sábado, 29 de maio de 2010

AVISOS ATUAIS




Recentemente, avisos sobre uma destruição ainda maior tiveram ampla divulgação. De que avisos falamos? Não dos dados pelo Monte Sta. Helena, do Estado de Washington, E.U.A., no ano passado. Ali, certo morador escreveu: “O monte continuava a se ‘agitar’ com maior intensidade, quase como que avisando que nos preparássemos para a verdadeira explosão.” Autoridades estaduais e locais acrescentaram a sua voz, também falando sobre o grande perigo para os na região do vulcão.

Mas, não estamos pensando em avisos sobre alguma aguardada destruição local. Antes, falamos de avisos que agora estão sendo proclamados em toda a terra sobre uma iminente destruição mundial — o Armagedom. Predizendo esta destruição, Jesus Cristo disse: “Pois então haverá grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tampouco ocorrerá de novo.” (Mat. 24:21) Baseado na descrição de Jesus, esta “grande tribulação” destruirá mais vidas humanas do que todas as calamidades naturais da história humana em conjunto.

Está dizendo: “Impossível!”? Contudo, o profeta de Deus, Jesus Cristo, nunca antes esteve errado. “A guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, comumente chamada de Armagedom, virá com certeza. (Rev. 16:14-16) Será a parte final da “grande tribulação”. Portanto, não é sensato dar pelo menos alguma consideração aos avisos de que o Armagedom está próximo, dentro do período de vida da maioria dos atualmente vivos?

A ATITUDE DOS LÍDERES DA CIDADE

Visto que se aproximava a colheita da cana-de-açúcar, os negociantes de Saint-Pierre asseguravam ao povo que não havia nenhum perigo. Os políticos, preocupados com a próxima eleição, tampouco queriam que o povo fugisse, de modo que se expressaram de maneira similar. De fato, o prefeito de outra cidade veio a Saint-Pierre para convencer o povo de que não havia nenhum motivo de alarme. Os líderes religiosos, o clero católico, cooperavam com os grupos comerciais e políticos na tentativa de persuadir seus paroquianos a crer que tudo estava bem.

Então aconteceu. Pouco antes das 8 horas da manhã do dia 8 de maio, o monte Pelée explodiu com um estupendo estrondo. Gigantescas nuvens pretas, superaquecidas, desceram com incrível velocidade para Saint-Pierre. Um escritor declarou:

“Os muitos milhares de cadáveres nas ruínas contavam todos a mesma história, de morte praticamente instantânea, quando o furacão cauterizante do monte Pelée chegou até eles. Não houve tempo para tentar fugir ou mesmo lutar; centenas de pessoas simplesmente morreram lá onde estavam. O gás quente fez o seu trabalho rapidamente, acabando com a vida de milhares no espaço de dois ou três minutos.”

Praticamente todos em Saint-Pierre morreram — umas 30.000 pessoas ou mais. Só três pessoas sobreviveram, e duas delas morreram pouco depois de seus ferimentos. O único a se recuperar de seus ferimentos e viver foi um jovem preso. Ele havia sido posto na masmorra, no fundo da prisão, onde foi encontrado alguns dias depois da explosão.

Até hoje existem em Saint-Pierre muitas ruínas, inclusive as da masmorra, dando testemunho do holocausto. Há também uma placa que fala das muitas centenas de pessoas que perderam a vida numa igreja católica, durante a missa.

O simples bom senso devia ter mandado abandonar Saint-Pierre quando o ar ficou tão ruim, que era difícil de respirar. E se os negociantes, os políticos e os clérigos se tivessem preocupado mais com a vida de seu povo do que com suas próprias vantagens imediatas, então, em vez de tentarem persuadir o povo a ficar, teriam junto com ele fugido da cidade. Isso lhes teria salvo a vida.

Avisos que deviam ser acatados

ERA a primavera do ano 1902. Tudo estava andando normalmente na bela ilha antilhana de Martinica. A safra de cana-de-açúcar parecia promissora, e na cidade mais populosa da ilha, Saint-Pierre, os políticos estavam muito envolvidos numa campanha eleitoral.

Mas então, em fins de março, ocorreu um fenômeno que parecia macular o cenário venturoso. O monte Pelée (monte Pelado), que ficava a uns oito quilômetros de Saint-Pierre, tornou-se ativo. No começo, as pessoas não prestavam muita atenção. Em abril, porém, quando expeliu fumaça, cinzas e pedaços de rocha, junto com gases acres, o povo da cidade ficou apreensivo. Perto do fim de abril, uma senhora escreveu à sua irmã nos Estados Unidos:

“A cidade está coberta de cinzas. O cheiro de enxofre é tão forte que os cavalos na rua param e resfolegam. Muitas das pessoas se vêem obrigadas a usar lenços molhados para se protegerem contra os fortes gases.”

No começo de maio, a atividade vulcânica aumentou com freqüentes explosões bem altas. O jornal Les Colones, de Saint-Pierre, disse que “a chuva de cinzas nunca pára . . . não se ouve mais a passagem de carruagens pelas ruas. As rodas são abafadas”. Uma moradora de Saint-Pierre escreveu ao seu irmão em Marselha, na França:

“Escrevo sob as impressões mais tenebrosas, embora eu espere que esteja exagerando a situação. Meu marido ri; mas posso ver que está cheio de ansiedade. . . . O calor é sufocante. Não podemos deixar nada aberto; visto que o pó penetra em tudo, queimando-nos o rosto e os olhos. Todas as safras ficaram arruinadas.”

Devia ter sido evidente que havia verdadeiro perigo iminente. Mas, foram acatados os avisos procedentes do monte Pelée?

O ponto quente em ação

Na ilha de Havaí, os visitantes do Parque Nacional dos Vulcões do Havaí podem ver por si mesmos as paisagens em constante mudança produzidas pela atividade vulcânica no ponto quente. Os cientistas do Observatório Vulcânico do Havaí, localizado na beira da cratera do Kilauea, monitoram as erupções contínuas e as erupções em potencial. Seu estudo colheu mais informações sobre como os vulcões funcionam e como a superfície da Terra tem mudado. Com admiração, podemos apreciar as poderosas forças geológicas que formaram o arquipélago do Havaí, essa magnífica cadeia de ilhas no meio do oceano Pacífico.

. . . e destruição de ilhas antigas




Dá até para pensar que os grandes vulcões tipo escudo e as torrentes de lava enrugada que compõem as ilhas do Havaí são tão seguros que nunca afundarão de novo no oceano. Mas as ilhotas e montanhas submersas ao noroeste do Havaí mostram que não é bem assim. A areia e os recifes de coral das ilhas Midway e Kure, por exemplo, ficam sobre grandes montanhas vulcânicas cujos cumes agora estão centenas de metros abaixo do nível do mar. Por que as ilhas vulcânicas desaparecem?

As ilhas sofrem erosão gradativa, provocada pelos rios e riachos, pelas ondas e por outros fatores. As ilhas também afundam sob seu próprio peso ao fazer pressão no leito oceânico. Penhascos escarpados na costa de algumas ilhas indicam outro processo pelo qual as ilhas vulcânicas se deterioram: os deslizamentos de terra. Imagens de sonar dos flancos submersos das ilhas revelam enormes deslizamentos que se estendem por dezenas de quilômetros pelo leito oceânico.

Formação de novas ilhas . . .



Visto que foram necessários centenas de milhares de anos para erguer os enormes vulcões da ilha Grande, é de esperar que a ilha tenha se afastado do ponto quente durante esse tempo. Então, novos vulcões e ilhas deveriam surgir sobre o ponto quente já que o leito submarino se acha livre. Já surgiu algum sucessor em potencial para os vulcões da ilha Grande?

Sim, já. Uma montanha submersa vulcanicamente ativa, Loihi, está crescendo ao sul da ilha de Havaí. Mas não espere que ela vá emergir do mar tão cedo. Ela ainda precisa crescer 900 metros, o que pode levar dezenas de milhares de anos.

Ilhas que se deslocam

Os registros históricos dos últimos 200 anos indicam que somente os vulcões das duas ilhas mais ao sudeste, Havaí e Maui, têm estado ativos. Essa situação intrigante levou os cientistas a estudar mais a fundo a história das rochas da cadeia de ilhas. Presas na lava, encontraram-se diminutas frações de uma forma radioativa de potássio e do gás que resulta da sua desintegração, o argônio. Mediu-se a quantidade dessas substâncias em laboratório a fim de estimar a idade das rochas. Essa investigação revelou que, no arquipélago do Havaí, quanto mais para noroeste fica a ilha, mais velha ela é, atingindo muitos milhões de anos.

Visto que as erupções havaianas ocorrem mais na parte sudeste da cadeia de ilhas, isso significa que a fonte do magma sob elas se desloca? Na verdade, os geólogos determinaram que a fonte do magma, que eles chamam de ponto quente, está parada. Em vez disso, é o leito do oceano Pacífico que tem se deslocado sobre o ponto quente, levando os vulcões das ilhas para longe do ponto quente, como pilhas de pedra carregadas por uma esteira móvel. O mesmo movimento empurra o leito do Pacífico contra as placas continentais vizinhas e contra outras partes do leito oceânico, causando muitos grandes terremotos ao longo da orla do Pacífico. Se você mora no Havaí, sua casa se deslocou 7,5 centímetros para noroeste durante o último ano.

Os cientistas acham que outros pontos quentes como o que fica sob o Havaí são responsáveis por muitos vulcões ao redor do mundo, tanto em terra firme como no mar. A maioria desses pontos quentes também apresenta indícios de que as erupções se deslocaram para lugares diferentes, o que significa que a superfície da Terra provavelmente também mudou no lugar onde você vive.

Como nasce uma ilha

Examinemos mais a ilha de Havaí. Os geólogos descobriram que a ilha Grande consiste em cinco grandes vulcões fundidos. A maioria dos visitantes conhece os três maiores: o Mauna Kea, que segundo se pensa está adormecido, e é o ponto mais elevado do Havaí, com 4.205 metros acima do nível do mar; o Mauna Loa, que tem 4.169 metros de altura e é o maior vulcão havaiano em volume; e o Kilauea, que é o vulcão mais jovem e se localiza no flanco sul da ilha. Além desses, o vulcão Kohala forma a ponta noroeste da ilha e o Hualalai se ergue na costa de Kona.

Cada vulcão cresceu devido ao derrame e à sobreposição de muitos milhares de extrusões de lava. As erupções começam debaixo da água, onde a lava esfria rapidamente, formando crostas e torrentes alongadas que se sobrepõem e ficam parecendo pilhas de travesseiros. Quando o vulcão em crescimento emerge da água, as torrentes de lava assumem uma aparência diferente. Os vulcanólogos chamam a lava que tem superfície lisa, ondulada e parecida com cordas pelo termo havaiano pahoehoe. A lava áspera, rachada e fragmentada é denominada aa. O vulcão se torna uma montanha larga e de flancos pouco inclinados, parecida com os escudos usados pelos antigos soldados romanos. Crateras grandes surgem no cume do vulcão quando o magma, ou rocha derretida, entra em erupção e sai das cavidades próximas à superfície. Também, a câmara magmática dentro do vulcão acumula pressão. Essa empurra o lado do vulcão em direção ao mar abrindo grandes conjuntos de fissuras. Finalmente, como no caso do Mauna Kea, as erupções do vulcão tipo escudo se tornam mais explosivas, produzindo montes cônicos de cinzas vulcânicas espalhados por toda a montanha.

O Mauna Loa e o Kilauea estão entre os vulcões mais ativos do mundo. Os registros históricos dos havaianos nativos, missionários, cientistas e outros indicam que, desde 1832, o Mauna Loa entrou em erupção 48 vezes e o Kilauea, mais de 70 vezes, desde 1790. Essas erupções duraram de horas a anos. A mais longa registrada foi a do lago de lava, na cratera Halemaumau do Kilauea, que esteve em atividade quase contínua do início dos anos 1800 até 1924. Atualmente, o Kilauea está em erupção desde janeiro de 1983, por vezes produzindo espetaculares jorros de fogo e rios de lava que correm para o mar.

Devido à sua lava tipicamente fluida, a maioria das erupções havaianas são não-explosivas ou pouco explosivas. Contudo, em casos raros, a água do solo se mistura com o magma, resultando em explosões de vapor. Em 1790, uma dessas erupções matou cerca de 80 pessoas, quando um grupo de guerreiros nativos e seus familiares foram engolfados pelos gases quentes e pelas cinzas incandescentes que o Kilauea vomitou.

O arquipélago do Havaí

A maioria das pessoas que visita o Havaí fica conhecendo a cadeia de oito ilhas que se estende do noroeste para o sudeste. As maiores são Kauai, Oahu, Molokai, Lanai, Maui e Havaí. Niihau, que é menor, fica a oeste de Kauai, e Kahoolawe fica a sudoeste de Maui. A ilha de Havaí, também chamada de ilha Grande, tem mais de 10.000 quilômetros quadrados, ao passo que a pequena Kahoolawe tem apenas 117 quilômetros quadrados. Além disso, o grupo de ilhas inclui mais 124 ilhas bem menores (ilhotas) que se estendem mais para o noroeste. As ilhas Midway, perto do limite noroeste da cadeia de ilhas, está a quase 2.500 quilômetros da ilha Grande! As ilhotas, na maioria de coral e areia, compõem uma superfície total de apenas oito quilômetros quadrados. Apropriadamente, alguns chamam o inteiro grupo de ilhas de arquipélago do Havaí.

As ilhas e ilhotas estão sobre amplas plataformas que se elevam, em média, mais de 4.000 metros acima do leito oceânico ao seu redor. Portanto, elas são apenas as pontas e os cumes de montanhas enormes. De fato, se forem medidos a partir da base, no leito oceânico, o Mauna Kea e o Mauna Loa, na ilha de Havaí, atingem 10.000 metros de altura. Assim, de certa forma, são as montanhas mais altas do mundo.

Ilhas em formação

“HAVAÍ”. As ilhas do Havaí trazem à mente imagens de um paraíso tropical, com praias ensolaradas e agradáveis ventos alísios. Mas já percebeu como essas ilhas são isoladas? Olhando num mapa, percebe-se que elas ficam no centro do oceano Pacífico Norte, bem longe das costas continentais. Assim, você talvez se pergunte: ‘Como essas ilhas foram parar lá? Os cientistas acreditam que mais ilhas se formarão no futuro? O que elas podem nos contar sobre a terra abaixo de nós?’

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Núcleo Parcialmente Líquido

Por que a onda “S” pára naquela profundidade de 2.900 quilômetros? Por que também a refração de um feixe da onda “P”, e a desaceleração do outro feixe? Evidentemente porque o núcleo exterior abaixo do revestimento da terra é líquido. Pode-se ilustrar tal fenômeno pelo fato de que um objeto duro de metal (por exemplo, um sino) transporta uma vibração melhor que um objeto mole. A onda “S” não pode percorrer um líquido, e a onda “P” é refratada ou desacelerada consideravelmente. Esta desaceleração perdura por cerca de 2.175 quilômetros. O núcleo exterior, então, estendendo-se por cerca de 2.175 quilômetros mais para o fundo, em direção ao centro da terra, parece ser líquido, ou se comporta como um líquido. Sob a grande pressão e calor (cerca de 2.200 graus centígrados no alto do núcleo exterior, e de cerca de 5.000° C no fundo, onde começa o núcleo central ou interior) as rochas do núcleo exterior bem podem achar-se em estado derretido, líquido.

De que se compõem o núcleo exterior e o núcleo central? Um estudo dos meteoritos que vêm à terra do espaço sideral sugere que estes núcleos da terra são constituídos principalmente de ferro, ligado com níquel. A onda sísmica que percorre o núcleo central adquire velocidade, denotando que este é sólido, provavelmente, na maior parte, sendo extremamente denso e duro.

Terremotos “Radiografam” a Terra

É estranho dizer, mas são os terremotos que têm sido de máxima utilidade para se determinar a estrutura do que há sob a superfície da terra. Saber o que existe ali, por sua vez, nos ajuda a explicar as coisas que tornam a crosta da terra habitável por nós. O estudo dos terremotos é chamado de “sismologia”.

Os sismólogos descobriram que há vários tipos de vibrações, ou ondas, criadas durante um terremoto. Tais ondas irradiam-se em todas as direções a partir do epicentro, o foco ou lugar de origem do terremoto. A medida que as ondas atravessam a terra, curvam-se num sentido oposto à superfície da terra, e estações sismográficas situadas a quilômetros de distância recebem e registram tais ondas. Há três tipos de ondas: (1) a onda principal, que percorre a crosta, (2) uma onda primária (“P”), (onda do tipo de pressões altas e baixas) e (3) uma onda secundária (“S”), (onda transversal). Esses dois últimos tipos de ondas percorrem a terra. A onda “P” é refratada a cerca de 2.900 quilômetros de profundidade. A onda “S” é completamente eliminada além desta profundidade. Isto se dá porque, evidentemente, encontram certo tipo de barreira nos limites inferiores do revestimento, onde se encontra com a parte exterior do núcleo, situado mais abaixo. Outro feixe da onda “P” continua através do centro da terra, embora a onda “S” não vá além dos 2.900 quilômetros de profundidade.

Nossa terra rochosa — modelada para a vida



VIVEMOS na superfície de imensa espaçonave, em forma de bola, composta de rochas e metais. Se pudesse cavar abaixo da superfície do solo até uma profundidade de cerca de 30 quilômetros, não encontraria nada, senão rochas sem vida, no que é chamado de revestimento da terra. A crosta, sobre a qual vivemos, composta mormente de elementos não-metálicos, por conseguinte, é uma camada muito fina sobre sextilhões de toneladas de materiais que jamais vemos, exceto no caso de alguma rocha derretida que atinge a superfície através da crosta, devido à ação vulcânica. Todavia, tudo isto é essencial, de modo a termos um lugar para viver.

Como é que os geólogos chegam às suas conclusões sobre a composição da terra? Na realidade, dispõem de métodos que perscrutam o interior de nosso planeta, a fim de obterem uma descrição experimental do interior da terra, mas admitem que o quadro talvez não seja exato. Ninguém conseguiu ainda escavar o revestimento, mesmo sob os oceanos, onde a crosta é mais fina, tendo apenas cerca de 5 a 8 quilômetros de espessura. Durante o Ano Geofísico Internacional (julho de 1957 a dezembro de 1958) fez-se um plano para realizar isto. É provável que já tenha lido a respeito, o chamado projeto “Mohole”. “Moho” é um termo abreviado, em inglês, para os limites entre a crosta e o revestimento embaixo dela. Esta tentativa de descobrir a composição da crosta e exatamente o que constituía a parte superior do revestimento fracassou, devido ao enorme custo envolvido e a falta de tecnologia para executar tal tarefa.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Terra Pode Produzir Suficiente Alimento

Segundo The World Today: Its Patterns and Cultures(1966, p. 76), menos de um oitavo da área total terrestre é apropriada para cultivo. A produtividade de grande parte do solo que é cultivado é muito pequena, e os métodos de lavoura amiúde não são os mais eficientes. Mas, até mesmo agora, sob condições que muito se distanciam das ideais, admite-se que a terra tem o potencial para sustentar muito maior população. Por exemplo, a revista Time, de 13 de julho de 1970, num artigo sobre novas variedades de trigo e arroz, de alta safra, noticiou que a Organização das Nações Unidas Para a Alimentação e Agricultura “sustenta agora que o potencial agrícola do mundo é suficientemente grande para alimentar 157 bilhões de pessoas”. Com certeza, então, a terra poderia sustentar 24.000.000.000 de pessoas.

Todavia, não é de todo certo que o amplo total de 24.000.000.000 de pessoas tenha vivido na terra. Poderia ser muito menos. Nem declara a Bíblia que todo e qualquer ressuscitado continuará a viver para sempre. O princípio declarado em Isaías 26:10 sem dúvida resultará verídico concernente a considerável número deles, a saber: “Ainda que se mostre favor ao iníquo, ele simplesmente não aprenderá a justiça. Na terra da direiteza ele agirá injustamente e não verá a alteza de Deus.” Tais pessoas perecerão, para jamais viver de novo. (Rev. 20:11-15) Assim, também, a Bíblia mostra que nem todos os que vivem hoje sobreviverão para viver na terra sob o reino de Deus. Pelo contrário, ela mostra que muitos, a maioria, rejeitarão voluntariamente sua oportunidade de tomar sua posição ao lado de Deus e de mostrar fé em suas provisões, destarte escolhendo a destruição eterna ao invés de a vida interminável. — 2 Tes. 1:9, 10; 2 Ped. 3:5-7.

Quando consideramos quão abundantemente a terra poderia produzir sob condições ideais e a bênção de Deus, podemos ver quão facilmente poderia sustentar uma população muito maior, inclusive os ressuscitados dentre os mortos, muito embora estes atinjam até dez ou vinte bilhões ou mais!

Deus, que criou a terra, sabe como torná-la produtiva. Sob a sábia administração de seu reino, a terra produzirá como nunca antes. Como se deu com a nação de Israel quando fiel, também se dará então: “A própria terra dará certamente a sua produção; Deus, nosso Deus, nos abençoará.” — Sal. 67:6.

Sem dúvida, um amplo projeto de aproveitamento de terras será realizado para transformar toda a terra num paraíso frutífero. Isso incluirá áreas que, hoje em dia, talvez sejam improdutivas. Assim, muito embora cerca de um quarto da superfície da terra seja árida ou semi-árida atualmente, não terá de permanecer assim.

A respeito das áreas desérticas, Chambers’ Encyclopedia declara: “Mesmo no terreno menos promissor, uma chuvarada ocasional trará à vida sementes que por longo tempo têm ficado em estado latente e ressecado na areia. . . . Onde existem rios ou reservas subterrâneas torna-se logo evidente que o solo desértico é potencialmente fértil e apenas aguarda o toque mágico da água.” E, a Encyclopedia Americana afirma: “Muitas regiões desérticas se tornam verdejantes de vegetação uma vez sejam irrigadas.”

Até mesmo hoje, a água e o bom cuidado fazem com que algumas áreas desérticas floresçam, tais como em partes do Egito e de Israel. Também, grande parte da Califórnia seria um deserto se não fosse a irrigação e o bom cuidado que fazem com que a terra produza abundantemente.

Capacidade da Terra de Acomodar Vasta População

Quanto espaço pode este planeta fornecer para todos os que obtiverem a vida na nova ordem de Deus? Haverá o suficiente? Bem, considere a superfície da terra: É de cerca de 510.000.000 de quilômetros quadrados de área. Mas, 71 por cento dela é água. A superfície terrestre é de 29 por cento, ou de cerca de 148.000.000 de quilômetros quadrados. Isto é bem mais de 14.500.000.000 de hectares. The World Book Enciclopedia de 1970 diz sobre a população da terra: “Se todas as pessoas do mundo fossem distribuídas eqüitativamente, haveria cerca de 63 pessoas para cada milha quadrada [2,59 km2 ou 259 hectares] de terra.” Isto significaria cerca de quatro hectares para toda pessoa viva hoje! Sim, a terra pode acomodar muito mais pessoas que a sua atual população.

Entretanto, através da história humana, muitos bilhões de pessoas já viveram na terra. Quantos? Bem, há quanto tempo vive o homem na terra? Segundo a cronologia bíblica, há quase 6.000 anos. Mas, deve-se lembrar que, depois de 1.656 anos da história humana, a população da terra diminuiu drasticamente — para apenas oito pessoas! Isto se deu por causa do dilúvio dos dias de Noé. (1 Ped. 3:20) A população da terra cresceu consideravelmente durante os próximos 2.370 anos até o começo de nossa Era Comum. Todavia, quando Jesus Cristo estava na terra, a população humana, segundo certas estimativas, talvez não tenha sido de mais de 250 milhões de pessoas. Com efeito, The World Book Encyclopedia (1970) estabelece uma estimativa de cerca de metade daquele total — de apenas 133 milhões.

É apenas nos séculos recentes que a população da terra cresceu tremendamente. Neste respeito, o Dr. Albert L. Elder, como presidente da Sociedade Estadunidense de Química, declarou numa reunião dessa sociedade em 1960:

“Foram precisos mais de 5.000 anos da história humana até por volta de 1820, para se atingir a população mundial de 1,1 bilhão de pessoas. No século seguinte, a população dobrou. Agora, reside por volta de 2,8 bilhões e poderia atingir 3 bilhões no início da década de 1960 [como aconteceu mesmo]. Assim, em menos de 50 anos houve um aumento da população equivalente ao que ocorreu durante os primeiros 50 séculos.”

Assim, os que vivem hoje representam considerável número dos que já viveram nesta terra. Com efeito, em 1966, um orador perante o congresso da Associação Farmacêutica do Estado da Flórida, comentou: “Calcula-se agora que 25 por cento de todas as pessoas que já viveram estão vivas atualmente.” — Journal de Jacksonville, de 18 de maio de 1966.

À base desse cálculo, a população através de toda a história humana seria apenas de cerca de 14.000.000.000 de pessoas. Mas, suponhamos que muitas mais tivessem vivido na terra. Adicionemos 10.000.000.000 de pessoas mais e suponhamos que uma população de 24.000.000.000 de pessoas esteja envolvida. Será que haveria lugar para elas? Bem, visto que a terra tem mais de 14.500.000.000 de hectares, haveria bem mais de meio hectare de terra ou seis mil metros quadrados para cada pessoa! Mas, será que seis mil metros quadrados seriam suficientes para produzir o alimento necessário? Há boa razão para se crer que apenas uma fração desses seis mil metros quadrados seriam necessários para o alimento, deixando espaço para áreas de recreação e santuários para a vida animal e vegetal.

A terra será queimada?

CARBONIZADA num holocausto nuclear; incinerada por um Sol dilatado; incendiada por um deus furioso — a maneira pode diferir, mas muitos acreditam que o planeta Terra, o lar da humanidade, acabará numa bola de fogo, um cataclísmico apocalipse.

Alguns citam passagens bíblicas que predizem uma guerra divina como castigo pelas transgressões do homem contra a Terra. Outros ecoam a opinião de Paul Davies, professor na Universidade de Adelaide, Austrália, que escreve sobre o que ele considera ser o inevitável mergulho da Terra numa destruição ardente. Ele teoriza em seu livro The Last Three Minutes (Os Últimos Três Minutos): “Com a crescente distensão do Sol, ele engolirá . . . a Terra no seu invólucro de fogo. Nosso planeta será reduzido a um carvão.” Qual é o verdadeiro destino da Terra? Que significam os textos bíblicos que parecem predizer uma aniquilação ardente?

Como se tornará a nossa terra um lar ajardinado?

SE O planeta Terra há de se tornar um lar ajardinado para o gênero humano como se dará isso, e quem o tornara possível?

O que pensam aqueles que estudaram intensivamente o problema ambiental que contribuiria mais para corrigi-lo? Escute o que dizem: “A base de todas as soluções é a necessidade de novo modo de pensar.”? “A maior necessidade talvez seja a mudança de valores.” (Revisita Time) “Precisamos de novas atitudes . . . as de uma sociedade madura e responsável.” — Russell E. Train, conselheiro presidencial sobre ambiente.

Vez após vez, o tema se destaca: há mister de uma alteração do modo de pensar do povo, de suas atitudes, de seu conjunto de valores. Outro tema, porém, corre paralelo a este — a necessidade de supervisão, orientação e controle globais. Escute só:

“Precisamos de um programa e de um plano que abranja todo o nosso planeta e se estenda ao máximo de alcance da capacidade humana no espaço e no tempo.” (Charles A. Lindbergh) ‘Um inteiro sistema novo de controles mundiais tem de ser inventado’ foi a conclusão alcançada por muitos cientistas bem-conhecidos, reunidos em congresso em Aspen, Colorado. — Times de Nova Iorque.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

DEUS EXPULSARÁ OS “HÓSPEDES” QUE FAZEM MAU USO DE SUA “CASA”




 A humanidade, em geral, não tem motivo para queixar-se, porém, antes, devia apreciar a abundância existente na terra. Nem pode acusar a Deus, de ser parcial. Mesmo os que não o adoram tiram proveito de sua generosidade. O apóstolo Paulo disse a um grupo de pessoas em Listra, na Ásia Menor, adoradores de Zeus e Hermes (Mercúrio): “[Deus] permitiu, nas gerações passadas, que todas as nações andassem nos seus próprios caminhos, embora, deveras, não se deixou sem testemunho, por fazer o bem, dando-vos chuvas do céu e estações frutíferas, enchendo os vossos corações plenamente de alimento e de bom ânimo.” — Atos 14:16, 17.

 Mas os homens, em geral, foram “hóspedes” ingratos do Criador. Em grande parte, foram desrespeitosos e desperdiçadores das belas provisões da terra. A ganância produziu o açambarcamento de terras e de alimentos. Tais gananciosos mostraram pouco interesse nos outros “hóspedes” na terra. Em resultado, muitos foram privados das coisas necessárias. A ganância tem sido a base de cruéis e devastadoras guerras. — Veja Tiago 4:1, 2.

 Em vista de tal situação, surge a pergunta sobre se a nossa “casa” terrena poderá alguma vez ser posta em ordem. Do ponto de vista humano, isso é impossível. Conforme disse o Rei Salomão: “Aquilo que foi feito torto não pode ser endireitado, e aquilo que é carente é que não se pode contar.” (Eclesiastes 1:15) Mas Deus, como bom dono-de-casa, está interessado na sua “casa” e nos “hóspedes” nela. Não expulsaria o dono-de-casa sensato aqueles que danificassem sua propriedade e não limparia a sua casa em benefício de hóspedes que a apreciassem? Não devemos esperar que Deus faça o mesmo? — Revelação (Apocalipse) 11:18.

 Como limpará o Criador a terra, de que se abusou durante séculos? Intenciona ele mantê-la limpa? É possível que a terra se torne um ‘lar ajardinado’, paradísico, permanente, para o homem?

A PREVISÃO DE DEUS

 Ora, pense em quanta perspicácia, sim, previsão, foi necessária da parte de Deus, a fim de providenciar que a terra continuasse a sustentar a vida por tempo indefinido. Antes de o homem surgir no cenário, fez-se plena provisão para a vida animal, havendo amplo suprimento de nutrição disponível, na forma de vegetação. Depois, disse-se ao primeiro casal humano a que se ‘tornasse muitos e enchesse a terra’. (Gênesis 1:28) Isto significava que a população da raça humana aumentaria a bilhões. Contudo, a terra continuaria a sustentar a vida vegetal, animal e humana. E isto apesar de milhões de hectares de terra jazerem sem cultivo e os homens terem feito muito para arruinar ainda outras áreas dela. O salmista apreciativo escreveu sobre a maneira grandiosa em que Deus fez as provisões:

 “[Deus] faz brotar capim verde para os animais e vegetação para o serviço da humanidade, a fim de que saia alimento da terra, e vinho que alegra o coração do homem mortal, para fazer a face brilhar com óleo, e pão que revigora o próprio coração do homem mortal. Quantos são os teus trabalhos, ó Deus! A todos eles fizeste em sabedoria. A terra está cheia das tuas produções.” — Salmo 104:14, 15, 24.

 Quão grande é a capacidade da terra para produzir alimentos? O diretor do Escritório das Nações Unidas Para Assuntos Inter-Agenciais e Coordenação disse que, se o potencial agrícola da terra fosse aumentado ao máximo, ela poderia alimentar pelo menos 38 bilhões de pessoas (dez vezes a atual população da terra). Naturalmente, isto exigiria melhor cooperação internacional do que existe agora.

Deus — o generoso dono-de-casa

SUPONHAMOS que você esteja viajando e procurando um lugar adequado para passar as férias. Depois de ir bastante longe, até uma região isolada, encontra um belo jardim. Vê uma casa e chega-se a ela para perguntar a respeito duma possível hospedagem. Para a sua surpresa, há um letreiro na porta, que reza: ‘Bem-vindo. Sinta-se como em casa’! Entrando na casa, encontra tudo o que poderia desejar para uma vida confortável: água, aquecimento, luzes, e mais uma despensa bem provida, com um letreiro: ‘Sirva-se à vontade.’ Qual seria a sua reação? Diria: ‘Isso é inacreditável! Quão generoso e bondoso deve ser o dono desta casa!’?

 Na realidade, esta ilustração se ajusta à situação do homem em relação com o Criador da terra, Deus. Veja como o Criador, tal como um generoso dono-de-casa, fez provisões para os que vieram a habitar neste “lar” planetário, a terra:

 Um bom lar costuma ter luz, usualmente no teto, e uma suave luz noturna, para que seus moradores não estejam em total escuridão durante toda a noite. A terra tem o sol como fonte primária de luz e a suave luz da lua para ‘dominar a noite’. — Gênesis 1:14-18.

 A casa tem uma fonte de energia para aquecimento, para a operação de aparelhos, e assim por diante. A terra tem o sol. Este não só banha a terra com energia, que pode ser utilizada pelo homem e pela vida vegetal, mas a sua ação, no decorrer dos séculos, proveu uma enorme quantidade de combustível, especialmente combustíveis fósseis, tais como carvão e petróleo. Assim como numa casa bem abastecida, estes se encontram armazenados no “porão” da terra, para serem usados sempre que preciso.

 Neste “porão”, o Criador colocou também bondosamente ricos depósitos de metais, e deu ao homem a capacidade de encontrar meios para extraí-los dos minérios. Para o agrado especial dos homens e especialmente das mulheres, Ele colocou também neste “porão” pedras preciosas que aumentam o prazer na vida, bem como substâncias químicas essenciais para a vida.

 Uma casa precisa também dum bom sistema de encanamento. O “sistema de encanamento” de nossa “casa” terrena é uma maravilha. Se o homem pudesse construir uma montanha, ajuntando um grande montão de rochas e terra, poderiam os homens que vivessem nela obter água pura, fresca e agradável de mananciais nas suas encostas? Vimos montes enormes, criados pelos homens, nas vizinhanças de minas e eles são apenas manchas feias na paisagem. Considere, pois, os princípios maravilhosos de engenharia envolvidos no sistema complexo de canais e pressões subterrâneas, pelo qual a terra, mesmo os montes mais altos, têm um suprimento de água. E onde há pouca ou nenhuma chuva, tal como no deserto do Saara, há lugares onde só é preciso cavar um pouco para se encontrar água.

 Assim como em muitas residências boas, onde o piso é coberto para ter beleza e para dar conforto, o Criador também “atapetou” a terra com vegetação, flores e florestas. E com apenas um pouquinho de paisagismo, quão depressa um lugar desolado pode ser transformado num parque! Os lugares maculados pelas atividades do homem são em pouco tempo cobertos por um “tapete” de grama. Rios poluídos, quando se impede a fonte da poluição, logo se limpam sozinhos.

 Assim como um bom lar tem uma despensa bem provida, na “despensa” da terra há toda forma de alimentos, nos campos e nos pomares, e nos oceanos. Medite na sabedoria necessária para prover de antemão a vegetação no mar e na terra, os cereais, as árvores frutíferas e as nogueiras, a fim de produzirem regularmente e com abundância durante muitos milhares de anos, para que os animais, os insetos, a vida marinha, e, finalmente, a vida humana, pudessem continuar a existir. O suprimento nunca se esgota. E a terra pode produzir em abundância para alimentar ainda muitos mais, até que Deus declare que ela está ‘cheia’, ao limite confortável. — Gênesis 1:28.

 Certamente, nenhum de nós teve qualquer coisa que ver com a fabricação desta bela “casa”. A Bíblia nos diz que é a Deus que “os céus pertencem . . ., mas a terra ele deu aos filhos dos homens”. (Sal 115:16) A maneira em que nosso lar, a terra, está equipado com todo o necessário para o usufruto da vida mostra refletido preparo. E ela nos foi dada de graça! Poderíamos desejar evidência mais convincente, como testemunho da existência dum Criador, que não somente é poderoso e sábio, mas também bondoso e generoso? Na realidade, ele disse a todos: ‘Sirvam-se’, deixando “o seu sol levantar-se sobre iníquos e sobre bons, e [fazendo] chover sobre justos e sobre injustos”. (Mateus 5:45) Realmente, se não fossem a má administração e o mau uso do potencial e dos recursos da terra, por parte do homem, as pessoas, em todos os países teriam verdadeiro prazer em viver neste belo planeta.

 O fato de que a terra, com pouca atenção por parte do homem, supriu-lhe todas as necessidades, durante séculos, lança sérias dúvidas sobre a teoria de que ela veio à existência em resultado de forças cegas. Se fôssemos aceitar esta teoria, como explicaríamos o potencial da terra, de prover as coisas para toda a sua população, animal e humana, durante milênio após milênio? Além disso, evidenciam-se, neste respeito, objetivo e desígnio. As forças cegas nunca são capazes nem de ter um objetivo, nem um desígnio preconcebido. — Jeremias 10:12.

11 A excelência de nosso lar terreno certamente é evidência convincente de que foi criado, sim, mais do que isso, de que foi criado com um objetivo específico, e que não é apenas uma experiência ou um brinquedo nas mãos de algum ser superior. Foi também projetado para existir para sempre. “A terra . . . não será abalada, por tempo indefinido ou para todo o sempre”, diz o salmista inspirado. — Salmo 104:5.

 O que a Bíblia diz sobre a preparação da terra como lar para o homem está em plena harmonia com esta conclusão, quanto ao propósito de Deus para com ela. Ficamos sabendo que, quando Deus completou os passos primários na formação e na preparação da terra, ele declarou que sua criação era ‘boa’. Ao término completo do trabalho, ele o declarou “muito bom”. (Gênesis 1:4, 10, 12, 18, 21, 25, 31) Esta declaração divina significa que a obra era perfeita e plenamente adequada para o seu objetivo — com uma excelência além da faculdade de compreensão do homem imperfeito. — Salmo 145:3-5, 16.

 Ter-se declarado que a criação terrena era ‘muito boa’ significa também que Deus não precisa intervir periodicamente, a fim de assegurar que a terra produza as coisas necessárias para a humanidade. Não, há muitos milhares de anos atrás, ele gastou muito tempo em preparar e equipar este planeta, a fim de que desempenhasse seu papel designado durante o futuro indefinido. Isto magnifica a sabedoria do Criador. De que modo?

Que será do planeta Terra?

QUE reserva o futuro para você, um dentre os bilhões de pessoas que agora vivem no planeta Terra? Gostaria de ter uma vida de paz e segurança, no meio de pessoas que realmente se amam? Poderá ter isto e muito mais. Mas este não é o futuro que a maioria espera ter. Por que não?

A ameaça duma guerra nuclear levantou sérias dúvidas sobre se haverá futuro para grande parte da raça humana. Quando se detonou pela primeira vez uma bomba atômica numa guerra, em 1945, morreram instantaneamente mais de 70.000 homens, mulheres e crianças. Muitos outros milhares tiveram uma morte agonizante nos dias e nos anos que se seguiram. Mas hoje em dia, uma única ogiva típica tem o potencial explosivo de todas as bombas lançadas durante a Segunda Guerra Mundial. Existem dezenas de milhares de armas nucleares posicionadas para uso imediato. Ainda assim, o mundo gasta cerca de 2.000.000.000 de dólares por dia numa corrida armamentista que deixa muitas pessoas pasmadas de horror.

 Mas que dizer de apenas uma “guerra nuclear limitada”? Os resultados ainda assim seriam aterradores. Segundo Carl Sagan, bem conhecido cientista, se as nações usassem mesmo que apenas uma fração de sua capacidade nuclear, “há pouca dúvida de que nossa civilização global seria destruída. . . . Parece ser real a possibilidade da extinção da espécie humana”. Muitos procuram tirar da mente tal perspectiva, mas isso não elimina o perigo. Um número rapidamente crescente de outros constituíram sociedades de sobrevivência. Na esperança de alguns sobreviverem, construíram refúgios em regiões isoladas, e armazenaram nestes suprimentos alimentícios e médicos, bem como armas para expulsar invasores indesejáveis.

 À parte duma guerra nuclear, os cientistas advertem sobre um possível desastre global causado pela maneira em que se abusa do meio ambiente. A poluição do ar que respiramos é motivo de séria preocupação. As florestas estão sendo devastadas numa proporção alarmante; no entanto, elas são importantes para o ciclo de oxigênio da terra, para o ciclo hidrológico dela e para a conservação do solo. Por ignorância e por ganância arruínam-se vitais terras férteis. Os suprimentos de água estão sendo poluídos, amiúde com substâncias químicas mortíferas. Todavia, esses recursos são essenciais para a sustentação da vida humana.

 De preocupação mais imediata, porém, talvez ache que o crime violento está tornando as pessoas prisioneiros em suas próprias casas. A instabilidade política e social torna a vida perigosa. O amplo desemprego e a vertiginosa inflação causam privação e frustração. A vida doméstica de muitos está longe de ser satisfatória; muitas vezes faltam os vínculos do amor, que deveriam manter a família unida. Em toda a parte, a atitude das pessoas é: “Primeiro eu!”

 Então, onde se pode encontrar uma base sólida para a expectativa duma vida em segurança? Se o nosso futuro, como habitantes da terra, dependesse exclusivamente do que homens e nações, que compartilham a responsabilidade por esses problemas, estivessem dispostos a fazer e fossem capazes de realizar, a perspectiva seria realmente lúgubre. Mas depende deles?

Pode a nossa terra sobreviver?

É essa uma pergunta vã? É ela pessimista? Ou está a terra à beira da destruição? Quais são os fatos?

“NAVEGAMOS por águas cheias de manchas de óleo durante 43 dos 57 dias. Grandes baleias e muitos peixes que nadam de boca aberta, filtrando o alimento, engolem essa poluição. Alguns desses peixes nós vamos comer.

“Há pessoas que me dizem que . . . o mar pode absorver toda essa poluição e retornar a seu ciclo. Eu chamo a tais de personagens dos contos de fada que fazem as crianças dormir — querem ninar-nos com palavras tranqüilizadoras. Não dê ouvidos! A menos que você e eu — todos nós — tomemos agora medidas para suster as sobrecargas de substâncias venenosas nos mares, eles serão asfixiados e morrerão.”

Tal foi a descrição do explorador Thor Heyerdahl durante sua segunda viagem através do Atlântico num barco de papiro. Para muitos, é aterradora, e Heyerdahl não é o único a dar o alarme.

Um estudo científico, publicado no jornal O Estado de S. Paulo, não é menos significativo: “Pode ser tarde demais para restaurar e limpar o que foi destruído. Dos componentes básicos da vida — ar, água, solo e luz — , apenas esse último não se acha poluído.”

As pessoas em toda a parte se queixam do clima. Por que há mudanças climáticas, e tempo esquisito em todo o mundo?

O Dr. Reid A. Bryson, especialista em climatologia, chama o efeito geral das atividades do homem — seu fumo, a poeira de tratores, a fumaça dos jatos, o nevoeiro enfumaçado das cidades — o “vulcão humano”. “Somos realmente um fator na equação climática”, diz ele. “Talvez sejamos o fator decisivo.”

E um artigo em National Geographic concluía: “Um acúmulo constante de bióxido de carbono na atmosfera da terra, resultante da queima de combustíveis fósseis — carvão e óleo — vem ocorrendo desde que começou a revolução industrial. Níveis mais altos desse gás incolor e sem cheiro tendem a aquecer o planeta pelo chamado efeito de estufa, retendo a radiação infravermelha — calor — que de outra forma escaparia no espaço.”

Ultimamente, outros fatores inquietantes têm estado nas notícias. Por exemplo, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) noticiava que a poluição da atmosfera estava reduzindo a camada de ozônio da terra, que veda em parte os nocivos raios ultravioleta procedentes do sol. Entrementes, a radiação ultravioleta aumentada já está ligada ao aumento do câncer da pele, segundo Rumen Bojkov, diretor da divisão de ciência atmosférica da OMM.

Outrossim, o patologista Leon S. Dochinger, do Departamento de Agricultura dos EUA, cita a “chuva ácida” como sendo outro assassínio em potencial. É o resultado da queima de combustíveis fósseis com alto teor de enxofre, principalmente do carvão. As partículas poluidoras e os gases são espalhados pelo vento e acabam voltando à terra, trazidos pela chuva, na forma de ácidos sulfúricos e nítricos. Estes põem diretamente em perigo a vida dos peixes, dos animais e da vegetação. Ainda mais, a “chuva ácida” sobre o solo pode liberar metais venenosos. Esses metais podem encontrar o caminho dos rios e lagos, tornando-se assim um perigo para a saúde.

Certa pesquisa médica, feita em São Paulo, dizia que, depois do fumo, a poluição do ar ali é a principal responsável pelas doenças do aparelho respiratório, estando em segundo lugar entre as causas de morte. Outrossim, segundo um relatório da ONU, a causa de muitos cânceres “está ligada ao ar que as pessoas respiram ou à água que bebem, ao ambiente em que trabalham ou vivem, à sua dieta pessoal ou ao seu modo de vida”.

Sem água, não há vida humana. Mas quanta segurança há em bebermos água? Quão seguros são os rios e os oceanos?

Numa recente visita ao Brasil, Jacques Cousteau achou que as águas da famosa Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, estão mais poluídas do que as do Mediterrâneo que banham Veneza, Cannes e Gênova. Ele expressou grande preocupação quanto à poluição destrutiva, causada pelos derramamentos de óleo, pelos resíduos químicos e nucleares.

E o que dizer dos rios? Sob a manchete “A Agonia das Águas”, a revista Veja lançava a culpa no restilo das usinas de cana-de-açúcar e dos fabricantes de bebidas alcoólicas, na soda das indústrias de celulose, nos esgotos das cidades em crescimento e das indústrias, bem como em outros resíduos, por matarem os rios brasileiros. Existem condições similares em outros países.

Ainda mais, a crescente demanda de água está pondo em dúvida sua disponibilidade. A respeito da água, o delegado sírio Saub Kaule disse aos especialistas na conferência das Nações Unidas em Mar del Plata, Argentina: “Uma gota de água custará mais do que uma gota de petróleo.”

Por quê? A revista Time comenta: “Entre 30% e 40% da produção mundial de alimentos dependem atualmente de irrigação. . . . A indústria está também usando quantidades cada vez maiores de água — para gerar eletricidade, para resfriar reatores atômicos e na indústria de produtos químicos e de metais. Como resultado, muitos lagos e rios ficaram tão poluídos pela agricultura e pela indústria — bem como pelos dejetos de crescente número de humanos — que se tornaram inutilizáveis sem tratamento dispendioso. Apesar das medidas de purificação, a necessidade de apanhar água para beber de mananciais contaminados tem causado o alastramento de doenças. A Organização Mundial de Saúde calcula que tantos quantos 80% dos casos de doenças no mundo são atribuíveis à água impura.”

Essa é uma revelação desalentadora. Mas será isso tudo? Realmente não.

Um grupo de agrônomos se reuniu em Brasília e condenou o “uso indiscriminado e crescente de pesticidas, herbicidas e fungicidas [que] estão levando a um impasse ecológico que compromete a curto prazo a própria produção”. E por que tal uso excessivo? “Objetiva apenas o lucro imediato”, dizem os especialistas.

Outro inimigo camuflado foi revelado na conferência de Nairóbi, África. Observou-se que os desertos se estão expandindo em muitas partes da terra. Time dizia: “Graças, em grande parte, à própria insensatez do homem, a desertificação ameaça agora a frágil existência de cerca de 630 milhões de pessoas que moram nessas regiões.”

Não é de admirar que o Secretário-Geral da ONU, Kurt Waldheim, se sentisse impelido a fazer a observação sinistra de que “países poderão desaparecer do mapa”.

E quais as causas? Ecólogos, reunidos no México, concluíram: “O desmatamento primitivo, o fogo, a erosão, as formas inadequadas de agricultura e os pesticidas se associam às causas naturais para acelerar o processo da desertificação.” O Estado de S. Paulo fazia a observação de que o Brasil tem “tudo para formar um dos maiores desertos do mundo nos próximos 25 a 30 anos se continuar a ocupar desordenadamente a Amazônia”.

Com efeito, o ecólogo brasileiro José Lutzenberger disse a um grupo de especialistas: “Os modelos desenvolvimentistas da atual sociedade de consumo . . . repousam no esbanjamento orgiástico de recursos limitados e insubstituíveis. Eles significam a destruição de todos os sistemas de sustentação da vida na Terra.”

Esse ecólogo disse ainda: “Desequilibramos todos os grandes e pequenos sistemas hídricos, acentuando as estiagens desoladoras e as cheias catastróficas; pela poluição desenfreada, perderemos em breve a potabilidade dos últimos mananciais e preparamos a eliminação de todas as formas de vida aquática, inclusive nos oceanos.”

É um quadro bem triste. Mas não foram feitos esforços para suster a onda? Felizmente foram feitos. Considere alguns desses.

Os cientistas e outros clamam cada vez mais alto pedindo que sejam tomadas medidas drásticas para a preservação da terra. Produziram seus planos resultados positivos? Sim, alguns.

A revista Veja entrevistou Hideo Oguri, responsável pelo combate à poluição nos rios de Tóquio. Disse ele: “Endurecer a legislação, até fechar indústrias, produziu algum efeito. Mas o que vem surtindo melhores resultados é a ação constante de centenas de grupos ecologistas que defendem a preservação ambiental.”

Luiz Roberto Tommasi, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, acredita que os rios podem ser salvos se os atuais fatores de poluição forem eliminados ou pelo menos reduzidos a um nível que permita a autodepuração Mas, disse também: “Não há tempo a perder . . . Na Inglaterra, há cinqüenta anos as autoridades começaram a se preocupar com o Tamisa, e só agora os salmões voltaram ao rio.”

Falando em Curitiba, Jacques Cousteau disse que iria sugerir às Nações Unidas “uma política mundial do uso do oceano, estabelecida por acordos internacionais, de modo a tornar mais lenta a destruição da vida marinha”. Mas, acrescentou que “mesmo os países mais desenvolvidos não tinham qualquer política visando a preservação da ecologia marinha”.

Similarmente, Thor Heyerdahl escreveu: “Para começar, devíamos criar áreas protegidas, reservas naturais onde o ecossistema local pudesse reconstruir-se e manter-se por si. Tão importante como isso, porém, é promulgar e fazer cumprir leis em áreas fora das reservas naturais onde o equilíbrio ecológico já esteja afetado “

É óbvio que a solução da poluição do ar não consiste em simplesmente instalar chaminés mais altas. Tome-se, por exemplo, a presença de um ácido perigoso nos lagos do Parque Nacional de Adirondack, no Estado de Nova Iorque. Os peixes estavam morrendo. Finalmente, soube-se que o distrito siderúrgico de Sudbury, no Canadá, a centenas de quilômetros de distância, era responsável por isso. Os ventos levaram a poluição até Nova Iorque.

Na Escandinávia, onde os problemas ecológicos são tratados com muita atenção, descobriu-se que os solos montanhosos estavam poluídos. A “chuva ácida” estava diretamente ligada às medidas tomadas pela Grã-Bretanha no sentido de reduzir a poluição. As altas chaminés de fábricas lançavam agentes poluentes bem alto na atmosfera e os ventos os levavam para a Escandinávia.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos vem colhendo dados através de uma rede nacional de estações nos E.U.A. e através de estações de pesquisas no Canadá, na Escandinávia e em outros países europeus. A idéia urgente por trás disso é lançar uma campanha mundial para alertar todas as pessoas sobre o problema, como passo inicial para a resolução final. Sendo um problema mundial, tem de ser resolvido em escala global.

Vêm sendo feitos esforços elogiáveis. Os EUA e outros países já proibiram o uso de substâncias tóxicas como o DDT, os fluorocarbonos e outros, ou estão desencorajando seu uso.

O Paquistão introduziu um programa de reflorestamento para combater a erosão do solo naquele país. A Arábia Saudita plantou 10 milhões de acácias, eucaliptos e tamargueiras para o controle das dunas de areia perto do oásis de Al-Hasa. O Brasil está plantando eucaliptos e pinheiros em várias áreas. Esforços similares foram feitos no deserto de Góbi, na Mongólia, para evitar a formação de regiões desérticas ou recuperá-las.

Mas são os maciços de árvores homogêneas, isto é, as florestas de uma só espécie de árvores, a solução? O professor Célio Vale, da Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil, é contra a substituição das florestas naturais por maciços homogêneos. Diz ele que as conseqüências são, “primeiro, a destruição do solo pela erosão. Depois, a exterminação da fauna típica das florestas, que não consegue sobreviver numa reserva homogênea. Finalmente, ocorreriam profundas alterações no microclima das regiões desmatadas, já que, devido à falta de proteção do ambiente, a radiação solar aumenta consideravelmente”.

A que conclusões podemos chegar de nossa consideração da recomendada legislação internacional e dos esforços feitos até agora? A maioria das tentativas, sejam elas eficientes ou fracas, ainda são apenas locais. Segundo Time, a ONU “adverte que essas medidas unilaterais não são suficientes para a remoção das ameaças contra o bem-estar do homem, e solicita a colaboração internacional, ‘em escala ainda não vista até agora na história da humanidade’, para salvar o meio ambiente de um dano irreversível”.

Todavia, há obstáculos quase intransponíveis para levar isso a bom termo. Time admite: “Contudo, há muitos obstáculos a vencer. Para começar, será preciso mudar o sistema de vida tradicional. . . . Talvez o maior obstáculo de todos seja a questão política que continua a dividir as nações ricas e as pobres do mundo.”

Admitidamente, pois, o orgulho e preconceitos nacionais e raciais, as hostilidades abertas e as injustiças sociais se interpõem claramente no caminho da unificação. A cobiça do homem, e amiúde sua ignorância, sua miopia e, muitas vezes, sua má intenção declarada se opõem ao seu progresso. Disse Jacques Cousteau: “É certo que a redução de todos os valores a um denominador comum — dinheiro — não funciona. Foi justamente o que conduziu a nossa civilização aos problemas atuais.”

O próprio homem criou essa situação. Ele não conseguiu superá-la. A calamidade assoma-se diante de nós. Para onde devemos voltar-nos em busca de escape? Convidamo-lo a considerar uma resposta interessante.

A Bíblia aconselha: “Não deposite sua confiança nos líderes humanos; nenhum ser humano pode salvá-lo. Feliz é o homem que depende do SENHOR, seu Deus, o Criador do céu, da terra, e do mar, e de tudo o que há neles. Ele sempre cumpre suas promessas; ele julga favoravelmente os oprimidos e dá alimento aos famintos.” — Sal. 146:3, 5-7, Today’s English Version.

Esse é um modo realmente emocionante de olhar para os problemas atuais e sua solução. Com efeito, em busca de alívio, não é lógico olharmos para Aquele que fez nossa terra e o gênero humano para se obter tal solução?

 Deus é Dono e Criador da terra. São surpreendentes as provisões múltiplas para a manutenção da vida nela. Só mesmo um amoroso Pai e Provedor cumularia seus filhos de tais bênçãos. A vida vegetal e animal, os rios, os lagos e os mares contribuem grandemente para o prazer de viver. Não é de admirar que a primeira amostra daquilo que Deus propunha para a terra chegasse a ser conhecida como paraíso do Éden, ou um “parque de delícias”.

Se mostrasse obediência amorosa às regras universais de conduta, dadas pelo Criador, o homem desfrutaria para sempre os produtos da terra. “Se viverem segundo as minhas leis e obedecerem a meus mandamentos”, disse o Criador a seu antigo povo, “eu lhes enviarei chuva no tempo certo, assim a terra produzirá safras e as árvores darão fruto. Suas safras serão tão abundantes que ainda estarão colhendo cereal quando for tempo de colher uvas, e ainda estarão colhendo uvas quando for tempo de plantar cereal. Terão tudo o que desejarem para comer, e poderão morar em segurança na sua terra.” — Lev. 26:3-5, TEV.

“É bom demais para ser verdade”, é o que diz? Mas por quê? Pare e pense.

Por que não deverá haver fartura de alimentos e de recursos? Deus certamente sabe o que fazer, e o pode fazer. Porventura não sabe todo inventor, melhor que os outros, como deve funcionar seu invento? Portanto, a bênção de Deus significa uma distribuição adequada de chuvas, um clima apropriado. E é preciso lembrar que foi ele quem criou de início o perfeito ecossistema.

Não admitem os cientistas que a irreflexão e o egoísmo do homem em brincar com este sistema delicado causaram enchentes catastróficas e secas, poluição, indizível miséria e morte? Mas quais os resultados quando o homem coopera com os sistemas naturais da terra implantados nela por Deus?

No antigo Israel, o Projetista da terra determinou períodos de descanso para a própria terra. Israel tinha a terra, propriedade de Jesus, sob sua guarda. (Sal. 24:1; 89:11; 115:16) Sabendo da necessidade de se revitalizar a terra, o Governante invisível de Israel fez provisões neste sentido. Cada sétimo ano a terra descansava completamente. Não havia cultivo, semeadura, nem poda, sob a pena de morte para os violadores. — Êxo. 23:11; Lev. 25:4.

“Como vivia o povo?” talvez pergunte. A bênção de Deus no sexto ano fazia produzir safras abundantes que duravam até o “ano sabático” inclusive e a próxima safra. (Lev. 25:20-22) Outrossim, o que crescia sozinho podia também ser consumido, embora não pudesse ser guardado. Portanto, no ano sabático a terra ficava em pousio. A chuva, a vegetação que crescia naturalmente e o humo agiam como fertilizantes naturais. A terra tinha oportunidade de se revitalizar.

Tão sério era o requisito de deixar a terra descansar que um motivo por que Israel ficou 70 anos no cativeiro de Babilônia foi a violação das leis sabáticas de Deus. O Rei Nabucodonosor “levou todos os sobreviventes para Babilônia. . . . E, assim, o que o SENHOR predissera mediante o profeta Jeremias se cumpriu: ‘A terra ficará desolada por setenta anos, para compensar o descanso sabático que não foi observado.’” (2 Crô. 36:20, 21, TEV; também Lev. 26:34, 35, 43) Por motivos egoístas, eles vinham esgotando a terra.

Mas o que aconteceu quando os israelitas retornaram para sua terra depois de 70 anos? Deus os abençoou e a terra se tornou novamente frutífera, exatamente como o profeta Ezequiel predissera pouco após os israelitas terem sido levados embora de sua terra: “Ali os abençoarei com chuvas abundantes quando as necessitarem. As árvores darão fruto, os campos produzirão safras, cada um morará em segurança na sua própria terra.” — Eze. 34:26, 27, TEV.

Anos antes, Isaías, emocionado, declarara: “O deserto se regozijará, e flores desabrocharão nas terras ermas. . . . Correntes de água fluirão pelo deserto; a areia escaldante se tornará um lago, e a terra seca se encherá de mananciais.” — Isa. 35:1, 6, 7, TEV.

Será que isso aconteceu? Sim, de fato, aconteceu. Os israelitas que retornaram tiveram tal experiência e ainda eram uma nação próspera quando os romanos ocuparam a terra centenas de anos mais tarde.

Todavia, será que temos evidência hodierna da existência de um sistema de auto-recuperação da terra?

Um exemplo surpreendente de recuperação da terra se realizou no Israel atual. Dizia certa reportagem: “Os israelenses restauraram alguns dos sistemas de coletar água deixados pelos antigos nabateus no deserto do Negebe, e estão usando águas servidas para alimentar viçosos pomares de amendoeiras e de pistácias. Outras táticas que fazem florescer o Negebe: sistemas de irrigação por gotejamento, que alimentam pequenas quantidades de água diretamente nas raízes das plantas com a ajuda de monitores de computador; estufas para hortaliças e flores em que até mesmo a circulação de água é movida a energia solar; o cultivo de algas ricas em proteínas, em viveiros de água salobra, para alimentação animal.”

Que notável reavivamento de uma terra outrora desolada. Reavivamentos similares vêm ocorrendo em outras áreas, como nos desertos da China. Mas o que dizer da terra devastada pela ação da guerra? Pode a terra fazer face a tão grande carga?

Durante a Segunda Guerra Mundial, o porto da Ilha Truk tornou-se um vasto cemitério aquoso dos navios de guerra japoneses. “Estudando essa frota submersa mais de um quarto de século mais tarde”, diz National Geographic, a “bióloga Sylvia A. Earle e o fotógrafo Al Giddings viram uma exibição ímpar do poder da natureza de se curar”.

Disse um escafandrista que se lembra da luta: “Por mais de dois anos depois, o óleo dos navios e dos aviões cobria as praias e os recifes. Mas o mar está restaurado agora.”

Quem realizou a restauração? Não houve necessidade de mãos humanas. O “sistema de restauração”, que o Criador incluiu desde o início na terra e nos mares, é que realizou isso, em apenas pouco mais de 30 anos. A superabundância de corais, plantas e animais cobrindo os destroços submersos é um maravilhoso testemunho da sabedoria e do poder do Criador.

É esse o único exemplo da capacidade própria de recuperação da terra? Considere o que aconteceu em Eniwetok Atoll, no Oceano Pacífico. Os Estados Unidos escolheram aquele local para testar seus dispositivos nucleares. Em 1977, os ilhéus começaram a retornar para seus antigos lares. O que encontraram após 20 anos sem bombas?

Certo biólogo marinho escreve: “Atualmente, os peixes e os corais medram nas crateras [atômicas], o que atesta a capacidade da natureza de se recuperar de quase qualquer tipo de perturbação.” Os cientistas estão pasmados com a surpreendente capacidade de recuperação da terra.

Que notícias emocionantes! É evidente que a terra possui notável sistema inerente de recuperação. Será que o Criador permitiria que o homem arruinasse sua obra? É claro que não. O profeta Isaías escreveu: “Assim diz o SENHOR, O criador dos céus, que é Deus, o projetista e formador da terra, que a estabeleceu, não a criando para ser um ermo, mas projetando-a para que se vivesse nela.” — Isa. 45:18, New American Bible.

Naturalmente, é preciso que haja uma mudança global das coisas. Isso significará o fim do atual sistema com suas injustiças, ignorância e imperfeição. Mas como é que isso se dará?

A resposta simples está contida no livro bíblico de Revelação: “O reino do mundo tornou-se o reino de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre . . . veio teu próprio furor e o tempo designado . . . para arruinar os que arruínam a terra.” — Rev. 11:15, 18.

Sim, por meio do governo do reino celestial de Deus sob Cristo Jesus, ocorrerá em breve uma grandiosa transformação. Deus revelou ser no passado o Libertador e o Restaurador da terra. Exemplos nos nossos dias revelam que ele criou na terra um notável sistema de recuperação. Portanto, podemos estar confiantes de que a terra irá sobreviver. Deus cumprirá seu propósito de fazer da terra um paraíso, um lar de delícias para o homem.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Nossa Espantosa Atmosfera

 Também ímpar — deveras, espantosa — é a atmosfera que cerca a nossa Terra. Nenhum outro planeta em nosso sistema solar possui uma. Nem a nossa lua. É por isso que os astronautas precisaram de trajes espaciais para sobreviver ali. Mas, na Terra não se precisa de nenhum traje espacial, porque nossa atmosfera contém, na devida proporção, os gases absolutamente essenciais à vida. Alguns destes gases, em si, são mortíferos. Mas, uma vez que o ar contém tais gases em sua devida proporção, podemos inalá-los sem sofrer danos.

 Um de tais gases é o oxigênio, que compõe 21 por cento do ar que respiramos. Sem ele, os humanos e os animais morreriam em questão de minutos. Mas, oxigênio demais poria em risco nossa existência. Por quê? O oxigênio puro torna-se tóxico, se inalado por muito tempo. Ademais, quanto mais oxigênio existir, tanto mais facilmente as coisas se queimam. Se houvesse oxigênio demais na atmosfera, os materiais combustíveis se tornariam altamente inflamáveis. Poderiam irromper com facilidade incêndios, e seriam difíceis de controlar. Sabiamente, o oxigênio acha-se diluído com outros gases, especialmente o nitrogênio, que constitui 78 por cento da atmosfera. O nitrogênio, porém, é muito mais do que um simples diluente. Nas trovoadas, milhões de relâmpagos se sucedem em toda a Terra, a cada dia. Estes relâmpagos fazem com que certa dosagem de nitrogênio se combine com o oxigênio. Os compostos produzidos são transportados para a Terra pela chuva, e as plantas os utilizam como fertilizante.

 O bióxido de carbono compõe menos de 1 por cento da atmosfera. Que bem resulta de tão pequena quantidade? Sem ele, a vida vegetal pereceria. Essa quantidade reduzida é a que as plantas carecem para inalar, liberando, em troca, o oxigênio. Os humanos e os animais inalam oxigênio e exalam bióxido de carbono. Crescente porcentagem de bióxido de carbono na atmosfera tenderia a ser prejudicial aos humanos e aos animais. Decrescente porcentagem não poderia sustentar a vida vegetal. Que ciclo maravilhoso, preciso e auto-sustentável foi programado para a vida vegetal, animal e humana!

 A atmosfera faz mais do que sustentar a vida. Serve, também, de escudo protetor. Cerca de 24 quilômetros acima do solo, fina camada de ozônio filtra a radiação solar prejudicial. Sem esta camada de ozônio, tal radiação poderia destruir a vida na Terra. Também, a atmosfera abriga a Terra do bombardeio de meteoros. A maioria dos meteoros jamais atinge o solo, porque eles se queimam em sua descida através da atmosfera, parecendo-nos estrelas cadentes. De outra forma, milhões de meteoros assolariam todas as partes da Terra, resultando em extensivos danos causados à vida e às propriedades.

 Além de ser um escudo protetor, a atmosfera conserva o calor da Terra, impedindo-o de dissipar-se na frigidez do espaço. E a força gravitacional da Terra impede que a própria atmosfera escape dela. Tal força da gravidade é apenas suficientemente forte para realizar isto, mas não tão forte a ponto de prejudicar nossa liberdade de movimento.

 A atmosfera não só é vital para a vida, mas uma das vistas mais lindas que existe é o céu mutante. Seu escopo e sua grandiosidade simplesmente nos deixam atônitos. A Terra acha-se envolta pelos panoramas infindavelmente majestosos e variegados do céu. No oriente, um fulgor dourado anuncia o amanhecer, ao passo que os céus ocidentais dão adeus ao dia em gloriosas exibições róseas, alaranjadas, vermelhas e púrpuras. Nuvens brancas encapeladas, semelhantes a algodão, anunciam um lindo dia primaveril ou estival; um manto outonal de nuvens parecidas à lã de ovelha prenuncia a chegada do inverno. À noite, o céu se apresenta magnífico em seu esplendor estrelado, e uma noite de luar possui uma beleza singular.

 Que estupenda provisão é a nossa atmosfera terrestre, em todo o sentido! Conforme certo escritor comentou, em The New England Journal of Medicine (Revista Médica da Nova Inglaterra): “Considerando-se tudo por tudo, o céu é uma consecução miraculosa. Funciona, e, para o que foi projetado, é tão infalível quanto qualquer outra coisa na natureza. Duvido se um de nós poderia imaginar algum meio de aprimorá-lo, além de mudar ocasionalmente uma nuvem local daqui para lá.”6 Este comentário traz-nos à mente o que certo homem, há milênios, reconheceu quando se viu diante de tais coisas notáveis — que elas são “as obras maravilhosas Daquele que é perfeito em conhecimento”. Queria referir-se, naturalmente, ao “Criador dos céus e o Grandioso que os estendeu”. — Jó 37:16; Isaías 42:5.

Distância Exata do Sol

 Entre as muitas condições precisas que são vitais à vida na Terra acha-se a quantidade de luz e de calor recebida do sol. A Terra obtém apenas ínfima fração da energia solar. Todavia, trata-se exatamente da quantidade certa, exigida para a sustentação da vida. Isto ocorre porque a Terra se encontra precisamente à distância exata do sol — a média de 150.000.000 de quilômetros. Caso a Terra estivesse muito mais próxima ou mais distante dele, as temperaturas seriam ou quentes ou gélidas demais para haver vida.

 A Terra, ao percorrer sua órbita anual em torno do sol, move-se a uma velocidade de uns 107.000 quilômetros horários. Tal velocidade é exatamente a necessária para contrabalançar a atração gravitacional do sol e situar a Terra na distância apropriada. Se tal velocidade fosse diminuída, a Terra seria atraída pelo sol. Com o tempo, a Terra tornar-se-ia um deserto tórrido como Mercúrio, o planeta mais próximo do sol. A temperatura diurna de Mercúrio excede os 315 graus centígrados. Entretanto, se a velocidade orbital da Terra aumentasse, ela se afastaria mais do sol e poderia tornar-se um deserto gelado como Plutão, planeta cuja órbita é a mais distante do sol. A temperatura de Plutão é de cerca de 185 graus centígrados abaixo de zero.

 Ademais, a Terra completa continuamente sua rotação em torno de seu eixo a cada 24 horas. Isto fornece períodos regulares de luz e de escuridão. Mas, e se a Terra girasse em torno de seu eixo, digamos, apenas uma vez por ano? Significaria que o mesmo lado da Terra estaria voltado para o sol o ano inteiro. Esse lado, provavelmente, tornar-se-ia um deserto incinerante, ao passo que o lado sem sol provavelmente se tornaria um ermo com temperaturas abaixo de zero. Poucas coisas vivas, se é que alguma, poderiam existir em tais circunstâncias extremas.

 À medida que a Terra gira em torno de seu eixo, ela se inclina 23,5 graus em relação ao sol. Caso a Terra não fosse inclinada, não haveria mudança de estações. O clima seria o mesmo todo o tempo. Ao passo que isto não tornaria impossível a vida, torná-la-ia menos interessante e alteraria de forma drástica os atuais ciclos de colheitas em muitos lugares. Caso a Terra fosse muito mais inclinada, haveria verões extremamente quentes e invernos insuportavelmente frios. Mas a inclinação de 23,5 graus enseja a mudança deleitosa de estações, com sua pitoresca variedade. Em muitas partes da Terra, há primaveras revigorantes, em que as plantas e as árvores despertam e lindas flores desabrocham, verões quentes que permitem todo tipo de atividades ao ar livre, climas frescos de outonos, com esplendorosa exibição de folhas que mudam de cor, e invernos com lindas paisagens de montes, de florestas e de campos cobertos de neve.

Evidências de um planeta ímpar

NOSSO planeta Terra é deveras uma maravilha — uma jóia rara e linda no espaço. Houve astronautas que relataram que, vistos do espaço, os céus azuis e as nuvens brancas da Terra “a tornavam, sem comparação, o objeto mais convidativo que poderiam ver”.1

 Entretanto, há muito mais do que simplesmente beleza. “O maior de todos os enigmas científicos cosmológicos, confundindo todos os nossos esforços de compreendê-lo, é a Terra”, escreveu Lewis Thomas, na revista Discover (Descobrir). Acrescentou: “Somente agora estamos começando a avaliar quão estranha e esplêndida ela é, como nos deixa sem fôlego, o objeto mais adorável que flutua ao redor do sol, abrigado em sua própria bolha azul de atmosfera, fabricando e inalando seu próprio oxigênio, fixando seu próprio nitrogênio do ar em seu próprio solo, e gerando seu próprio clima.”2

 É também de interesse o seguinte: Dentre todos os planetas de nosso sistema solar, foi apenas na Terra que os cientistas encontraram vida. E quantas variedades maravilhosas e abundantes de coisas vivas existem — organismos microscópicos, insetos, plantas, peixes, aves, animais e humanos. Ademais, a Terra é um amplo depósito de riquezas que contém tudo que é necessário para sustentar toda esta vida. Deveras, como o expressou o livro The Earth (A Terra): “A Terra é a maravilha do universo, uma esfera ímpar.”3

 Para ilustrar quão ímpar é a Terra, imagine-se num deserto árido, desprovido de toda a vida. Subitamente, depara com uma linda casa. A casa é provida de ar condicionado, aquecimento, encanamento hidráulico e eletricidade. Seu refrigerador e seus armários estão repletos de alimentos. Seu porão contém óleo combustível e outros suprimentos. Agora, suponhamos que perguntasse a alguém de onde tudo isto tinha vindo, num deserto tão árido. Que diria se tal pessoa lhe respondesse: “Simplesmente apareceu ali por acaso”? Creria nisso? Ou teria como certo que a casa teve um arquiteto e construtor?

 Todos os outros planetas perscrutados pelos cientistas acham-se desprovidos de vida. Mas a Terra pulula de vida, sustentada por sistemas bem complexos que fornecem luz, ar, calor, água e alimento, tudo em primoroso equilíbrio. Mostra evidência de ter sido feita especialmente para alojar de forma confortável as coisas vivas — como uma magnífica casa. E, é lógico, conforme argúi um dos escritores da Bíblia: “Cada casa . . . é construída por alguém, mas quem construiu todas as coisas é Deus.” Sim, a “casa” infinitamente maior e mais surpreendente — nosso planeta Terra — demanda a existência dum arquiteto e construtor notavelmente inteligente, Deus. — Hebreus 3:4.

 Quanto mais os cientistas examinam o planeta Terra e a vida nele, tanto mais discernem que foi deveras magnificamente projetado. A revista Scientific American (Americano Científico) expressa sua admiração: “Ao examinarmos o universo e identificarmos os muitos acasos da física e da astronomia que operaram juntos para nosso proveito, parece quase como se o universo tivesse, em algum sentido, sabido que nós viríamos.”4 E a revista Science News (Notícias de Ciência) admitiu: “Parece que tais condições determinadas e precisas dificilmente poderiam ter surgido por acaso.”5