“Não me lembro do que surgiu primeiro — o lampejo de luz ou o som duma explosão que trovejava até no meu íntimo. De qualquer forma, no instante seguinte fui derrubada, ficando esticada no chão.
“Logo notei o terrível cheiro que pairava no ar. Daí, fiquei abalada com a sensação de que a pele de meu rosto se descolara. Daí, a das mãos e dos braços também. . . . toda a pele de minha mão direita se soltara e estava pendurada grotescamente. . . . O que vi sob a ponte era chocante: Centenas de pessoas se debatiam na corrente. Não podia distinguir se eram homens ou mulheres. Todos pareciam iguais. Suas faces estavam inchadas e cinzentas, seus cabelos estavam em pé. Segurando suas mãos no alto, gemendo, as pessoas corriam para o rio.”
Esta senhora presenciou a primeira utilização na guerra do que os jornais chamaram de “o mais aterrorizante engenho de destruição já inventado pelo homem” — a bomba atômica. Embora dezenas de milhares de pessoas fossem mortas instantaneamente, muitos talvez evaporando completamente, aqueles que sobreviveram à explosão inicial se conscientizaram do verdadeiro horror que é a guerra nuclear. Devido à exposição a doses letais da radiação atômica, logo ficaram fisicamente incapacitados, com náusea. Isto levou-os a vomitar sangue, à febre alta, à extrema diarréia, a sangrar pelos intestinos e à agonizante morte em questão de 10 dias. Calculou-se que o tributo total foi de cerca de 140.000 mortes — todas causadas por uma única bomba!
Já se passaram 35 anos desde que surgiu aquela nova era. Somente uma nação possuía então a bomba. Mas, o que aconteceu desde então?
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