terça-feira, 20 de abril de 2010

Um surto de extinções

A que ritmo as espécies estão desaparecendo? A resposta é muito imprecisa. Os cientistas não conhecem a maior parte do que está se perdendo. Primeiro, eles têm de determinar quantas espécies existem. Segundo John Harte, cientista ecológico da Universidade da Califórnia, em Berkeley, “existem cerca de um milhão e meio de espécies catalogadas na Terra, mas sabemos que há muitas espécies não catalogadas e o número total provavelmente está entre 5 milhões e 15 milhões”. Alguns aumentam essa estimativa para 50 milhões de espécies, ou mais. É quase impossível determinar o número exato porque “a maioria das espécies estará extinta antes de sequer ser catalogada e descrita”, diz o cientista Anthony C. Janetos.

A ciência moderna mal começou a decifrar os complexos mecanismos ecológicos que permitem que as comunidades naturais continuem subsistindo sem problemas. Se os humanos não sabem quantas espécies existem, como podem entender a complexa cadeia biológica e como ela é afetada pelas extinções? Como podem determinar de que maneira o desaparecimento de uma espécie afetará o sistema de suporte de vida do planeta?

Quando os cientistas tentam calcular o ritmo das extinções, suas estimativas, embora variem, em geral são desanimadoras. “Cerca de 50% da flora e da fauna do mundo pode se extinguir durante os próximos 100 anos”, diz uma escritora. A previsão de Harte é ainda mais pessimista: “Os biólogos estimam que o desmatamento tropical resulte na extinção de metade ou mais das espécies existentes na Terra durante os próximos 75 anos.”

Com base nos cálculos do cientista Stuart Pimm, da Universidade do Tennessee, EUA, a revista National Geographic declara que “11% das aves, ou 1.100 das quase 10.000 espécies do mundo, estão à beira da extinção; é duvidoso se a maioria dessas 1.100 vai continuar existindo muito depois do fim do [século 21]”. A mesma revista declarou: “Uma equipe de botânicos respeitados recentemente relatou que uma em cada oito plantas corre o risco de se tornar extinta. ‘Não me refiro apenas a espécies em ilhas ou em florestas tropicais ou apenas a aves ou grandes mamíferos carismáticos’, diz Pimm. ‘Estou falando de todas as espécies em toda parte. . . . Trata-se de um surto mundial de extinções.’ ”

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