terça-feira, 6 de abril de 2010

Pode-se predizer os terremotos?



EM 28 de julho de 1976, abateu sobre a cidade de Tangshan, na China continental, o pior desastre natural dos séculos recentes. Em questão de minutos, todas as centenas de prédios de tijolos de múltiplos andares da cidade, exceto quatro, foram danificados, muitos desabando completamente sobre os habitantes adormecidos. Trens descarrilaram, pontes em auto-estradas desmoronaram, interrompeu-se o fornecimento de água e de eletricidade, e 10.000 mineiros foram soterrados. Quando se forneceu a cifra oficial do acidente, três anos depois, soube-se que haviam morrido 242.000 pessoas, com 164.000 outras seriamente feridas.

“O departamento de sismologia não emitiu qualquer aviso”, admitiram as autoridades chinesas. De fato, o forte tremor de Tangshan pegou a todos de surpresa, uma vez que não se considerava provável a ocorrência de um terremoto de grandes proporções na região.

Ironicamente, esta tragédia sobreveio à China apenas um ano após uma bem-sucedida predição de terremoto ter salvo ali milhares de vidas. Nessa ocasião anterior, as autoridades chinesas exibiram filmes ao ar livre para manter as pessoas da região de Haich’ing do lado de fora nas noites frias de fevereiro até que o predito terremoto ocorreu, bem no momento previsto.

Por causa da predição de Haich’ing, entusiásticas reportagens deram a impressão de que a previsão de terremotos logo se tornaria tão rotineira como a previsão do tempo. Contudo, o desastre de Tangshan revelou o contrário. Atualmente, a resposta à pergunta: “Podem os cientistas predizer os terremotos?” é: “Às vezes.”

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