terça-feira, 29 de junho de 2010

Quanta água doce está disponível?

Total de água
97,5% Água salgada
 2,5% Água doce
Água doce
99% dessa água encontra-se em geleiras e icebergs ou no subsolo
 1% está disponível para quase 7 bilhões de pessoas e para incontáveis bilhões de outras formas de vida

A crise da água — o que tem sido feito?

A crise da água é global e coloca em risco a saúde de bilhões de pessoas na Terra. Que medidas têm sido tomadas para restabelecer o equilíbrio entre o fornecimento e o consumo de água?
ÁFRICA DO SUL: “Finalmente, Água Para os Cidadãos Pobres de Durban!” Assim dizia uma manchete da revista Science. O artigo relatou que as pessoas pobres que moravam ali não tiveram um abastecimento adequado de água por décadas, em conseqüência do extinto apartheid — política de segregação racial adotada por governos anteriores. O artigo mencionou que, em 1994, “250 mil habitantes da região de Durban não tinham acesso a água limpa ou saneamento”.
Para reverter essa situação, um engenheiro civil criou em 1996 um programa para fornecer a cada família quase 200 litros de água todos os dias. O resultado? “Dos 3,5 milhões de habitantes de Durban, apenas 120 mil não têm acesso a água limpa”, relata a revista Science. Hoje, o máximo que as pessoas precisam fazer para conseguir água é andar alguns metros — um enorme progresso comparado ao tempo em que muitas tinham de caminhar quase um quilômetro.
A revista Science explicou que, para lidar com o problema do saneamento, a “antiga latrina fora de casa”, na qual a pessoa fazia suas necessidades num buraco no chão, está sendo substituída por latrinas de desvio de urina com fossa dupla — sistema “que separa a urina das fezes, para que essas sequem e se decomponham com mais rapidez”. No início de 2008, umas 60 mil latrinas desse tipo foram instaladas, embora se calculasse que levariam mais dois anos para que todas as casas as tivessem.
Brasil: Na cidade de Salvador, centenas de crianças sofriam de diarréia por falta de sanitários e sistema de esgoto. Para corrigir a situação, a prefeitura instalou quase 2 mil quilômetros de canos de esgoto, favorecendo mais de 300 mil casas. O resultado? O índice de casos de diarréia caiu 22% em toda a cidade e 43% em áreas onde a incidência era maior.
Índia: Em algumas regiões da Terra, em certa época do ano, há grande quantidade de água limpa, mas ela nem sempre é armazenada para ser bem aproveitada. Em 1985, porém, no distrito de Dholera, no Estado de Gujarat, noroeste do país, um grupo de mulheres indianas inventou um método eficiente de armazenar água. Elas organizaram um grupo para construir um açude do tamanho de um campo de futebol. Então revestiram o açude com plástico grosso para evitar vazamentos. A iniciativa foi tão bem-sucedida que, meses após o fim da estação das monções, as mulheres ainda tinham água, apesar de a terem “compartilhado com outros”.
Chile: Esse país da América do Sul, com mais de 4 mil quilômetros de extensão, está encravado entre o oceano Pacífico, ao oeste, e a cordilheira dos Andes, ao leste. O governo detém controle total da água e é ele que autoriza a construção de represas e canais. Assim, 99% dos residentes urbanos e 94% dos que moram em zonas rurais recebem água de qualidade.

‘SECA EM RIOS E RIACHOS’

  “O lago Chade, na África, que era um ponto de referência para astronautas orbitando a Terra, agora é difícil de ser localizado. Cercado pelos países [Camarões,] Chade, Níger e Nigéria . . . , o lago diminuiu 95% desde os anos 60. Por causa da grande demanda de água para a irrigação nessa região, os rios e riachos dos quais o lago depende para sua existência estão secando. Conseqüentemente, em breve o lago Chade pode desaparecer por completo, e sua localização será um mistério para gerações futuras.” — Plan B 2.0—Rescuing a Planet Under Stress and a Civilization in Trouble (Plano B 2.0 — Resgatando um Planeta sob Estresse e uma Civilização em Apuros), de Lester R. Brown.

A ÁGUA SOB AMEAÇA

▪ “Em 1960, o mar de Aral, na Ásia Central, era o quarto maior lago do planeta. Em 2007, ele ficou reduzido a 10% de seu tamanho original.” — Revista Scientific American.
▪ Os cinco Grandes Lagos que se encontram na América do Norte — Erie, Huron, Michigan, Ontário e Superior — estão secando “num ritmo alarmante”. — The Globe and Mail.
▪ Houve uma época em que o moinho de Deniliquin, na Austrália, processava uma quantidade de grãos suficiente para satisfazer as necessidades de 20 milhões de pessoas. Hoje, porém, as safras de arroz caíram 98%, e o moinho foi fechado em dezembro de 2007. O motivo? “Seis longos anos de seca.” — The New York Times.

Estamos ficando sem água?

Certo provérbio do Uzbequistão diz: “Se acabar a água, acaba a vida.” Alguns especialistas diriam que essas palavras soam mais proféticas do que proverbiais. Todo ano, cerca de 2 milhões de pessoas morrem por causa de água contaminada e saneamento básico precário, e 90% das vítimas são crianças.
COMO você consegue água? Apenas abre a torneira? Ou, como é comum em alguns lugares, precisa andar muito, esperar numa fila e depois voltar para casa carregando um balde pesado com esse valioso líquido? Você gasta muitas horas todos os dias só para conseguir água suficiente para lavar e cozinhar? Essa é a situação em muitos países — a água é escassa e difícil de conseguir. Em seu livro Water Wars—Drought, Flood, Folly, and the Politics of Thirst (Guerras por Água — Seca, Enchente, Tolice e a Política da Sede), Diane Raines Ward mencionou que 40% da população mundial “tira água de poços, rios, açudes ou poças”. Em alguns países, as mulheres levam até seis horas buscando água para a família, carregando vasilhames que, quando cheios, pesam cerca de 20 quilos.
A verdade é que a crise da água e do saneamento básico afeta severamente mais de um terço da população mundial. O problema é grave principalmente na África, onde 6 de cada 10 pessoas não têm nem sequer banheiro apropriado — um fato que, de acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde, favorece “a contaminação de fontes de água, de alimentos e do solo por bactérias, vírus e parasitas encontrados em excrementos humanos”. O relatório diz que essa contaminação “é a principal causa de diarréia — o segundo maior culpado pela morte de crianças nos países em desenvolvimento — e ocasiona outras doenças graves, como a cólera, esquistossomose e tracoma”.
A água tem sido chamada de ouro líquido, o petróleo do século 21. Mesmo assim, as nações estão desperdiçando esse precioso bem de tal maneira que não sobra quase nada em seus principais rios para escoar no mar. Com os danos causados pela irrigação e evaporação, rios importantes estão secando, incluindo o rio Colorado no oeste dos Estados Unidos, o Yang-tsé na China, o Indo no Paquistão, o Ganges na Índia e o Nilo no Egito. O que tem sido feito para amenizar a crise? Qual é a melhor solução?

terça-feira, 15 de junho de 2010

Núcleo Parcialmente Líquido

Por que a onda “S” pára naquela profundidade de 2.900 quilômetros? Por que também a refração de um feixe da onda “P”, e a desaceleração do outro feixe? Evidentemente porque o núcleo exterior abaixo do revestimento da terra é líquido. Pode-se ilustrar tal fenômeno pelo fato de que um objeto duro de metal (por exemplo, um sino) transporta uma vibração melhor que um objeto mole. A onda “S” não pode percorrer um líquido, e a onda “P” é refratada ou desacelerada consideravelmente. Esta desaceleração perdura por cerca de 2.175 quilômetros. O núcleo exterior, então, estendendo-se por cerca de 2.175 quilômetros mais para o fundo, em direção ao centro da terra, parece ser líquido, ou se comporta como um líquido. Sob a grande pressão e calor (cerca de 2.200 graus centígrados no alto do núcleo exterior, e de cerca de 5.000° C no fundo, onde começa o núcleo central ou interior) as rochas do núcleo exterior bem podem achar-se em estado derretido, líquido.

De que se compõem o núcleo exterior e o núcleo central? Um estudo dos meteoritos que vêm à terra do espaço sideral sugere que estes núcleos da terra são constituídos principalmente de ferro, ligado com níquel. A onda sísmica que percorre o núcleo central adquire velocidade, denotando que este é sólido, provavelmente, na maior parte, sendo extremamente denso e duro.

Terremotos “Radiografam” a Terra

É estranho dizer, mas são os terremotos que têm sido de máxima utilidade para se determinar a estrutura do que há sob a superfície da terra. Saber o que existe ali, por sua vez, nos ajuda a explicar as coisas que tornam a crosta da terra habitável por nós. O estudo dos terremotos é chamado de “sismologia”.

Os sismólogos descobriram que há vários tipos de vibrações, ou ondas, criadas durante um terremoto. Tais ondas irradiam-se em todas as direções a partir do epicentro, o foco ou lugar de origem do terremoto. A medida que as ondas atravessam a terra, curvam-se num sentido oposto à superfície da terra, e estações sismográficas situadas a quilômetros de distância recebem e registram tais ondas. Há três tipos de ondas: (1) a onda principal, que percorre a crosta, (2) uma onda primária (“P”), (onda do tipo de pressões altas e baixas) e (3) uma onda secundária (“S”), (onda transversal). Esses dois últimos tipos de ondas percorrem a terra. A onda “P” é refratada a cerca de 2.900 quilômetros de profundidade. A onda “S” é completamente eliminada além desta profundidade. Isto se dá porque, evidentemente, encontram certo tipo de barreira nos limites inferiores do revestimento, onde se encontra com a parte exterior do núcleo, situado mais abaixo. Outro feixe da onda “P” continua através do centro da terra, embora a onda “S” não vá além dos 2.900 quilômetros de profundidade.

Nossa terra rochosa — modelada para a vida



VIVEMOS na superfície de imensa espaçonave, em forma de bola, composta de rochas e metais. Se pudesse cavar abaixo da superfície do solo até uma profundidade de cerca de 30 quilômetros, não encontraria nada, senão rochas sem vida, no que é chamado de revestimento da terra. A crosta, sobre a qual vivemos, composta mormente de elementos não-metálicos, por conseguinte, é uma camada muito fina sobre sextilhões de toneladas de materiais que jamais vemos, exceto no caso de alguma rocha derretida que atinge a superfície através da crosta, devido à ação vulcânica. Todavia, tudo isto é essencial, de modo a termos um lugar para viver.

Como é que os geólogos chegam às suas conclusões sobre a composição da terra? Na realidade, dispõem de métodos que perscrutam o interior de nosso planeta, a fim de obterem uma descrição experimental do interior da terra, mas admitem que o quadro talvez não seja exato. Ninguém conseguiu ainda escavar o revestimento, mesmo sob os oceanos, onde a crosta é mais fina, tendo apenas cerca de 5 a 8 quilômetros de espessura. Durante o Ano Geofísico Internacional (julho de 1957 a dezembro de 1958) fez-se um plano para realizar isto. É provável que já tenha lido a respeito, o chamado projeto “Mohole”. “Moho” é um termo abreviado, em inglês, para os limites entre a crosta e o revestimento embaixo dela. Esta tentativa de descobrir a composição da crosta e exatamente o que constituía a parte superior do revestimento fracassou, devido ao enorme custo envolvido e a falta de tecnologia para executar tal tarefa.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A TERRA SE TORNARÁ UM LAR AJARDINADO

 Para muitos, a palavra “paraíso” contém a idéia de algo extra-terreno a até mesmo irreal. Mas “paraíso” vem de palavras similares usadas nos tempos antigos (em hebreu: pardés; em persa: pairidáeza; em grego: parádeisos), palavras usadas para descrever coisas então realmente existentes na terra. Todas estas palavras contêm a idéia básica de um ‘belo parque’ ou de um ‘jardim semelhante a um parque’. Assim como na antiguidade, também hoje há muitos de tais lugares, alguns deles sendo parques de grande tamanho. E o homem tem um anseio natural por sua beleza. A Bíblia promete que virá o dia em que todo este planeta será tal jardim semelhante a um parque, ou um paraíso.
 Quando Deus criou o primeiro casal humano, deu-lhes por lar o Jardim do Éden, nome que significa Paraíso de Prazer (ou Delícias). O paraíso não se devia limitar, porém, àquele único lugar. Conforme a Bíblia relata: “Deus os abençoou e Deus lhes disse: ‘Sede fecundos e tornai-vos muitos, e enchei a terra, e sujeitai-a.’” (Gênesis 1:28; 2:8, 9) Isto envolvia a ampliação dos limites do Paraíso até os confins da terra. O proceder desobediente de Adão e Eva não pôs término a este propósito declarado de Deus. Mostrando que a terra paradísica ainda era do propósito de Deus, Cristo Jesus prometeu a um homem que morria ao lado dele e que mostrava fé em Jesus, como Filho de Deus, que ele teria a oportunidade de viver em tal Paraíso terrestre. (Lucas 23:39-43) Como se dará isso?
 Na vindoura “grande tribulação”, Deus promete eliminar todos os obstáculos a tal paraíso por arruinar os que arruínam a terra. (Revelação 11:18) Deus fará assim o que os governos humanos nunca poderiam fazer. Eliminará todos os que egoistamente poluem e estragam a terra para satisfazer sua ganância comercial, todos os que travam guerras devastadoras por causa de sua sede de poder e todos os que usam mal a terra por causa de sua falta de gratidão e respeito para com as dádivas abundantes que Deus proveu.
 A terra inteira florescerá então com beleza; seu ar, sua água e sua terra terão então frescor e pureza. Este restabelecimento do Paraíso não é algo além da possibilidade de se crer ou contrário à experiência humana. Há muitos séculos atrás, quando os da nação de Israel saíram do cativeiro em Babilônia,  Deus restabeleceu-os na sua pátria. Ao retornarem, o país era um baldio desolado. No entanto, visto que Deus abençoou a eles e o seu trabalho, a terra mudou logo, ao ponto de os povos vizinhos exclamarem: ‘Ela se tornou igual ao jardim do Éden!’ Onde antes havia matas de espinhos e abrolhos, cresciam então juníperos e murteiras. A terra se tornou muito produtiva, removendo qualquer ameaça de fome. (Ezequiel 36:29, 30, 35; Isaías 35:1, 2; 55:13) O que Deus fez então naquela pequena região da Palestina prometeu fazer em escala global, para que todas as pessoas vivas usufruíssem os prazeres divinamente providos da vida no Paraíso. — Salmo 67:6, 7 (66:7, 8, ver. cat.); Isaías 25:6.

BASE SÓLIDA PARA CONFIANÇA

 O universo é controlado por leis básicas. Fiamo-nos em muitas delas. O nascer e o pôr do sol, as fases da lua e as estações vêm e vão dum modo que contribui para a estabilidade da vida humana. Os homens elaboram calendários e planejam atividades com anos de antecedência, sabendo que os movimentos do sol, da lua e dos planetas são seguros. O que podemos aprender disso?
 O Criador destas leis é fidedigno; o que ele diz e faz é digno de confiança. É em seu nome, como Criador do céu e da terra, que se fazem as promessas bíblicas a respeito de uma nova ordem justa. (Isaías 45:18, 19) Na rotina diária da pessoa, é normal confiar em certa medida nos outros — nos que levam gêneros alimentícios ao mercado para vender, nos que entregam o correio e em amigos íntimos. Não devemos ter muitíssimo mais confiança em Deus e na certeza do cumprimento de suas promessas? — Isaías 55:10, 11.
 É verdade que os homens, por motivos egoístas, amiúde mostram que não se pode confiar neles. Mas todas as promessas de Deus contidas na Bíblia são claramente para o nosso bem, não para satisfazer qualquer egoísmo da Sua parte. Ele não precisa nada de nós; nem resulta nossa crença na sua Palavra em lucro egoísta para qualquer homem. Mas Deus agrada-se dos que têm fé nele, por causa de seu amor a ele e de seu apreço do modo de agir dele. — Salmo 50:10-12, 14, 15 (49:10-12, 14, 15, ver. cat.).
 Por outro lado, a Bíblia agrada também à nossa faculdade de raciocínio; não exige fé cega ou credulidade. De fato, ela define a verdadeira fé como “a expectativa certa de coisas esperadas, a demonstração evidente de realidades, embora não observadas”. (Hebreus 11:1) Deus fornece-nos na Bíblia uma base sólida para termos fé. Esta base torna-se cada vez mais evidente ao aumentarmos em conhecimento da Palavra de Deus e vermos quão veraz ela mostra ser na nossa vida e no cumprimento de suas profecias. — Salmo 34:8-10 (33:9-11, ver. cat.).
 As promessas bíblicas de bênçãos futuras vão muito além do que os homens se atrevem a oferecer. No entanto, estas promessas não exigem que creiamos em coisas contrárias a toda a experiência humana. Tampouco são contrárias ao que é normal para os homens desejarem. Considere algumas destas grandiosas bênçãos e veja quão veraz isto é.

Paz e segurança em toda a terra — uma esperança segura

ESTA terra poderia ser um lugar mais agradável e mais interessante em que viver — se prevalecessem em toda a terra condições realmente pacíficas e seguras. Embora ela esteja agora longe disso, a Bíblia prediz que a terra ainda virá a ser um lar esplêndido para a humanidade, em que a família humana poderá usufruir plenamente a vida.
 Quais são as bênçãos prometidas e como podemos ter certeza de que se cumprirão?

Que será do planeta Terra?

QUE reserva o futuro para você, um dentre os bilhões de pessoas que agora vivem no planeta Terra? Gostaria de ter uma vida de paz e segurança, no meio de pessoas que realmente se amam? Poderá ter isto e muito mais. Mas este não é o futuro que a maioria espera ter. Por que não?
 A ameaça duma guerra nuclear levantou sérias dúvidas sobre se haverá futuro para grande parte da raça humana. Quando se detonou pela primeira vez uma bomba atômica numa guerra, em 1945, morreram instantaneamente mais de 70.000 homens, mulheres e crianças. Muitos outros milhares tiveram uma morte agonizante nos dias e nos anos que se seguiram. Mas hoje em dia, uma única ogiva típica tem o potencial explosivo de todas as bombas lançadas durante a Segunda Guerra Mundial. Existem dezenas de milhares de armas nucleares posicionadas para uso imediato. Ainda assim, o mundo gasta cerca de 2.000.000.000 de dólares por dia numa corrida armamentista que deixa muitas pessoas pasmadas de horror.
 Mas que dizer de apenas uma “guerra nuclear limitada”? Os resultados ainda assim seriam aterradores. Segundo Carl Sagan, bem conhecido cientista, se as nações usassem mesmo que apenas uma fração de sua capacidade nuclear, “há pouca dúvida de que nossa civilização global seria destruída. . . . Parece ser real a possibilidade da extinção da espécie humana”. Muitos procuram tirar da mente tal perspectiva, mas isso não elimina o perigo. Um número rapidamente crescente de outros constituíram sociedades de sobrevivência. Na esperança de alguns sobreviverem, construíram refúgios em regiões isoladas, e armazenaram nestes suprimentos alimentícios e médicos, bem como armas para expulsar invasores indesejáveis.
 À parte duma guerra nuclear, os cientistas advertem sobre um possível desastre global causado pela maneira em que se abusa do meio ambiente. A poluição do ar que respiramos é motivo de séria preocupação. As florestas estão sendo devastadas numa proporção alarmante; no entanto, elas são importantes para o ciclo de oxigênio da terra, para o ciclo hidrológico dela e para a conservação do solo. Por ignorância e por ganância arruínam-se vitais terras férteis. Os suprimentos de água estão sendo poluídos, amiúde com substâncias químicas mortíferas. Todavia, esses recursos são essenciais para a sustentação da vida humana.
 De preocupação mais imediata, porém, talvez ache que o crime violento está tornando as pessoas prisioneiros em suas próprias casas. A instabilidade política e social torna a vida perigosa. O amplo desemprego e a vertiginosa inflação causam privação e frustração. A vida doméstica de muitos está longe de ser satisfatória; muitas vezes faltam os vínculos do amor, que deveriam manter a família unida. Em toda a parte, a atitude das pessoas é: “Primeiro eu!”
 Então, onde se pode encontrar uma base sólida para a expectativa duma vida em segurança? Se o nosso futuro, como habitantes da terra, dependesse exclusivamente do que homens e nações, que compartilham a responsabilidade por esses problemas, estivessem dispostos a fazer e fossem capazes de realizar, a perspectiva seria realmente lúgubre. Mas depende deles?

Pode a nossa terra sobreviver?

É essa uma pergunta vã? É ela pessimista? Ou está a terra à beira da destruição? Quais são os fatos?
“NAVEGAMOS por águas cheias de manchas de óleo durante 43 dos 57 dias. Grandes baleias e muitos peixes que nadam de boca aberta, filtrando o alimento, engolem essa poluição. Alguns desses peixes nós vamos comer.
“Há pessoas que me dizem que . . . o mar pode absorver toda essa poluição e retornar a seu ciclo. Eu chamo a tais de personagens dos contos de fada que fazem as crianças dormir — querem ninar-nos com palavras tranqüilizadoras. Não dê ouvidos! A menos que você e eu — todos nós — tomemos agora medidas para suster as sobrecargas de substâncias venenosas nos mares, eles serão asfixiados e morrerão.”
Tal foi a descrição do explorador Thor Heyerdahl durante sua segunda viagem através do Atlântico num barco de papiro. Para muitos, é aterradora, e Heyerdahl não é o único a dar o alarme.
Um estudo científico, publicado no jornal O Estado de S. Paulo, não é menos significativo: “Pode ser tarde demais para restaurar e limpar o que foi destruído. Dos componentes básicos da vida — ar, água, solo e luz — , apenas esse último não se acha poluído.”
As pessoas em toda a parte se queixam do clima. Por que há mudanças climáticas, e tempo esquisito em todo o mundo?
O Dr. Reid A. Bryson, especialista em climatologia, chama o efeito geral das atividades do homem — seu fumo, a poeira de tratores, a fumaça dos jatos, o nevoeiro enfumaçado das cidades — o “vulcão humano”. “Somos realmente um fator na equação climática”, diz ele. “Talvez sejamos o fator decisivo.”
E um artigo em National Geographic concluía: “Um acúmulo constante de bióxido de carbono na atmosfera da terra, resultante da queima de combustíveis fósseis — carvão e óleo — vem ocorrendo desde que começou a revolução industrial. Níveis mais altos desse gás incolor e sem cheiro tendem a aquecer o planeta pelo chamado efeito de estufa, retendo a radiação infravermelha — calor — que de outra forma escaparia no espaço.”
Ultimamente, outros fatores inquietantes têm estado nas notícias. Por exemplo, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) noticiava que a poluição da atmosfera estava reduzindo a camada de ozônio da terra, que veda em parte os nocivos raios ultravioleta procedentes do sol. Entrementes, a radiação ultravioleta aumentada já está ligada ao aumento do câncer da pele, segundo Rumen Bojkov, diretor da divisão de ciência atmosférica da OMM.
Outrossim, o patologista Leon S. Dochinger, do Departamento de Agricultura dos EUA, cita a “chuva ácida” como sendo outro assassínio em potencial. É o resultado da queima de combustíveis fósseis com alto teor de enxofre, principalmente do carvão. As partículas poluidoras e os gases são espalhados pelo vento e acabam voltando à terra, trazidos pela chuva, na forma de ácidos sulfúricos e nítricos. Estes põem diretamente em perigo a vida dos peixes, dos animais e da vegetação. Ainda mais, a “chuva ácida” sobre o solo pode liberar metais venenosos. Esses metais podem encontrar o caminho dos rios e lagos, tornando-se assim um perigo para a saúde.
Certa pesquisa médica, feita em São Paulo, dizia que, depois do fumo, a poluição do ar ali é a principal responsável pelas doenças do aparelho respiratório, estando em segundo lugar entre as causas de morte. Outrossim, segundo um relatório da ONU, a causa de muitos cânceres “está ligada ao ar que as pessoas respiram ou à água que bebem, ao ambiente em que trabalham ou vivem, à sua dieta pessoal ou ao seu modo de vida”.
Sem água, não há vida humana. Mas quanta segurança há em bebermos água? Quão seguros são os rios e os oceanos?
Numa recente visita ao Brasil, Jacques Cousteau achou que as águas da famosa Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, estão mais poluídas do que as do Mediterrâneo que banham Veneza, Cannes e Gênova. Ele expressou grande preocupação quanto à poluição destrutiva, causada pelos derramamentos de óleo, pelos resíduos químicos e nucleares.
E o que dizer dos rios? Sob a manchete “A Agonia das Águas”, a revista Veja lançava a culpa no restilo das usinas de cana-de-açúcar e dos fabricantes de bebidas alcoólicas, na soda das indústrias de celulose, nos esgotos das cidades em crescimento e das indústrias, bem como em outros resíduos, por matarem os rios brasileiros. Existem condições similares em outros países.
Ainda mais, a crescente demanda de água está pondo em dúvida sua disponibilidade. A respeito da água, o delegado sírio Saub Kaule disse aos especialistas na conferência das Nações Unidas em Mar del Plata, Argentina: “Uma gota de água custará mais do que uma gota de petróleo.”
Por quê? A revista Time comenta: “Entre 30% e 40% da produção mundial de alimentos dependem atualmente de irrigação. . . . A indústria está também usando quantidades cada vez maiores de água — para gerar eletricidade, para resfriar reatores atômicos e na indústria de produtos químicos e de metais. Como resultado, muitos lagos e rios ficaram tão poluídos pela agricultura e pela indústria — bem como pelos dejetos de crescente número de humanos — que se tornaram inutilizáveis sem tratamento dispendioso. Apesar das medidas de purificação, a necessidade de apanhar água para beber de mananciais contaminados tem causado o alastramento de doenças. A Organização Mundial de Saúde calcula que tantos quantos 80% dos casos de doenças no mundo são atribuíveis à água impura.”
Essa é uma revelação desalentadora. Mas será isso tudo? Realmente não.
Um grupo de agrônomos se reuniu em Brasília e condenou o “uso indiscriminado e crescente de pesticidas, herbicidas e fungicidas [que] estão levando a um impasse ecológico que compromete a curto prazo a própria produção”. E por que tal uso excessivo? “Objetiva apenas o lucro imediato”, dizem os especialistas.
Outro inimigo camuflado foi revelado na conferência de Nairóbi, África. Observou-se que os desertos se estão expandindo em muitas partes da terra. Time dizia: “Graças, em grande parte, à própria insensatez do homem, a desertificação ameaça agora a frágil existência de cerca de 630 milhões de pessoas que moram nessas regiões.”
Não é de admirar que o Secretário-Geral da ONU, Kurt Waldheim, se sentisse impelido a fazer a observação sinistra de que “países poderão desaparecer do mapa”.
E quais as causas? Ecólogos, reunidos no México, concluíram: “O desmatamento primitivo, o fogo, a erosão, as formas inadequadas de agricultura e os pesticidas se associam às causas naturais para acelerar o processo da desertificação.” O Estado de S. Paulo fazia a observação de que o Brasil tem “tudo para formar um dos maiores desertos do mundo nos próximos 25 a 30 anos se continuar a ocupar desordenadamente a Amazônia”.
Com efeito, o ecólogo brasileiro José Lutzenberger disse a um grupo de especialistas: “Os modelos desenvolvimentistas da atual sociedade de consumo . . . repousam no esbanjamento orgiástico de recursos limitados e insubstituíveis. Eles significam a destruição de todos os sistemas de sustentação da vida na Terra.”
Esse ecólogo disse ainda: “Desequilibramos todos os grandes e pequenos sistemas hídricos, acentuando as estiagens desoladoras e as cheias catastróficas; pela poluição desenfreada, perderemos em breve a potabilidade dos últimos mananciais e preparamos a eliminação de todas as formas de vida aquática, inclusive nos oceanos.”
É um quadro bem triste. Mas não foram feitos esforços para suster a onda? Felizmente foram feitos. Considere alguns desses.
Os cientistas e outros clamam cada vez mais alto pedindo que sejam tomadas medidas drásticas para a preservação da terra. Produziram seus planos resultados positivos? Sim, alguns.
A revista Veja entrevistou Hideo Oguri, responsável pelo combate à poluição nos rios de Tóquio. Disse ele: “Endurecer a legislação, até fechar indústrias, produziu algum efeito. Mas o que vem surtindo melhores resultados é a ação constante de centenas de grupos ecologistas que defendem a preservação ambiental.”
Luiz Roberto Tommasi, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, acredita que os rios podem ser salvos se os atuais fatores de poluição forem eliminados ou pelo menos reduzidos a um nível que permita a autodepuração Mas, disse também: “Não há tempo a perder . . . Na Inglaterra, há cinqüenta anos as autoridades começaram a se preocupar com o Tamisa, e só agora os salmões voltaram ao rio.”
Falando em Curitiba, Jacques Cousteau disse que iria sugerir às Nações Unidas “uma política mundial do uso do oceano, estabelecida por acordos internacionais, de modo a tornar mais lenta a destruição da vida marinha”. Mas, acrescentou que “mesmo os países mais desenvolvidos não tinham qualquer política visando a preservação da ecologia marinha”.
Similarmente, Thor Heyerdahl escreveu: “Para começar, devíamos criar áreas protegidas, reservas naturais onde o ecossistema local pudesse reconstruir-se e manter-se por si. Tão importante como isso, porém, é promulgar e fazer cumprir leis em áreas fora das reservas naturais onde o equilíbrio ecológico já esteja afetado “
É óbvio que a solução da poluição do ar não consiste em simplesmente instalar chaminés mais altas. Tome-se, por exemplo, a presença de um ácido perigoso nos lagos do Parque Nacional de Adirondack, no Estado de Nova Iorque. Os peixes estavam morrendo. Finalmente, soube-se que o distrito siderúrgico de Sudbury, no Canadá, a centenas de quilômetros de distância, era responsável por isso. Os ventos levaram a poluição até Nova Iorque.
Na Escandinávia, onde os problemas ecológicos são tratados com muita atenção, descobriu-se que os solos montanhosos estavam poluídos. A “chuva ácida” estava diretamente ligada às medidas tomadas pela Grã-Bretanha no sentido de reduzir a poluição. As altas chaminés de fábricas lançavam agentes poluentes bem alto na atmosfera e os ventos os levavam para a Escandinávia.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos vem colhendo dados através de uma rede nacional de estações nos E.U.A. e através de estações de pesquisas no Canadá, na Escandinávia e em outros países europeus. A idéia urgente por trás disso é lançar uma campanha mundial para alertar todas as pessoas sobre o problema, como passo inicial para a resolução final. Sendo um problema mundial, tem de ser resolvido em escala global.
Vêm sendo feitos esforços elogiáveis. Os EUA e outros países já proibiram o uso de substâncias tóxicas como o DDT, os fluorocarbonos e outros, ou estão desencorajando seu uso.
O Paquistão introduziu um programa de reflorestamento para combater a erosão do solo naquele país. A Arábia Saudita plantou 10 milhões de acácias, eucaliptos e tamargueiras para o controle das dunas de areia perto do oásis de Al-Hasa. O Brasil está plantando eucaliptos e pinheiros em várias áreas. Esforços similares foram feitos no deserto de Góbi, na Mongólia, para evitar a formação de regiões desérticas ou recuperá-las.
Mas são os maciços de árvores homogêneas, isto é, as florestas de uma só espécie de árvores, a solução? O professor Célio Vale, da Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil, é contra a substituição das florestas naturais por maciços homogêneos. Diz ele que as conseqüências são, “primeiro, a destruição do solo pela erosão. Depois, a exterminação da fauna típica das florestas, que não consegue sobreviver numa reserva homogênea. Finalmente, ocorreriam profundas alterações no microclima das regiões desmatadas, já que, devido à falta de proteção do ambiente, a radiação solar aumenta consideravelmente”.
A que conclusões podemos chegar de nossa consideração da recomendada legislação internacional e dos esforços feitos até agora? A maioria das tentativas, sejam elas eficientes ou fracas, ainda são apenas locais. Segundo Time, a ONU “adverte que essas medidas unilaterais não são suficientes para a remoção das ameaças contra o bem-estar do homem, e solicita a colaboração internacional, ‘em escala ainda não vista até agora na história da humanidade’, para salvar o meio ambiente de um dano irreversível”.
Todavia, há obstáculos quase intransponíveis para levar isso a bom termo. Time admite: “Contudo, há muitos obstáculos a vencer. Para começar, será preciso mudar o sistema de vida tradicional. . . . Talvez o maior obstáculo de todos seja a questão política que continua a dividir as nações ricas e as pobres do mundo.”
Admitidamente, pois, o orgulho e preconceitos nacionais e raciais, as hostilidades abertas e as injustiças sociais se interpõem claramente no caminho da unificação. A cobiça do homem, e amiúde sua ignorância, sua miopia e, muitas vezes, sua má intenção declarada se opõem ao seu progresso. Disse Jacques Cousteau: “É certo que a redução de todos os valores a um denominador comum — dinheiro — não funciona. Foi justamente o que conduziu a nossa civilização aos problemas atuais.”
O próprio homem criou essa situação. Ele não conseguiu superá-la. A calamidade assoma-se diante de nós. Para onde devemos voltar-nos em busca de escape? Convidamo-lo a considerar uma resposta interessante.
A Bíblia aconselha: “Não deposite sua confiança nos líderes humanos; nenhum ser humano pode salvá-lo. Feliz é o homem que depende do SENHOR, seu Deus, o Criador do céu, da terra, e do mar, e de tudo o que há neles. Ele sempre cumpre suas promessas; ele julga favoravelmente os oprimidos e dá alimento aos famintos.” — Sal. 146:3, 5-7, Today’s English Version.
Esse é um modo realmente emocionante de olhar para os problemas atuais e sua solução. Com efeito, em busca de alívio, não é lógico olharmos para Aquele que fez nossa terra e o gênero humano para se obter tal solução?
Jeová Deus é Dono e Criador da terra. São surpreendentes as provisões múltiplas para a manutenção da vida nela. Só mesmo um amoroso Pai e Provedor cumularia seus filhos de tais bênçãos. A vida vegetal e animal, os rios, os lagos e os mares contribuem grandemente para o prazer de viver. Não é de admirar que a primeira amostra daquilo que Deus propunha para a terra chegasse a ser conhecida como paraíso do Éden, ou um “parque de delícias”.
Se mostrasse obediência amorosa às regras universais de conduta, dadas pelo Criador, o homem desfrutaria para sempre os produtos da terra. “Se viverem segundo as minhas leis e obedecerem a meus mandamentos”, disse o Criador a seu antigo povo, “eu lhes enviarei chuva no tempo certo, assim a terra produzirá safras e as árvores darão fruto. Suas safras serão tão abundantes que ainda estarão colhendo cereal quando for tempo de colher uvas, e ainda estarão colhendo uvas quando for tempo de plantar cereal. Terão tudo o que desejarem para comer, e poderão morar em segurança na sua terra.” — Lev. 26:3-5, TEV.
“É bom demais para ser verdade”, é o que diz? Mas por quê? Pare e pense.
Por que não deverá haver fartura de alimentos e de recursos? Deus certamente sabe o que fazer, e o pode fazer. Porventura não sabe todo inventor, melhor que os outros, como deve funcionar seu invento? Portanto, a bênção de Deus significa uma distribuição adequada de chuvas, um clima apropriado. E é preciso lembrar que foi ele quem criou de início o perfeito ecossistema.
Não admitem os cientistas que a irreflexão e o egoísmo do homem em brincar com este sistema delicado causaram enchentes catastróficas e secas, poluição, indizível miséria e morte? Mas quais os resultados quando o homem coopera com os sistemas naturais da terra implantados nela por Deus?
No antigo Israel, o Projetista da terra determinou períodos de descanso para a própria terra. Israel tinha a terra, propriedade de Jesus, sob sua guarda. (Sal. 24:1; 89:11; 115:16) Sabendo da necessidade de se revitalizar a terra, o Governante invisível de Israel fez provisões neste sentido. Cada sétimo ano a terra descansava completamente. Não havia cultivo, semeadura, nem poda, sob a pena de morte para os violadores. — Êxo. 23:11; Lev. 25:4.
“Como vivia o povo?” talvez pergunte. A bênção de Jeová no sexto ano fazia produzir safras abundantes que duravam até o “ano sabático” inclusive e a próxima safra. (Lev. 25:20-22) Outrossim, o que crescia sozinho podia também ser consumido, embora não pudesse ser guardado. Portanto, no ano sabático a terra ficava em pousio. A chuva, a vegetação que crescia naturalmente e o humo agiam como fertilizantes naturais. A terra tinha oportunidade de se revitalizar.
Tão sério era o requisito de deixar a terra descansar que um motivo por que Israel ficou 70 anos no cativeiro de Babilônia foi a violação das leis sabáticas de Deus. O Rei Nabucodonosor “levou todos os sobreviventes para Babilônia. . . . E, assim, o que o SENHOR predissera mediante o profeta Jeremias se cumpriu: ‘A terra ficará desolada por setenta anos, para compensar o descanso sabático que não foi observado.’” (2 Crô. 36:20, 21, TEV; também Lev. 26:34, 35, 43) Por motivos egoístas, eles vinham esgotando a terra.
Mas o que aconteceu quando os israelitas retornaram para sua terra depois de 70 anos? Jeová os abençoou e a terra se tornou novamente frutífera, exatamente como o profeta Ezequiel predissera pouco após os israelitas terem sido levados embora de sua terra: “Ali os abençoarei com chuvas abundantes quando as necessitarem. As árvores darão fruto, os campos produzirão safras, cada um morará em segurança na sua própria terra.” — Eze. 34:26, 27, TEV.
Anos antes, Isaías, emocionado, declarara: “O deserto se regozijará, e flores desabrocharão nas terras ermas. . . . Correntes de água fluirão pelo deserto; a areia escaldante se tornará um lago, e a terra seca se encherá de mananciais.” — Isa. 35:1, 6, 7, TEV.
Será que isso aconteceu? Sim, de fato, aconteceu. Os israelitas que retornaram tiveram tal experiência e ainda eram uma nação próspera quando os romanos ocuparam a terra centenas de anos mais tarde.
Todavia, será que temos evidência hodierna da existência de um sistema de auto-recuperação da terra?
Um exemplo surpreendente de recuperação da terra se realizou no Israel atual. Dizia certa reportagem: “Os israelenses restauraram alguns dos sistemas de coletar água deixados pelos antigos nabateus no deserto do Negebe, e estão usando águas servidas para alimentar viçosos pomares de amendoeiras e de pistácias. Outras táticas que fazem florescer o Negebe: sistemas de irrigação por gotejamento, que alimentam pequenas quantidades de água diretamente nas raízes das plantas com a ajuda de monitores de computador; estufas para hortaliças e flores em que até mesmo a circulação de água é movida a energia solar; o cultivo de algas ricas em proteínas, em viveiros de água salobra, para alimentação animal.”
Que notável reavivamento de uma terra outrora desolada. Reavivamentos similares vêm ocorrendo em outras áreas, como nos desertos da China. Mas o que dizer da terra devastada pela ação da guerra? Pode a terra fazer face a tão grande carga?
Durante a Segunda Guerra Mundial, o porto da Ilha Truk tornou-se um vasto cemitério aquoso dos navios de guerra japoneses. “Estudando essa frota submersa mais de um quarto de século mais tarde”, diz National Geographic, a “bióloga Sylvia A. Earle e o fotógrafo Al Giddings viram uma exibição ímpar do poder da natureza de se curar”.
Disse um escafandrista que se lembra da luta: “Por mais de dois anos depois, o óleo dos navios e dos aviões cobria as praias e os recifes. Mas o mar está restaurado agora.”
Quem realizou a restauração? Não houve necessidade de mãos humanas. O “sistema de restauração”, que o Criador incluiu desde o início na terra e nos mares, é que realizou isso, em apenas pouco mais de 30 anos. A superabundância de corais, plantas e animais cobrindo os destroços submersos é um maravilhoso testemunho da sabedoria e do poder do Criador.
É esse o único exemplo da capacidade própria de recuperação da terra? Considere o que aconteceu em Eniwetok Atoll, no Oceano Pacífico. Os Estados Unidos escolheram aquele local para testar seus dispositivos nucleares. Em 1977, os ilhéus começaram a retornar para seus antigos lares. O que encontraram após 20 anos sem bombas?
Certo biólogo marinho escreve: “Atualmente, os peixes e os corais medram nas crateras [atômicas], o que atesta a capacidade da natureza de se recuperar de quase qualquer tipo de perturbação.” Os cientistas estão pasmados com a surpreendente capacidade de recuperação da terra.
Que notícias emocionantes! É evidente que a terra possui notável sistema inerente de recuperação. Será que o Criador permitiria que o homem arruinasse sua obra? É claro que não. O profeta Isaías escreveu: “Assim diz o SENHOR, O criador dos céus, que é Deus, o projetista e formador da terra, que a estabeleceu, não a criando para ser um ermo, mas projetando-a para que se vivesse nela.” — Isa. 45:18, New American Bible.
Naturalmente, é preciso que haja uma mudança global das coisas. Isso significará o fim do atual sistema com suas injustiças, ignorância e imperfeição. Mas como é que isso se dará?
A resposta simples está contida no livro bíblico de Revelação: “O reino do mundo tornou-se o reino de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre . . . veio teu próprio furor e o tempo designado . . . para arruinar os que arruínam a terra.” — Rev. 11:15, 18.
Sim, por meio do governo do reino celestial de Deus sob Cristo Jesus, ocorrerá em breve uma grandiosa transformação. Deus revelou ser no passado o Libertador e o Restaurador da terra. Exemplos nos nossos dias revelam que ele criou na terra um notável sistema de recuperação. Portanto, podemos estar confiantes de que a terra irá sobreviver. Deus cumprirá seu propósito de fazer da terra um paraíso, um lar de delícias para o homem.