sexta-feira, 16 de abril de 2010

Efeitos da poluição




Em meados do século 19, os homens começaram a queimar crescentes quantidades de carvão, gás e petróleo, acrescentando grandes quantidades de dióxido de carbono à atmosfera. Naquele tempo, a quantidade desse gás atmosférico microconstituinte era de cerca de 285 partes por milhão. Contudo, em resultado do aumentado consumo de combustíveis fósseis por parte do homem, a quantidade de dióxido de carbono chegou a mais de 350 partes por milhão. Que efeito tem tido sobre a atmosfera o aumento desse gás aprisionador de calor?

Muitos acreditam que o aumento dos níveis de dióxido de carbono é o que tem causado o aumento das temperaturas na Terra. Outros pesquisadores, contudo, dizem que o aquecimento global se deve primariamente à inconstância do Sol — que o Sol tem emitido mais energia em tempos recentes.

Seja como for, a década de 80 foi a mais quente desde que se começou a guardar registros, em meados do século 19. “A tendência continua nesta década”, diz o jornal sul-africano The Star, “sendo 1990 o ano mais quente de que se tem registro, 1991 o terceiro mais quente e 1992 . . . o décimo ano mais quente nos 140 anos de registro”. Atribui-se o leve declínio nos últimos dois anos à poeira lançada na atmosfera na erupção do monte Pinatubo, em 1991.

Os efeitos futuros do aumento das temperaturas na Terra são alvo de fortes debates. Mas uma coisa que o aquecimento global evidentemente já fez foi complicar a já difícil tarefa de prever as condições do tempo. A revista New Scientist diz que a possibilidade de previsões erradas “pode ser cada vez maior à medida que o aquecimento global muda o clima”.

Muitas companhias de seguro temem que o aquecimento global tire a lucratividade de suas apólices. “Diante de [uma] avalanche de infortúnios”, admite The Economist, “algumas resseguradoras estão reduzindo sua exposição aos riscos de desastres naturais. Outras falam em sair totalmente do mercado. . . . Estão apavoradas com a incerteza”.

É significativo que, em 1990, o ano mais quente de que se tem registro, uma grande porção do campo de gelo ártico retrocedeu num grau sem precedentes. Isto fez com que centenas de ursos polares ficassem retidos por mais de um mês na ilha Wrangell. “Com o aquecimento global”, alerta a revista BBC Wildlife, “essas condições . . . podem tornar-se freqüentes”.

“Os especialistas em meteorologia”, disse um jornal africano em 1992, “estão culpando o aquecimento global pelo vertiginoso aumento de icebergs que derivam para o norte a partir da Antártida, pondo em risco os navios no Atlântico Sul”. Segundo a edição de janeiro de 1993 de Earth, o gradual aumento do nível do mar ao largo da costa do sul da Califórnia se deve, em parte, a um aquecimento da água.

Infelizmente, os homens continuam a lançar uma estarrecedora quantidade de gases tóxicos na atmosfera. “Nos EUA”, diz o livro The Earth Report 3, “um relatório de 1989 da Agência para Proteção do Meio Ambiente estimou que mais de 900.000 toneladas de substâncias químicas tóxicas são lançadas no ar por ano”. Acredita-se que esta cifra seja subestimada, pois não inclui os gases de escapamento de milhões de veículos a motor.

De muitos outros países industrializados também vêm relatórios chocantes de poluição do ar. Especialmente horrorizantes foram as recentes revelações de descontrolada poluição do ar em países do Leste Europeu durante décadas de domínio comunista.

As árvores da Terra, que absorvem dióxido de carbono e liberam oxigênio, estão entre as vítimas do ar tóxico. Disse a revista New Scientist: “As árvores na Alemanha tornam-se cada vez menos sadias, segundo o . . . ministro da agricultura [que disse] que a poluição do ar continua sendo uma das principais razões da decadente saúde das florestas.”

A situação é similar no Alto Velde do Transvaal, na África do Sul. “Os primeiros sinais de danos causados por chuva ácida estão aparecendo no leste [da província] de Transvaal, onde agulhas de pinheiro estão mudando de um sadio verde-escuro para um doentio bege-mosqueado”, informa James Clarke em seu livro Back to Earth (De Volta à Terra).

Informes assim vêm do mundo inteiro. Nenhum país é imune. Com suas altas chaminés apontadas para o céu, os países industrializados exportam sua poluição a países vizinhos. Os antecedentes de ganancioso desenvolvimento industrial do homem não inspiram esperança.

Mas existe base para otimismo. Podemos confiar que a nossa preciosa atmosfera será salva da ruína. Veja no próximo artigo como isso se dará.

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