sexta-feira, 9 de abril de 2010

Problemas com testes de toxidade

Na verdade, os testes de toxidade de substâncias químicas misturam ciência e adivinhação. “Os avaliadores de riscos não sabem como traçar uma linha demarcatória nítida entre exposição ‘segura’ e ‘insegura’ a qualquer substância química”, diz Joseph V. Rodricks, em seu livro Calculated Risks (Riscos Calculados). É assim até com remédios, muitos deles produzidos sinteticamente. “Mesmo o teste mais meticuloso”, diz a World Book Encyclopedia, “nem sempre pode revelar a possibilidade de o medicamento vir a produzir um efeito prejudicial inesperado”.

Os laboratórios têm certas limitações inerentes. Eles não podem, por exemplo, simular plenamente o comportamento de uma substância química no diversificado e complexo mundo exterior. O mundo fora do laboratório é repleto de centenas, até milhares, de diferentes substâncias químicas sintéticas, muitas das quais podem interagir umas com as outras, bem como com coisas vivas. Algumas dessas substâncias são inócuas em si, mas se forem misturadas com outras, fora ou dentro do nosso corpo, podem produzir novos compostos tóxicos. Certas substâncias químicas tornam-se tóxicas, até cancerígenas, só depois de o metabolismo do organismo as ter processado.

Como é que os avaliadores de risco tentam determinar a segurança da substância química em face desses desafios? O método padrão tem sido dar a animais de laboratório certa dose controlada da substância e daí tentar aplicar os resultados em humanos. É sempre confiável esse método?

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