sexta-feira, 16 de abril de 2010

A destruição do ozônio




Mais de 60 anos atrás, os cientistas anunciaram a descoberta de uma substância refrigeradora segura, que poderia substituir outras substâncias tóxicas e de mau odor. A nova substância se compunha de moléculas contendo um átomo de carbono, dois de cloro e dois de flúor (CCl2F2). Esta e substâncias químicas similares feitas pelo homem são chamadas de clorofluorcarbonos (CFCs).

No início dos anos 70, a produção de CFCs já se tornara uma enorme indústria mundial. Eram usados não só em refrigeradores, mas também em aerossóis, aparelhos de ar condicionado, produtos de limpeza e na fabricação de embalagens e de outros produtos de isopor.

Contudo, em setembro de 1974, dois cientistas, Sherwood Rowland e Mario Molina, explicaram que os CFCs gradualmente sobem à estratosfera onde acabam liberando o seu cloro. Cada átomo de cloro, calcularam os cientistas, poderia destruir milhares de moléculas de ozônio. Mas, em vez de o ozônio ser destruído uniformemente por toda a alta atmosfera, a destruição tem sido muito maior sobre os pólos.

A cada primavera desde 1979, grandes porções de ozônio desaparecem e depois reaparecem sobre a região antártica. Essa queda de ozônio sazonal é chamada de buraco do ozônio. Mas, em anos recentes, o chamado buraco tem aumentado e durado mais tempo. Em 1992, medições por satélite revelaram um buraco de ozônio de tamanho recorde — maior que a América do Norte. E não sobrava muito ozônio nele. Medições feitas por balões revelaram uma queda de mais de 60% — a mais baixa já registrada.

No ínterim, os níveis de ozônio também têm diminuído na alta atmosfera sobre outras partes da Terra. “As últimas medições”, informa a revista New Scientist, “mostram que . . . havia concentração de ozônio de valores incomumente baixos em 1992 entre as latitudes 50° Norte e 60° Norte, cobrindo o norte da Europa, a Rússia e o Canadá. O nível de ozônio estava 12% abaixo do normal, mais baixo de todos os tempos nos 35 anos de monitorização contínua”.

“Mesmo as mais funestas predições”, diz a revista Sientific American, “são agora expostas como tendo subestimado a perda de ozônio causada pelos clorofluorcarbonos. . . . E, no entanto, na época, vozes poderosas no governo e na indústria se opuseram fortemente a regulamentos, à base de evidência científica incompleta”.

Calculadamente 20 milhões de toneladas de CFCs já foram lançados na atmosfera. Visto que leva anos para que os CFCs sejam impelidos até a estratosfera, milhões de toneladas ainda não atingiram a alta atmosfera, onde causam o dano. Contudo, os CFCs não são a única fonte de cloro destruidor de ozônio. “A NASA estima que cerca de 75 toneladas de cloro são depositadas na camada de ozônio a cada lançamento de ônibus espacial”, informa a revista Popular Science.

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