fim de obterem uma descrição experimental do interior da terra, mas admitem que o quadro talvez não seja exato. Ninguém conseguiu ainda escavar o revestimento, mesmo sob os oceanos, onde a crosta é mais fina, tendo apenas cerca de 5 a 8 quilômetros de espessura. Durante o Ano Geofísico Internacional (julho de 1957 a dezembro de 1958) fez-se um plano para realizar isto. É provável que já tenha lido a respeito, o chamado projeto “Mohole”. “Moho” é um termo abreviado, em inglês, para os limites entre a crosta e o revestimento embaixo dela. Esta tentativa de descobrir a composição da crosta e exatamente o que constituía a parte superior do revestimento fracassou, devido ao enorme custo envolvido e a falta de tecnologia para executar tal tarefa.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A TERRA SE TORNARÁ UM LAR AJARDINADO

 Para muitos, a palavra “paraíso” contém a idéia de algo extra-terreno a até mesmo irreal. Mas “paraíso” vem de palavras similares usadas nos tempos antigos (em hebreu: pardés; em persa: pairidáeza; em grego: parádeisos), palavras usadas para descrever coisas então realmente existentes na terra. Todas estas palavras contêm a idéia básica de um ‘belo parque’ ou de um ‘jardim semelhante a um parque’. Assim como na antiguidade, também hoje há muitos de tais lugares, alguns deles sendo parques de grande tamanho. E o homem tem um anseio natural por sua beleza. A Bíblia promete que virá o dia em que todo este planeta será tal jardim semelhante a um parque, ou um paraíso.
 Quando Deus criou o primeiro casal humano, deu-lhes por lar o Jardim do Éden, nome que significa Paraíso de Prazer (ou Delícias). O paraíso não se devia limitar, porém, àquele único lugar. Conforme a Bíblia relata: “Deus os abençoou e Deus lhes disse: ‘Sede fecundos e tornai-vos muitos, e enchei a terra, e sujeitai-a.’” (Gênesis 1:28; 2:8, 9) Isto envolvia a ampliação dos limites do Paraíso até os confins da terra. O proceder desobediente de Adão e Eva não pôs término a este propósito declarado de Deus. Mostrando que a terra paradísica ainda era do propósito de Deus, Cristo Jesus prometeu a um homem que morria ao lado dele e que mostrava fé em Jesus, como Filho de Deus, que ele teria a oportunidade de viver em tal Paraíso terrestre. (Lucas 23:39-43) Como se dará isso?
 Na vindoura “grande tribulação”, Deus promete eliminar todos os obstáculos a tal paraíso por arruinar os que arruínam a terra. (Revelação 11:18) Deus fará assim o que os governos humanos nunca poderiam fazer. Eliminará todos os que egoistamente poluem e estragam a terra para satisfazer sua ganância comercial, todos os que travam guerras devastadoras por causa de sua sede de poder e todos os que usam mal a terra por causa de sua falta de gratidão e respeito para com as dádivas abundantes que Deus proveu.
 A terra inteira florescerá então com beleza; seu ar, sua água e sua terra terão então frescor e pureza. Este restabelecimento do Paraíso não é algo além da possibilidade de se crer ou contrário à experiência humana. Há muitos séculos atrás, quando os da nação de Israel saíram do cativeiro em Babilônia,  Deus restabeleceu-os na sua pátria. Ao retornarem, o país era um baldio desolado. No entanto, visto que Deus abençoou a eles e o seu trabalho, a terra mudou logo, ao ponto de os povos vizinhos exclamarem: ‘Ela se tornou igual ao jardim do Éden!’ Onde antes havia matas de espinhos e abrolhos, cresciam então juníperos e murteiras. A terra se tornou muito produtiva, removendo qualquer ameaça de fome. (Ezequiel 36:29, 30, 35; Isaías 35:1, 2; 55:13) O que Deus fez então naquela pequena região da Palestina prometeu fazer em escala global, para que todas as pessoas vivas usufruíssem os prazeres divinamente providos da vida no Paraíso. — Salmo 67:6, 7 (66:7, 8, ver. cat.); Isaías 25:6.

BASE SÓLIDA PARA CONFIANÇA

 O universo é controlado por leis básicas. Fiamo-nos em muitas delas. O nascer e o pôr do sol, as fases da lua e as estações vêm e vão dum modo que contribui para a estabilidade da vida humana. Os homens elaboram calendários e planejam atividades com anos de antecedência, sabendo que os movimentos do sol, da lua e dos planetas são seguros. O que podemos aprender disso?
 O Criador destas leis é fidedigno; o que ele diz e faz é digno de confiança. É em seu nome, como Criador do céu e da terra, que se fazem as promessas bíblicas a respeito de uma nova ordem justa. (Isaías 45:18, 19) Na rotina diária da pessoa, é normal confiar em certa medida nos outros — nos que levam gêneros alimentícios ao mercado para vender, nos que entregam o correio e em amigos íntimos. Não devemos ter muitíssimo mais confiança em Deus e na certeza do cumprimento de suas promessas? — Isaías 55:10, 11.
 É verdade que os homens, por motivos egoístas, amiúde mostram que não se pode confiar neles. Mas todas as promessas de Deus contidas na Bíblia são claramente para o nosso bem, não para satisfazer qualquer egoísmo da Sua parte. Ele não precisa nada de nós; nem resulta nossa crença na sua Palavra em lucro egoísta para qualquer homem. Mas Deus agrada-se dos que têm fé nele, por causa de seu amor a ele e de seu apreço do modo de agir dele. — Salmo 50:10-12, 14, 15 (49:10-12, 14, 15, ver. cat.).
 Por outro lado, a Bíblia agrada também à nossa faculdade de raciocínio; não exige fé cega ou credulidade. De fato, ela define a verdadeira fé como “a expectativa certa de coisas esperadas, a demonstração evidente de realidades, embora não observadas”. (Hebreus 11:1) Deus fornece-nos na Bíblia uma base sólida para termos fé. Esta base torna-se cada vez mais evidente ao aumentarmos em conhecimento da Palavra de Deus e vermos quão veraz ela mostra ser na nossa vida e no cumprimento de suas profecias. — Salmo 34:8-10 (33:9-11, ver. cat.).
 As promessas bíblicas de bênçãos futuras vão muito além do que os homens se atrevem a oferecer. No entanto, estas promessas não exigem que creiamos em coisas contrárias a toda a experiência humana. Tampouco são contrárias ao que é normal para os homens desejarem. Considere algumas destas grandiosas bênçãos e veja quão veraz isto é.

Paz e segurança em toda a terra — uma esperança segura

ESTA terra poderia ser um lugar mais agradável e mais interessante em que viver — se prevalecessem em toda a terra condições realmente pacíficas e seguras. Embora ela esteja agora longe disso, a Bíblia prediz que a terra ainda virá a ser um lar esplêndido para a humanidade, em que a família humana poderá usufruir plenamente a vida.
 Quais são as bênçãos prometidas e como podemos ter certeza de que se cumprirão?

Que será do planeta Terra?

QUE reserva o futuro para você, um dentre os bilhões de pessoas que agora vivem no planeta Terra? Gostaria de ter uma vida de paz e segurança, no meio de pessoas que realmente se amam? Poderá ter isto e muito mais. Mas este não é o futuro que a maioria espera ter. Por que não?
 A ameaça duma guerra nuclear levantou sérias dúvidas sobre se haverá futuro para grande parte da raça humana. Quando se detonou pela primeira vez uma bomba atômica numa guerra, em 1945, morreram instantaneamente mais de 70.000 homens, mulheres e crianças. Muitos outros milhares tiveram uma morte agonizante nos dias e nos anos que se seguiram. Mas hoje em dia, uma única ogiva típica tem o potencial explosivo de todas as bombas lançadas durante a Segunda Guerra Mundial. Existem dezenas de milhares de armas nucleares posicionadas para uso imediato. Ainda assim, o mundo gasta cerca de 2.000.000.000 de dólares por dia numa corrida armamentista que deixa muitas pessoas pasmadas de horror.
 Mas que dizer de apenas uma “guerra nuclear limitada”? Os resultados ainda assim seriam aterradores. Segundo Carl Sagan, bem conhecido cientista, se as nações usassem mesmo que apenas uma fração de sua capacidade nuclear, “há pouca dúvida de que nossa civilização global seria destruída. . . . Parece ser real a possibilidade da extinção da espécie humana”. Muitos procuram tirar da mente tal perspectiva, mas isso não elimina o perigo. Um número rapidamente crescente de outros constituíram sociedades de sobrevivência. Na esperança de alguns sobreviverem, construíram refúgios em regiões isoladas, e armazenaram nestes suprimentos alimentícios e médicos, bem como armas para expulsar invasores indesejáveis.
 À parte duma guerra nuclear, os cientistas advertem sobre um possível desastre global causado pela maneira em que se abusa do meio ambiente. A poluição do ar que respiramos é motivo de séria preocupação. As florestas estão sendo devastadas numa proporção alarmante; no entanto, elas são importantes para o ciclo de oxigênio da terra, para o ciclo hidrológico dela e para a conservação do solo. Por ignorância e por ganância arruínam-se vitais terras férteis. Os suprimentos de água estão sendo poluídos, amiúde com substâncias químicas mortíferas. Todavia, esses recursos são essenciais para a sustentação da vida humana.
 De preocupação mais imediata, porém, talvez ache que o crime violento está tornando as pessoas prisioneiros em suas próprias casas. A instabilidade política e social torna a vida perigosa. O amplo desemprego e a vertiginosa inflação causam privação e frustração. A vida doméstica de muitos está longe de ser satisfatória; muitas vezes faltam os vínculos do amor, que deveriam manter a família unida. Em toda a parte, a atitude das pessoas é: “Primeiro eu!”
 Então, onde se pode encontrar uma base sólida para a expectativa duma vida em segurança? Se o nosso futuro, como habitantes da terra, dependesse exclusivamente do que homens e nações, que compartilham a responsabilidade por esses problemas, estivessem dispostos a fazer e fossem capazes de realizar, a perspectiva seria realmente lúgubre. Mas depende deles?

Pode a nossa terra sobreviver?

É essa uma pergunta vã? É ela pessimista? Ou está a terra à beira da destruição? Quais são os fatos?
“NAVEGAMOS por águas cheias de manchas de óleo durante 43 dos 57 dias. Grandes baleias e muitos peixes que nadam de boca aberta, filtrando o alimento, engolem essa poluição. Alguns desses peixes nós vamos comer.
“Há pessoas que me dizem que . . . o mar pode absorver toda essa poluição e retornar a seu ciclo. Eu chamo a tais de personagens dos contos de fada que fazem as crianças dormir — querem ninar-nos com palavras tranqüilizadoras. Não dê ouvidos! A menos que você e eu — todos nós — tomemos agora medidas para suster as sobrecargas de substâncias venenosas nos mares, eles serão asfixiados e morrerão.”
Tal foi a descrição do explorador Thor Heyerdahl durante sua segunda viagem através do Atlântico num barco de papiro. Para muitos, é aterradora, e Heyerdahl não é o único a dar o alarme.
Um estudo científico, publicado no jornal O Estado de S. Paulo, não é menos significativo: “Pode ser tarde demais para restaurar e limpar o que foi destruído. Dos componentes básicos da vida — ar, água, solo e luz — , apenas esse último não se acha poluído.”
As pessoas em toda a parte se queixam do clima. Por que há mudanças climáticas, e tempo esquisito em todo o mundo?
O Dr. Reid A. Bryson, especialista em climatologia, chama o efeito geral das atividades do homem — seu fumo, a poeira de tratores, a fumaça dos jatos, o nevoeiro enfumaçado das cidades — o “vulcão humano”. “Somos realmente um fator na equação climática”, diz ele. “Talvez sejamos o fator decisivo.”
E um artigo em National Geographic concluía: “Um acúmulo constante de bióxido de carbono na atmosfera da terra, resultante da queima de combustíveis fósseis — carvão e óleo — vem ocorrendo desde que começou a revolução industrial. Níveis mais altos desse gás incolor e sem cheiro tendem a aquecer o planeta pelo chamado efeito de estufa, retendo a radiação infravermelha — calor — que de outra forma escaparia no espaço.”
Ultimamente, outros fatores inquietantes têm estado nas notícias. Por exemplo, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) noticiava que a poluição da atmosfera estava reduzindo a camada de ozônio da terra, que veda em parte os nocivos raios ultravioleta procedentes do sol. Entrementes, a radiação ultravioleta aumentada já está ligada ao aumento do câncer da pele, segundo Rumen Bojkov, diretor da divisão de ciência atmosférica da OMM.
Outrossim, o patologista Leon S. Dochinger, do Departamento de Agricultura dos EUA, cita a “chuva ácida” como sendo outro assassínio em potencial. É o resultado da queima de combustíveis fósseis com alto teor de enxofre, principalmente do carvão. As partículas poluidoras e os gases são espalhados pelo vento e acabam voltando à terra, trazidos pela chuva, na forma de ácidos sulfúricos e nítricos. Estes põem diretamente em perigo a vida dos peixes, dos animais e da vegetação. Ainda mais, a “chuva ácida” sobre o solo pode liberar metais venenosos. Esses metais podem encontrar o caminho dos rios e lagos, tornando-se assim um perigo para a saúde.
Certa pesquisa médica, feita em São Paulo, dizia que, depois do fumo, a poluição do ar ali é a principal responsável pelas doenças do aparelho respiratório, estando em segundo lugar entre as causas de morte. Outrossim, segundo um relatório da ONU, a causa de muitos cânceres “está ligada ao ar que as pessoas respiram ou à água que bebem, ao ambiente em que trabalham ou vivem, à sua dieta pessoal ou ao seu modo de vida”.
Sem água, não há vida humana. Mas quanta segurança há em bebermos água? Quão seguros são os rios e os oceanos?
Numa recente visita ao Brasil, Jacques Cousteau achou que as águas da famosa Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, estão mais poluídas do que as do Mediterrâneo que banham Veneza, Cannes e Gênova. Ele expressou grande preocupação quanto à poluição destrutiva, causada pelos derramamentos de óleo, pelos resíduos químicos e nucleares.
E o que dizer dos rios? Sob a manchete “A Agonia das Águas”, a revista Veja lançava a culpa no restilo das usinas de cana-de-açúcar e dos fabricantes de bebidas alcoólicas, na soda das indústrias de celulose, nos esgotos das cidades em crescimento e das indústrias, bem como em outros resíduos, por matarem os rios brasileiros. Existem condições similares em outros países.
Ainda mais, a crescente demanda de água está pondo em dúvida sua disponibilidade. A respeito da água, o delegado sírio Saub Kaule disse aos especialistas na conferência das Nações Unidas em Mar del Plata, Argentina: “Uma gota de água custará mais do que uma gota de petróleo.”
Por quê? A revista Time comenta: “Entre 30% e 40% da produção mundial de alimentos dependem atualmente de irrigação. . . . A indústria está também usando quantidades cada vez maiores de água — para gerar eletricidade, para resfriar reatores atômicos e na indústria de produtos químicos e de metais. Como resultado, muitos lagos e rios ficaram tão poluídos pela agricultura e pela indústria — bem como pelos dejetos de crescente número de humanos — que se tornaram inutilizáveis sem tratamento dispendioso. Apesar das medidas de purificação, a necessidade de apanhar água para beber de mananciais contaminados tem causado o alastramento de doenças. A Organização Mundial de Saúde calcula que tantos quantos 80% dos casos de doenças no mundo são atribuíveis à água impura.”
Essa é uma revelação desalentadora. Mas será isso tudo? Realmente não.
Um grupo de agrônomos se reuniu em Brasília e condenou o “uso indiscriminado e crescente de pesticidas, herbicidas e fungicidas [que] estão levando a um impasse ecológico que compromete a curto prazo a própria produção”. E por que tal uso excessivo? “Objetiva apenas o lucro imediato”, dizem os especialistas.
Outro inimigo camuflado foi revelado na conferência de Nairóbi, África. Observou-se que os desertos se estão expandindo em muitas partes da terra. Time dizia: “Graças, em grande parte, à própria insensatez do homem, a desertificação ameaça agora a frágil existência de cerca de 630 milhões de pessoas que moram nessas regiões.”
Não é de admirar que o Secretário-Geral da ONU, Kurt Waldheim, se sentisse impelido a fazer a observação sinistra de que “países poderão desaparecer do mapa”.
E quais as causas? Ecólogos, reunidos no México, concluíram: “O desmatamento primitivo, o fogo, a erosão, as formas inadequadas de agricultura e os pesticidas se associam às causas naturais para acelerar o processo da desertificação.” O Estado de S. Paulo fazia a observação de que o Brasil tem “tudo para formar um dos maiores desertos do mundo nos próximos 25 a 30 anos se continuar a ocupar desordenadamente a Amazônia”.
Com efeito, o ecólogo brasileiro José Lutzenberger disse a um grupo de especialistas: “Os modelos desenvolvimentistas da atual sociedade de consumo . . . repousam no esbanjamento orgiástico de recursos limitados e insubstituíveis. Eles significam a destruição de todos os sistemas de sustentação da vida na Terra.”
Esse ecólogo disse ainda: “Desequilibramos todos os grandes e pequenos sistemas hídricos, acentuando as estiagens desoladoras e as cheias catastróficas; pela poluição desenfreada, perderemos em breve a potabilidade dos últimos mananciais e preparamos a eliminação de todas as formas de vida aquática, inclusive nos oceanos.”
É um quadro bem triste. Mas não foram feitos esforços para suster a onda? Felizmente foram feitos. Considere alguns desses.
Os cientistas e outros clamam cada vez mais alto pedindo que sejam tomadas medidas drásticas para a preservação da terra. Produziram seus planos resultados positivos? Sim, alguns.
A revista Veja entrevistou Hideo Oguri, responsável pelo combate à poluição nos rios de Tóquio. Disse ele: “Endurecer a legislação, até fechar indústrias, produziu algum efeito. Mas o que vem surtindo melhores resultados é a ação constante de centenas de grupos ecologistas que defendem a preservação ambiental.”
Luiz Roberto Tommasi, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, acredita que os rios podem ser salvos se os atuais fatores de poluição forem eliminados ou pelo menos reduzidos a um nível que permita a autodepuração Mas, disse também: “Não há tempo a perder . . . Na Inglaterra, há cinqüenta anos as autoridades começaram a se preocupar com o Tamisa, e só agora os salmões voltaram ao rio.”
Falando em Curitiba, Jacques Cousteau disse que iria sugerir às Nações Unidas “uma política mundial do uso do oceano, estabelecida por acordos internacionais, de modo a tornar mais lenta a destruição da vida marinha”. Mas, acrescentou que “mesmo os países mais desenvolvidos não tinham qualquer política visando a preservação da ecologia marinha”.
Similarmente, Thor Heyerdahl escreveu: “Para começar, devíamos criar áreas protegidas, reservas naturais onde o ecossistema local pudesse reconstruir-se e manter-se por si. Tão importante como isso, porém, é promulgar e fazer cumprir leis em áreas fora das reservas naturais onde o equilíbrio ecológico já esteja afetado “
É óbvio que a solução da poluição do ar não consiste em simplesmente instalar chaminés mais altas. Tome-se, por exemplo, a presença de um ácido perigoso nos lagos do Parque Nacional de Adirondack, no Estado de Nova Iorque. Os peixes estavam morrendo. Finalmente, soube-se que o distrito siderúrgico de Sudbury, no Canadá, a centenas de quilômetros de distância, era responsável por isso. Os ventos levaram a poluição até Nova Iorque.
Na Escandinávia, onde os problemas ecológicos são tratados com muita atenção, descobriu-se que os solos montanhosos estavam poluídos. A “chuva ácida” estava diretamente ligada às medidas tomadas pela Grã-Bretanha no sentido de reduzir a poluição. As altas chaminés de fábricas lançavam agentes poluentes bem alto na atmosfera e os ventos os levavam para a Escandinávia.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos vem colhendo dados através de uma rede nacional de estações nos E.U.A. e através de estações de pesquisas no Canadá, na Escandinávia e em outros países europeus. A idéia urgente por trás disso é lançar uma campanha mundial para alertar todas as pessoas sobre o problema, como passo inicial para a resolução final. Sendo um problema mundial, tem de ser resolvido em escala global.
Vêm sendo feitos esforços elogiáveis. Os EUA e outros países já proibiram o uso de substâncias tóxicas como o DDT, os fluorocarbonos e outros, ou estão desencorajando seu uso.
O Paquistão introduziu um programa de reflorestamento para combater a erosão do solo naquele país. A Arábia Saudita plantou 10 milhões de acácias, eucaliptos e tamargueiras para o controle das dunas de areia perto do oásis de Al-Hasa. O Brasil está plantando eucaliptos e pinheiros em várias áreas. Esforços similares foram feitos no deserto de Góbi, na Mongólia, para evitar a formação de regiões desérticas ou recuperá-las.
Mas são os maciços de árvores homogêneas, isto é, as florestas de uma só espécie de árvores, a solução? O professor Célio Vale, da Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil, é contra a substituição das florestas naturais por maciços homogêneos. Diz ele que as conseqüências são, “primeiro, a destruição do solo pela erosão. Depois, a exterminação da fauna típica das florestas, que não consegue sobreviver numa reserva homogênea. Finalmente, ocorreriam profundas alterações no microclima das regiões desmatadas, já que, devido à falta de proteção do ambiente, a radiação solar aumenta consideravelmente”.
A que conclusões podemos chegar de nossa consideração da recomendada legislação internacional e dos esforços feitos até agora? A maioria das tentativas, sejam elas eficientes ou fracas, ainda são apenas locais. Segundo Time, a ONU “adverte que essas medidas unilaterais não são suficientes para a remoção das ameaças contra o bem-estar do homem, e solicita a colaboração internacional, ‘em escala ainda não vista até agora na história da humanidade’, para salvar o meio ambiente de um dano irreversível”.
Todavia, há obstáculos quase intransponíveis para levar isso a bom termo. Time admite: “Contudo, há muitos obstáculos a vencer. Para começar, será preciso mudar o sistema de vida tradicional. . . . Talvez o maior obstáculo de todos seja a questão política que continua a dividir as nações ricas e as pobres do mundo.”
Admitidamente, pois, o orgulho e preconceitos nacionais e raciais, as hostilidades abertas e as injustiças sociais se interpõem claramente no caminho da unificação. A cobiça do homem, e amiúde sua ignorância, sua miopia e, muitas vezes, sua má intenção declarada se opõem ao seu progresso. Disse Jacques Cousteau: “É certo que a redução de todos os valores a um denominador comum — dinheiro — não funciona. Foi justamente o que conduziu a nossa civilização aos problemas atuais.”
O próprio homem criou essa situação. Ele não conseguiu superá-la. A calamidade assoma-se diante de nós. Para onde devemos voltar-nos em busca de escape? Convidamo-lo a considerar uma resposta interessante.
A Bíblia aconselha: “Não deposite sua confiança nos líderes humanos; nenhum ser humano pode salvá-lo. Feliz é o homem que depende do SENHOR, seu Deus, o Criador do céu, da terra, e do mar, e de tudo o que há neles. Ele sempre cumpre suas promessas; ele julga favoravelmente os oprimidos e dá alimento aos famintos.” — Sal. 146:3, 5-7, Today’s English Version.
Esse é um modo realmente emocionante de olhar para os problemas atuais e sua solução. Com efeito, em busca de alívio, não é lógico olharmos para Aquele que fez nossa terra e o gênero humano para se obter tal solução?
Jeová Deus é Dono e Criador da terra. São surpreendentes as provisões múltiplas para a manutenção da vida nela. Só mesmo um amoroso Pai e Provedor cumularia seus filhos de tais bênçãos. A vida vegetal e animal, os rios, os lagos e os mares contribuem grandemente para o prazer de viver. Não é de admirar que a primeira amostra daquilo que Deus propunha para a terra chegasse a ser conhecida como paraíso do Éden, ou um “parque de delícias”.
Se mostrasse obediência amorosa às regras universais de conduta, dadas pelo Criador, o homem desfrutaria para sempre os produtos da terra. “Se viverem segundo as minhas leis e obedecerem a meus mandamentos”, disse o Criador a seu antigo povo, “eu lhes enviarei chuva no tempo certo, assim a terra produzirá safras e as árvores darão fruto. Suas safras serão tão abundantes que ainda estarão colhendo cereal quando for tempo de colher uvas, e ainda estarão colhendo uvas quando for tempo de plantar cereal. Terão tudo o que desejarem para comer, e poderão morar em segurança na sua terra.” — Lev. 26:3-5, TEV.
“É bom demais para ser verdade”, é o que diz? Mas por quê? Pare e pense.
Por que não deverá haver fartura de alimentos e de recursos? Deus certamente sabe o que fazer, e o pode fazer. Porventura não sabe todo inventor, melhor que os outros, como deve funcionar seu invento? Portanto, a bênção de Deus significa uma distribuição adequada de chuvas, um clima apropriado. E é preciso lembrar que foi ele quem criou de início o perfeito ecossistema.
Não admitem os cientistas que a irreflexão e o egoísmo do homem em brincar com este sistema delicado causaram enchentes catastróficas e secas, poluição, indizível miséria e morte? Mas quais os resultados quando o homem coopera com os sistemas naturais da terra implantados nela por Deus?
No antigo Israel, o Projetista da terra determinou períodos de descanso para a própria terra. Israel tinha a terra, propriedade de Jesus, sob sua guarda. (Sal. 24:1; 89:11; 115:16) Sabendo da necessidade de se revitalizar a terra, o Governante invisível de Israel fez provisões neste sentido. Cada sétimo ano a terra descansava completamente. Não havia cultivo, semeadura, nem poda, sob a pena de morte para os violadores. — Êxo. 23:11; Lev. 25:4.
“Como vivia o povo?” talvez pergunte. A bênção de Jeová no sexto ano fazia produzir safras abundantes que duravam até o “ano sabático” inclusive e a próxima safra. (Lev. 25:20-22) Outrossim, o que crescia sozinho podia também ser consumido, embora não pudesse ser guardado. Portanto, no ano sabático a terra ficava em pousio. A chuva, a vegetação que crescia naturalmente e o humo agiam como fertilizantes naturais. A terra tinha oportunidade de se revitalizar.
Tão sério era o requisito de deixar a terra descansar que um motivo por que Israel ficou 70 anos no cativeiro de Babilônia foi a violação das leis sabáticas de Deus. O Rei Nabucodonosor “levou todos os sobreviventes para Babilônia. . . . E, assim, o que o SENHOR predissera mediante o profeta Jeremias se cumpriu: ‘A terra ficará desolada por setenta anos, para compensar o descanso sabático que não foi observado.’” (2 Crô. 36:20, 21, TEV; também Lev. 26:34, 35, 43) Por motivos egoístas, eles vinham esgotando a terra.
Mas o que aconteceu quando os israelitas retornaram para sua terra depois de 70 anos? Jeová os abençoou e a terra se tornou novamente frutífera, exatamente como o profeta Ezequiel predissera pouco após os israelitas terem sido levados embora de sua terra: “Ali os abençoarei com chuvas abundantes quando as necessitarem. As árvores darão fruto, os campos produzirão safras, cada um morará em segurança na sua própria terra.” — Eze. 34:26, 27, TEV.
Anos antes, Isaías, emocionado, declarara: “O deserto se regozijará, e flores desabrocharão nas terras ermas. . . . Correntes de água fluirão pelo deserto; a areia escaldante se tornará um lago, e a terra seca se encherá de mananciais.” — Isa. 35:1, 6, 7, TEV.
Será que isso aconteceu? Sim, de fato, aconteceu. Os israelitas que retornaram tiveram tal experiência e ainda eram uma nação próspera quando os romanos ocuparam a terra centenas de anos mais tarde.
Todavia, será que temos evidência hodierna da existência de um sistema de auto-recuperação da terra?
Um exemplo surpreendente de recuperação da terra se realizou no Israel atual. Dizia certa reportagem: “Os israelenses restauraram alguns dos sistemas de coletar água deixados pelos antigos nabateus no deserto do Negebe, e estão usando águas servidas para alimentar viçosos pomares de amendoeiras e de pistácias. Outras táticas que fazem florescer o Negebe: sistemas de irrigação por gotejamento, que alimentam pequenas quantidades de água diretamente nas raízes das plantas com a ajuda de monitores de computador; estufas para hortaliças e flores em que até mesmo a circulação de água é movida a energia solar; o cultivo de algas ricas em proteínas, em viveiros de água salobra, para alimentação animal.”
Que notável reavivamento de uma terra outrora desolada. Reavivamentos similares vêm ocorrendo em outras áreas, como nos desertos da China. Mas o que dizer da terra devastada pela ação da guerra? Pode a terra fazer face a tão grande carga?
Durante a Segunda Guerra Mundial, o porto da Ilha Truk tornou-se um vasto cemitério aquoso dos navios de guerra japoneses. “Estudando essa frota submersa mais de um quarto de século mais tarde”, diz National Geographic, a “bióloga Sylvia A. Earle e o fotógrafo Al Giddings viram uma exibição ímpar do poder da natureza de se curar”.
Disse um escafandrista que se lembra da luta: “Por mais de dois anos depois, o óleo dos navios e dos aviões cobria as praias e os recifes. Mas o mar está restaurado agora.”
Quem realizou a restauração? Não houve necessidade de mãos humanas. O “sistema de restauração”, que o Criador incluiu desde o início na terra e nos mares, é que realizou isso, em apenas pouco mais de 30 anos. A superabundância de corais, plantas e animais cobrindo os destroços submersos é um maravilhoso testemunho da sabedoria e do poder do Criador.
É esse o único exemplo da capacidade própria de recuperação da terra? Considere o que aconteceu em Eniwetok Atoll, no Oceano Pacífico. Os Estados Unidos escolheram aquele local para testar seus dispositivos nucleares. Em 1977, os ilhéus começaram a retornar para seus antigos lares. O que encontraram após 20 anos sem bombas?
Certo biólogo marinho escreve: “Atualmente, os peixes e os corais medram nas crateras [atômicas], o que atesta a capacidade da natureza de se recuperar de quase qualquer tipo de perturbação.” Os cientistas estão pasmados com a surpreendente capacidade de recuperação da terra.
Que notícias emocionantes! É evidente que a terra possui notável sistema inerente de recuperação. Será que o Criador permitiria que o homem arruinasse sua obra? É claro que não. O profeta Isaías escreveu: “Assim diz o SENHOR, O criador dos céus, que é Deus, o projetista e formador da terra, que a estabeleceu, não a criando para ser um ermo, mas projetando-a para que se vivesse nela.” — Isa. 45:18, New American Bible.
Naturalmente, é preciso que haja uma mudança global das coisas. Isso significará o fim do atual sistema com suas injustiças, ignorância e imperfeição. Mas como é que isso se dará?
A resposta simples está contida no livro bíblico de Revelação: “O reino do mundo tornou-se o reino de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre . . . veio teu próprio furor e o tempo designado . . . para arruinar os que arruínam a terra.” — Rev. 11:15, 18.
Sim, por meio do governo do reino celestial de Deus sob Cristo Jesus, ocorrerá em breve uma grandiosa transformação. Deus revelou ser no passado o Libertador e o Restaurador da terra. Exemplos nos nossos dias revelam que ele criou na terra um notável sistema de recuperação. Portanto, podemos estar confiantes de que a terra irá sobreviver. Deus cumprirá seu propósito de fazer da terra um paraíso, um lar de delícias para o homem.