segunda-feira, 17 de maio de 2010

Pode a nossa terra sobreviver?

É essa uma pergunta vã? É ela pessimista? Ou está a terra à beira da destruição? Quais são os fatos?

“NAVEGAMOS por águas cheias de manchas de óleo durante 43 dos 57 dias. Grandes baleias e muitos peixes que nadam de boca aberta, filtrando o alimento, engolem essa poluição. Alguns desses peixes nós vamos comer.

“Há pessoas que me dizem que . . . o mar pode absorver toda essa poluição e retornar a seu ciclo. Eu chamo a tais de personagens dos contos de fada que fazem as crianças dormir — querem ninar-nos com palavras tranqüilizadoras. Não dê ouvidos! A menos que você e eu — todos nós — tomemos agora medidas para suster as sobrecargas de substâncias venenosas nos mares, eles serão asfixiados e morrerão.”

Tal foi a descrição do explorador Thor Heyerdahl durante sua segunda viagem através do Atlântico num barco de papiro. Para muitos, é aterradora, e Heyerdahl não é o único a dar o alarme.

Um estudo científico, publicado no jornal O Estado de S. Paulo, não é menos significativo: “Pode ser tarde demais para restaurar e limpar o que foi destruído. Dos componentes básicos da vida — ar, água, solo e luz — , apenas esse último não se acha poluído.”

As pessoas em toda a parte se queixam do clima. Por que há mudanças climáticas, e tempo esquisito em todo o mundo?

O Dr. Reid A. Bryson, especialista em climatologia, chama o efeito geral das atividades do homem — seu fumo, a poeira de tratores, a fumaça dos jatos, o nevoeiro enfumaçado das cidades — o “vulcão humano”. “Somos realmente um fator na equação climática”, diz ele. “Talvez sejamos o fator decisivo.”

E um artigo em National Geographic concluía: “Um acúmulo constante de bióxido de carbono na atmosfera da terra, resultante da queima de combustíveis fósseis — carvão e óleo — vem ocorrendo desde que começou a revolução industrial. Níveis mais altos desse gás incolor e sem cheiro tendem a aquecer o planeta pelo chamado efeito de estufa, retendo a radiação infravermelha — calor — que de outra forma escaparia no espaço.”

Ultimamente, outros fatores inquietantes têm estado nas notícias. Por exemplo, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) noticiava que a poluição da atmosfera estava reduzindo a camada de ozônio da terra, que veda em parte os nocivos raios ultravioleta procedentes do sol. Entrementes, a radiação ultravioleta aumentada já está ligada ao aumento do câncer da pele, segundo Rumen Bojkov, diretor da divisão de ciência atmosférica da OMM.

Outrossim, o patologista Leon S. Dochinger, do Departamento de Agricultura dos EUA, cita a “chuva ácida” como sendo outro assassínio em potencial. É o resultado da queima de combustíveis fósseis com alto teor de enxofre, principalmente do carvão. As partículas poluidoras e os gases são espalhados pelo vento e acabam voltando à terra, trazidos pela chuva, na forma de ácidos sulfúricos e nítricos. Estes põem diretamente em perigo a vida dos peixes, dos animais e da vegetação. Ainda mais, a “chuva ácida” sobre o solo pode liberar metais venenosos. Esses metais podem encontrar o caminho dos rios e lagos, tornando-se assim um perigo para a saúde.

Certa pesquisa médica, feita em São Paulo, dizia que, depois do fumo, a poluição do ar ali é a principal responsável pelas doenças do aparelho respiratório, estando em segundo lugar entre as causas de morte. Outrossim, segundo um relatório da ONU, a causa de muitos cânceres “está ligada ao ar que as pessoas respiram ou à água que bebem, ao ambiente em que trabalham ou vivem, à sua dieta pessoal ou ao seu modo de vida”.

Sem água, não há vida humana. Mas quanta segurança há em bebermos água? Quão seguros são os rios e os oceanos?

Numa recente visita ao Brasil, Jacques Cousteau achou que as águas da famosa Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, estão mais poluídas do que as do Mediterrâneo que banham Veneza, Cannes e Gênova. Ele expressou grande preocupação quanto à poluição destrutiva, causada pelos derramamentos de óleo, pelos resíduos químicos e nucleares.

E o que dizer dos rios? Sob a manchete “A Agonia das Águas”, a revista Veja lançava a culpa no restilo das usinas de cana-de-açúcar e dos fabricantes de bebidas alcoólicas, na soda das indústrias de celulose, nos esgotos das cidades em crescimento e das indústrias, bem como em outros resíduos, por matarem os rios brasileiros. Existem condições similares em outros países.

Ainda mais, a crescente demanda de água está pondo em dúvida sua disponibilidade. A respeito da água, o delegado sírio Saub Kaule disse aos especialistas na conferência das Nações Unidas em Mar del Plata, Argentina: “Uma gota de água custará mais do que uma gota de petróleo.”

Por quê? A revista Time comenta: “Entre 30% e 40% da produção mundial de alimentos dependem atualmente de irrigação. . . . A indústria está também usando quantidades cada vez maiores de água — para gerar eletricidade, para resfriar reatores atômicos e na indústria de produtos químicos e de metais. Como resultado, muitos lagos e rios ficaram tão poluídos pela agricultura e pela indústria — bem como pelos dejetos de crescente número de humanos — que se tornaram inutilizáveis sem tratamento dispendioso. Apesar das medidas de purificação, a necessidade de apanhar água para beber de mananciais contaminados tem causado o alastramento de doenças. A Organização Mundial de Saúde calcula que tantos quantos 80% dos casos de doenças no mundo são atribuíveis à água impura.”

Essa é uma revelação desalentadora. Mas será isso tudo? Realmente não.

Um grupo de agrônomos se reuniu em Brasília e condenou o “uso indiscriminado e crescente de pesticidas, herbicidas e fungicidas [que] estão levando a um impasse ecológico que compromete a curto prazo a própria produção”. E por que tal uso excessivo? “Objetiva apenas o lucro imediato”, dizem os especialistas.

Outro inimigo camuflado foi revelado na conferência de Nairóbi, África. Observou-se que os desertos se estão expandindo em muitas partes da terra. Time dizia: “Graças, em grande parte, à própria insensatez do homem, a desertificação ameaça agora a frágil existência de cerca de 630 milhões de pessoas que moram nessas regiões.”

Não é de admirar que o Secretário-Geral da ONU, Kurt Waldheim, se sentisse impelido a fazer a observação sinistra de que “países poderão desaparecer do mapa”.

E quais as causas? Ecólogos, reunidos no México, concluíram: “O desmatamento primitivo, o fogo, a erosão, as formas inadequadas de agricultura e os pesticidas se associam às causas naturais para acelerar o processo da desertificação.” O Estado de S. Paulo fazia a observação de que o Brasil tem “tudo para formar um dos maiores desertos do mundo nos próximos 25 a 30 anos se continuar a ocupar desordenadamente a Amazônia”.

Com efeito, o ecólogo brasileiro José Lutzenberger disse a um grupo de especialistas: “Os modelos desenvolvimentistas da atual sociedade de consumo . . . repousam no esbanjamento orgiástico de recursos limitados e insubstituíveis. Eles significam a destruição de todos os sistemas de sustentação da vida na Terra.”

Esse ecólogo disse ainda: “Desequilibramos todos os grandes e pequenos sistemas hídricos, acentuando as estiagens desoladoras e as cheias catastróficas; pela poluição desenfreada, perderemos em breve a potabilidade dos últimos mananciais e preparamos a eliminação de todas as formas de vida aquática, inclusive nos oceanos.”

É um quadro bem triste. Mas não foram feitos esforços para suster a onda? Felizmente foram feitos. Considere alguns desses.

Os cientistas e outros clamam cada vez mais alto pedindo que sejam tomadas medidas drásticas para a preservação da terra. Produziram seus planos resultados positivos? Sim, alguns.

A revista Veja entrevistou Hideo Oguri, responsável pelo combate à poluição nos rios de Tóquio. Disse ele: “Endurecer a legislação, até fechar indústrias, produziu algum efeito. Mas o que vem surtindo melhores resultados é a ação constante de centenas de grupos ecologistas que defendem a preservação ambiental.”

Luiz Roberto Tommasi, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, acredita que os rios podem ser salvos se os atuais fatores de poluição forem eliminados ou pelo menos reduzidos a um nível que permita a autodepuração Mas, disse também: “Não há tempo a perder . . . Na Inglaterra, há cinqüenta anos as autoridades começaram a se preocupar com o Tamisa, e só agora os salmões voltaram ao rio.”

Falando em Curitiba, Jacques Cousteau disse que iria sugerir às Nações Unidas “uma política mundial do uso do oceano, estabelecida por acordos internacionais, de modo a tornar mais lenta a destruição da vida marinha”. Mas, acrescentou que “mesmo os países mais desenvolvidos não tinham qualquer política visando a preservação da ecologia marinha”.

Similarmente, Thor Heyerdahl escreveu: “Para começar, devíamos criar áreas protegidas, reservas naturais onde o ecossistema local pudesse reconstruir-se e manter-se por si. Tão importante como isso, porém, é promulgar e fazer cumprir leis em áreas fora das reservas naturais onde o equilíbrio ecológico já esteja afetado “

É óbvio que a solução da poluição do ar não consiste em simplesmente instalar chaminés mais altas. Tome-se, por exemplo, a presença de um ácido perigoso nos lagos do Parque Nacional de Adirondack, no Estado de Nova Iorque. Os peixes estavam morrendo. Finalmente, soube-se que o distrito siderúrgico de Sudbury, no Canadá, a centenas de quilômetros de distância, era responsável por isso. Os ventos levaram a poluição até Nova Iorque.

Na Escandinávia, onde os problemas ecológicos são tratados com muita atenção, descobriu-se que os solos montanhosos estavam poluídos. A “chuva ácida” estava diretamente ligada às medidas tomadas pela Grã-Bretanha no sentido de reduzir a poluição. As altas chaminés de fábricas lançavam agentes poluentes bem alto na atmosfera e os ventos os levavam para a Escandinávia.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos vem colhendo dados através de uma rede nacional de estações nos E.U.A. e através de estações de pesquisas no Canadá, na Escandinávia e em outros países europeus. A idéia urgente por trás disso é lançar uma campanha mundial para alertar todas as pessoas sobre o problema, como passo inicial para a resolução final. Sendo um problema mundial, tem de ser resolvido em escala global.

Vêm sendo feitos esforços elogiáveis. Os EUA e outros países já proibiram o uso de substâncias tóxicas como o DDT, os fluorocarbonos e outros, ou estão desencorajando seu uso.

O Paquistão introduziu um programa de reflorestamento para combater a erosão do solo naquele país. A Arábia Saudita plantou 10 milhões de acácias, eucaliptos e tamargueiras para o controle das dunas de areia perto do oásis de Al-Hasa. O Brasil está plantando eucaliptos e pinheiros em várias áreas. Esforços similares foram feitos no deserto de Góbi, na Mongólia, para evitar a formação de regiões desérticas ou recuperá-las.

Mas são os maciços de árvores homogêneas, isto é, as florestas de uma só espécie de árvores, a solução? O professor Célio Vale, da Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil, é contra a substituição das florestas naturais por maciços homogêneos. Diz ele que as conseqüências são, “primeiro, a destruição do solo pela erosão. Depois, a exterminação da fauna típica das florestas, que não consegue sobreviver numa reserva homogênea. Finalmente, ocorreriam profundas alterações no microclima das regiões desmatadas, já que, devido à falta de proteção do ambiente, a radiação solar aumenta consideravelmente”.

A que conclusões podemos chegar de nossa consideração da recomendada legislação internacional e dos esforços feitos até agora? A maioria das tentativas, sejam elas eficientes ou fracas, ainda são apenas locais. Segundo Time, a ONU “adverte que essas medidas unilaterais não são suficientes para a remoção das ameaças contra o bem-estar do homem, e solicita a colaboração internacional, ‘em escala ainda não vista até agora na história da humanidade’, para salvar o meio ambiente de um dano irreversível”.

Todavia, há obstáculos quase intransponíveis para levar isso a bom termo. Time admite: “Contudo, há muitos obstáculos a vencer. Para começar, será preciso mudar o sistema de vida tradicional. . . . Talvez o maior obstáculo de todos seja a questão política que continua a dividir as nações ricas e as pobres do mundo.”

Admitidamente, pois, o orgulho e preconceitos nacionais e raciais, as hostilidades abertas e as injustiças sociais se interpõem claramente no caminho da unificação. A cobiça do homem, e amiúde sua ignorância, sua miopia e, muitas vezes, sua má intenção declarada se opõem ao seu progresso. Disse Jacques Cousteau: “É certo que a redução de todos os valores a um denominador comum — dinheiro — não funciona. Foi justamente o que conduziu a nossa civilização aos problemas atuais.”

O próprio homem criou essa situação. Ele não conseguiu superá-la. A calamidade assoma-se diante de nós. Para onde devemos voltar-nos em busca de escape? Convidamo-lo a considerar uma resposta interessante.

A Bíblia aconselha: “Não deposite sua confiança nos líderes humanos; nenhum ser humano pode salvá-lo. Feliz é o homem que depende do SENHOR, seu Deus, o Criador do céu, da terra, e do mar, e de tudo o que há neles. Ele sempre cumpre suas promessas; ele julga favoravelmente os oprimidos e dá alimento aos famintos.” — Sal. 146:3, 5-7, Today’s English Version.

Esse é um modo realmente emocionante de olhar para os problemas atuais e sua solução. Com efeito, em busca de alívio, não é lógico olharmos para Aquele que fez nossa terra e o gênero humano para se obter tal solução?

 Deus é Dono e Criador da terra. São surpreendentes as provisões múltiplas para a manutenção da vida nela. Só mesmo um amoroso Pai e Provedor cumularia seus filhos de tais bênçãos. A vida vegetal e animal, os rios, os lagos e os mares contribuem grandemente para o prazer de viver. Não é de admirar que a primeira amostra daquilo que Deus propunha para a terra chegasse a ser conhecida como paraíso do Éden, ou um “parque de delícias”.

Se mostrasse obediência amorosa às regras universais de conduta, dadas pelo Criador, o homem desfrutaria para sempre os produtos da terra. “Se viverem segundo as minhas leis e obedecerem a meus mandamentos”, disse o Criador a seu antigo povo, “eu lhes enviarei chuva no tempo certo, assim a terra produzirá safras e as árvores darão fruto. Suas safras serão tão abundantes que ainda estarão colhendo cereal quando for tempo de colher uvas, e ainda estarão colhendo uvas quando for tempo de plantar cereal. Terão tudo o que desejarem para comer, e poderão morar em segurança na sua terra.” — Lev. 26:3-5, TEV.

“É bom demais para ser verdade”, é o que diz? Mas por quê? Pare e pense.

Por que não deverá haver fartura de alimentos e de recursos? Deus certamente sabe o que fazer, e o pode fazer. Porventura não sabe todo inventor, melhor que os outros, como deve funcionar seu invento? Portanto, a bênção de Deus significa uma distribuição adequada de chuvas, um clima apropriado. E é preciso lembrar que foi ele quem criou de início o perfeito ecossistema.

Não admitem os cientistas que a irreflexão e o egoísmo do homem em brincar com este sistema delicado causaram enchentes catastróficas e secas, poluição, indizível miséria e morte? Mas quais os resultados quando o homem coopera com os sistemas naturais da terra implantados nela por Deus?

No antigo Israel, o Projetista da terra determinou períodos de descanso para a própria terra. Israel tinha a terra, propriedade de Jesus, sob sua guarda. (Sal. 24:1; 89:11; 115:16) Sabendo da necessidade de se revitalizar a terra, o Governante invisível de Israel fez provisões neste sentido. Cada sétimo ano a terra descansava completamente. Não havia cultivo, semeadura, nem poda, sob a pena de morte para os violadores. — Êxo. 23:11; Lev. 25:4.

“Como vivia o povo?” talvez pergunte. A bênção de Deus no sexto ano fazia produzir safras abundantes que duravam até o “ano sabático” inclusive e a próxima safra. (Lev. 25:20-22) Outrossim, o que crescia sozinho podia também ser consumido, embora não pudesse ser guardado. Portanto, no ano sabático a terra ficava em pousio. A chuva, a vegetação que crescia naturalmente e o humo agiam como fertilizantes naturais. A terra tinha oportunidade de se revitalizar.

Tão sério era o requisito de deixar a terra descansar que um motivo por que Israel ficou 70 anos no cativeiro de Babilônia foi a violação das leis sabáticas de Deus. O Rei Nabucodonosor “levou todos os sobreviventes para Babilônia. . . . E, assim, o que o SENHOR predissera mediante o profeta Jeremias se cumpriu: ‘A terra ficará desolada por setenta anos, para compensar o descanso sabático que não foi observado.’” (2 Crô. 36:20, 21, TEV; também Lev. 26:34, 35, 43) Por motivos egoístas, eles vinham esgotando a terra.

Mas o que aconteceu quando os israelitas retornaram para sua terra depois de 70 anos? Deus os abençoou e a terra se tornou novamente frutífera, exatamente como o profeta Ezequiel predissera pouco após os israelitas terem sido levados embora de sua terra: “Ali os abençoarei com chuvas abundantes quando as necessitarem. As árvores darão fruto, os campos produzirão safras, cada um morará em segurança na sua própria terra.” — Eze. 34:26, 27, TEV.

Anos antes, Isaías, emocionado, declarara: “O deserto se regozijará, e flores desabrocharão nas terras ermas. . . . Correntes de água fluirão pelo deserto; a areia escaldante se tornará um lago, e a terra seca se encherá de mananciais.” — Isa. 35:1, 6, 7, TEV.

Será que isso aconteceu? Sim, de fato, aconteceu. Os israelitas que retornaram tiveram tal experiência e ainda eram uma nação próspera quando os romanos ocuparam a terra centenas de anos mais tarde.

Todavia, será que temos evidência hodierna da existência de um sistema de auto-recuperação da terra?

Um exemplo surpreendente de recuperação da terra se realizou no Israel atual. Dizia certa reportagem: “Os israelenses restauraram alguns dos sistemas de coletar água deixados pelos antigos nabateus no deserto do Negebe, e estão usando águas servidas para alimentar viçosos pomares de amendoeiras e de pistácias. Outras táticas que fazem florescer o Negebe: sistemas de irrigação por gotejamento, que alimentam pequenas quantidades de água diretamente nas raízes das plantas com a ajuda de monitores de computador; estufas para hortaliças e flores em que até mesmo a circulação de água é movida a energia solar; o cultivo de algas ricas em proteínas, em viveiros de água salobra, para alimentação animal.”

Que notável reavivamento de uma terra outrora desolada. Reavivamentos similares vêm ocorrendo em outras áreas, como nos desertos da China. Mas o que dizer da terra devastada pela ação da guerra? Pode a terra fazer face a tão grande carga?

Durante a Segunda Guerra Mundial, o porto da Ilha Truk tornou-se um vasto cemitério aquoso dos navios de guerra japoneses. “Estudando essa frota submersa mais de um quarto de século mais tarde”, diz National Geographic, a “bióloga Sylvia A. Earle e o fotógrafo Al Giddings viram uma exibição ímpar do poder da natureza de se curar”.

Disse um escafandrista que se lembra da luta: “Por mais de dois anos depois, o óleo dos navios e dos aviões cobria as praias e os recifes. Mas o mar está restaurado agora.”

Quem realizou a restauração? Não houve necessidade de mãos humanas. O “sistema de restauração”, que o Criador incluiu desde o início na terra e nos mares, é que realizou isso, em apenas pouco mais de 30 anos. A superabundância de corais, plantas e animais cobrindo os destroços submersos é um maravilhoso testemunho da sabedoria e do poder do Criador.

É esse o único exemplo da capacidade própria de recuperação da terra? Considere o que aconteceu em Eniwetok Atoll, no Oceano Pacífico. Os Estados Unidos escolheram aquele local para testar seus dispositivos nucleares. Em 1977, os ilhéus começaram a retornar para seus antigos lares. O que encontraram após 20 anos sem bombas?

Certo biólogo marinho escreve: “Atualmente, os peixes e os corais medram nas crateras [atômicas], o que atesta a capacidade da natureza de se recuperar de quase qualquer tipo de perturbação.” Os cientistas estão pasmados com a surpreendente capacidade de recuperação da terra.

Que notícias emocionantes! É evidente que a terra possui notável sistema inerente de recuperação. Será que o Criador permitiria que o homem arruinasse sua obra? É claro que não. O profeta Isaías escreveu: “Assim diz o SENHOR, O criador dos céus, que é Deus, o projetista e formador da terra, que a estabeleceu, não a criando para ser um ermo, mas projetando-a para que se vivesse nela.” — Isa. 45:18, New American Bible.

Naturalmente, é preciso que haja uma mudança global das coisas. Isso significará o fim do atual sistema com suas injustiças, ignorância e imperfeição. Mas como é que isso se dará?

A resposta simples está contida no livro bíblico de Revelação: “O reino do mundo tornou-se o reino de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre . . . veio teu próprio furor e o tempo designado . . . para arruinar os que arruínam a terra.” — Rev. 11:15, 18.

Sim, por meio do governo do reino celestial de Deus sob Cristo Jesus, ocorrerá em breve uma grandiosa transformação. Deus revelou ser no passado o Libertador e o Restaurador da terra. Exemplos nos nossos dias revelam que ele criou na terra um notável sistema de recuperação. Portanto, podemos estar confiantes de que a terra irá sobreviver. Deus cumprirá seu propósito de fazer da terra um paraíso, um lar de delícias para o homem.

Nenhum comentário: