sexta-feira, 16 de abril de 2010

O clima: a ameaça do caos

DE UMA forma ou de outra, a maioria de nós depende de combustível à base de carbono. Dirigimos carros e outros veículos movidos a gasolina ou a diesel. Usamos a energia gerada por usinas elétricas que consomem carvão, gás natural ou petróleo. Queimamos lenha, carvão vegetal, gás natural e carvão mineral para cozinhar ou manter-nos aquecidos. Todas essas atividades aumentam a quantidade de dióxido de carbono (gás carbônico ou CO2) na atmosfera. Esse gás retém o calor do Sol.

Também lançamos na atmosfera outros gases do efeito estufa que retêm calor. O óxido nitroso é liberado pelos fertilizantes de nitrogênio usados na agricultura. O metano é emitido pelos arrozais e pelos currais. Os clorofluorcarbonos (CFCs) resultam da fabricação de espumas de plástico e de outros processos industriais. Os CFCs não só retêm calor como também destroem a camada de ozônio na estratosfera.

Com exceção dos CFCs, que agora estão regulamentados, esses gases que retêm calor estão sendo emitidos na atmosfera a taxas cada vez maiores. Isso se deve, em parte, ao crescente número de pessoas na Terra, junto com o aumento do uso de energia, da atividade industrial e da agricultura. De acordo com a Agência de Proteção ao Meio Ambiente com sede em Washington, o homem lança atualmente seis bilhões de toneladas de dióxido de carbono e de outros gases do efeito estufa na atmosfera, por ano. Esses gases não se dissipam simplesmente; podem permanecer na atmosfera por décadas.

Os cientistas em geral têm certeza de duas coisas. Primeiro: a quantidade de dióxido de carbono e de outros gases do efeito estufa vem aumentando nos últimos séculos e décadas. Segundo: nos últimos cem anos, a média da temperatura da superfície da Terra aumentou entre 0,3 e 0,6 grau Celsius.

A questão é: existe uma relação entre o aquecimento global e o acúmulo de gases do efeito estufa provocado pelo homem? Alguns cientistas dizem que provavelmente não, atribuindo o aquecimento ao aumento na temperatura dentro das variações normais e ao Sol. No entanto, muitos climatologistas concordam com um relatório feito pelo Painel Intergovernamental Sobre Mudança Climática. Segundo o relatório, o aumento na temperatura “não se deve inteiramente a causas naturais” e “o peso da evidência sugere que existe uma influência humana discernível sobre o clima global”. No entanto, se as atividades humanas estão de fato aquecendo o planeta ou não — especialmente quão rápido o mundo poderá ficar mais quente no século 21, e exatamente as conseqüências que isso poderia acarretar — são questões ainda incertas.

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