sexta-feira, 16 de abril de 2010

É do homem a culpa pela morte dos corais?

SEGUNDO o Simpósio Internacional sobre Recifes de Coral de 1992, o homem, direta ou indiretamente, causou a morte de 5% a 10% dos bancos de corais do mundo e mais 60% poderão ser perdidos nos próximos 20 a 40 anos. De acordo com Clive Wilkinson, do Instituto Australiano de Ciência Marinha, apenas os bancos em áreas remotas são razoavelmente sadios. O jornal USA Today indicou que há recifes danificados no “Japão, Taiwan, Filipinas, Indonésia, Cingapura, Sri Lanka e Índia, na Ásia; Quênia, Tanzânia, Moçambique e Madagascar, na África; e República Dominicana, Haiti, Cuba, Jamaica, Trinidad e Tobago e Flórida, nas Américas. As causas da degradação variam, mas a elevada concentração de populações costeiras e o alto desenvolvimento litorâneo são fatores presentes em todos [esses países]”.

Os bancos de corais normalmente prosperam em temperaturas de águas marinhas que variam de 25 a 29 graus Celsius, dependendo de sua localização. Mas, a estreita margem de temperatura para corais sadios está muito próxima da temperatura letal. Um ou dois graus acima da temperatura máxima normal no verão pode ser fatal. Embora seja possível apontar várias causas regionais para o embranqueamento e destruição dos corais, muitos cientistas suspeitam que uma causa em comum, mundial, seja o aquecimento global. A revista Scientific American disse a respeito dessa conclusão: “Os relatórios de 1987 sobre o embranqueamento de corais coincidiram com a crescente preocupação com o aquecimento global. Não foi surpresa, portanto, que alguns cientistas e outros observadores chegassem à conclusão de que os bancos de corais serviram como o canário na mina de carvão: primeiro indicativo de um aumento global na temperatura dos oceanos. Embora pareça que o embranqueamento tenha sido causado por elevadas temperaturas locais da água do mar, relacionar este efeito com o aquecimento global não pode ser conclusivo, por enquanto.”

A revista U.S.News & World Report disse: “Estudos recentes no Caribe reforçam a hipótese de que oceanos anormalmente quentes têm provocado o recente grande aumento [de embranqueamento de corais].” Thomas J. Goreau, chefe da Aliança Global de Bancos de Coral, pessimisticamente comparou a triste sina dos recifes ao encolhimento da floresta tropical amazônica. “Ainda sobrarão florestas tropicais daqui uns cinqüenta anos”, disse ele, “mas, no ritmo atual da morte dos corais, eles nem de longe vão existir por tanto tempo”.

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